quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Ensino Superior




NOTA À SOCIEDADE


A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), preocupada com o cumprimento das missões de ensino, pesquisa e extensão das universidades públicas federais, gratuitas e com a qualidade que a sociedade brasileira e o desenvolvimento sustentável do país requerem, diante da conjuntura de cortes e contingenciamento de seus orçamentos, vem alertar a sociedade sobre os seguintes problemas atualmente enfrentados:

– Perdas orçamentárias em 2017: O orçamento de 2017 já representou corte significativo em relação ao de 2016 (6,74% nominal na matriz de custeio, 10% no programa de expansão Reuni, 40,1% em capital, 3,15% do Programa Nacional de Assistência Estudantil e mais 6,28% de inflação no período);

– Limite orçamentário de 2017: até o momento foram liberados apenas 75% do orçamento de custeio e 45% do orçamento de capital. Para manter o funcionamento mínimo das instituições é indispensável a liberação de 100% de ambos os limites, uma vez que já estamos absorvendo fortes perdas orçamentárias como indicado acima;

– Orçamento de custeio para 2018: O orçamento para 2018 mantém os valores da matriz de 2017, reduz o Reuni em aproximadamente 11% e não recompõe a inflação do período, além de desconsiderar a expansão do sistema.
 
– Orçamento de investimento para 2018: O MEC não disponibilizou os valores de limite orçamentário de investimento, sobretudo na Ação 8282. Essa situação alarmante permanece ainda hoje, o que pode sinalizar a inexistência de orçamento de investimento na PLOA 2018 das IFES, fato gravíssimo que afetará, por exemplo, a aquisição de livros, equipamentos de laboratórios, softwares e a continuidade das obras em andamento já contratadas;

– Liberação de Financeiro: A situação financeira, com dois repasses ao longo de cada mês, inferiores a 60% da despesa liquidada, traz ônus de grande magnitude às instituições, levando à perda de confiabilidade por parte de nossos credores, ao pagamento de multas e juros, além de obrigar as instituições a selecionar quais despesas pagar, fato inaceitável;

– Recursos próprios: Impossibilidade de suplementação orçamentária na Arrecadação Própria e Convênios, ocasionando perdas significativas para as instituições.

– PNE na LDO: A prioridade para as metas do Plano Nacional de Educação foi retirada da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018, por meio de veto presidencial e em nome do ajuste fiscal, fragilizando ainda mais o compromisso do Governo Federal com a educação.

– Defasagem do Aluno Equivalente: O relevante crescimento das Universidades Federais não foi correspondido por orçamento compatível (hoje o valor em reais por Aluno Equivalente é 42% menor do que em 2011), colocando em risco as atividades, contratos e nossa função social e científica na sociedade brasileira. No mesmo período, o programa de subsídio às Instituições Privadas de Ensino Superior por meio do FIES passou de 2,1 para 21 bilhões de reais, contrariando a Meta 12 do PNE, que prevê ampliação das vagas públicas dos atuais 25% para no mínimo 40% do total de matrículas.

Face a esse conjunto de informações, o Conselho Pleno da ANDIFES conclama a sociedade a cobrar do Governo Federal ações emergenciais visando o reequilíbrio orçamentário e financeiro das universidades públicas federais e a recomposição de seus orçamentos no Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2018. Os problemas orçamentários e financeiros vivenciados são agravados, ainda, pela existência da Emenda Constitucional 95 e podem significar não apenas a perda de recursos de investimentos para 2018, mas pelos próximos 20 anos.

Ressaltamos a importância de afirmar o relevante papel cumprido pelas universidades públicas federais em sua missão social, acadêmica e científica, que, a despeito das adversidades, mantêm-se como referência no país, na América Latina e no mundo. As melhores universidades brasileiras são públicas, aí incluídas as universidades federais, conforme demonstrado nos diversos rankings de avaliação; é nessas universidades que se oferece a melhor formação de profissionais de nível superior, como atestado pelo próprio Ministério da Educação; é nas universidades federais que são titulados mais da metade dos mestres e doutores do país; e é nas universidades federais que se produz parte expressiva da ciência e da inovação que geram riqueza e renda para a sociedade brasileira. Por isso, o que está em risco é o futuro do país, não apenas o pagamento das contas do ano de 2017; por isso, é indispensável defender as condições de funcionamento das universidades públicas federais.


Brasília, 24 de agosto de 2017.
Conselho Pleno da ANDIFES

Ensino nas Ciências da Saúde


Mestrado em Ensino nas Ciências da Saúde






O Ensino na Saúde exige conceitos próprios, processos pedagógicos adequados a sua peculiaridade, metodologias de ensino adaptadas à complexidade das ações em saúde.
Em 2010, a CAPES lançou o Pró-Ensino na Saúde com o objetivo de oportunizar o desenvolvimento de pesquisas na área. A Faculdades Pequeno Príncipe, selecionada em um projeto em Rede que conta também com as Universidades Federal de Santa Catarina (UFSC) e Estadual de Londrina (UEL), criou a linha de pesquisa em Ensino na Saúde. Na mesma época, foi criado e registrado no CNPQ o grupo PENSA (Pesquisa em Educação na Saúde). Com isso, houve um fortalecimento da produção de artigos científicos dessas três instituições.
A extensa procura pela linha de pesquisa e a consistência do grupo de pesquisa PENSA, levaram à criação do Programa que tem por objetivo valorizar a formação do professores e pesquisadores por meio do amplo debate das mudanças e possibilidades nos novos currículos e práticas profissionais na saúde, do modelo de trabalho em rede e do estímulo interpessoal como potencializadores da produção individual e coletiva, levando à condição necessária para consolidação das mudanças na atuação e contribuindo para novos conhecimentos no SUS.
Linhas de Pesquisa:
I: Currículo, processos de ensino-aprendizagem e avaliação na formação em Saúde.
II: Educação Permanente e Integração entre ensino, serviços de saúde e comunidade.
III: Gestão Acadêmica e no Sistema de Saúde.

Informações gerais:
· Área Básica: Multidisciplinar
· Área de Avaliação: Ensino
· Habilitação: Mestrado Acadêmico
· Total de vagas: 30
· Regime de matrícula: Anual
· Duração do curso: 24 meses
· Carga horária total/créditos: 420 h/35 créditos
· Coordenação: Prof.ª Dr.ª Izabel Cristina Meister Martins Coelho



O edital completo do Processo Seletivo pode ser acessado aqui:
EDITAL Nº 015/2017 – SELEÇÃO DE CANDIDATOS ÀS VAGAS DO CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO NAS CIÊNCIAS DA SAÚDE PARA INÍCIO EM 2018

terça-feira, 29 de agosto de 2017

domingo, 20 de agosto de 2017

Eventos médicos



Fim do patrocínio médico em eventos: avanço ético na relação entre indústria e profissionais de saúde

Carlos Goulart

 

 

A partir de 1º de janeiro de 2018, as empresas associadas da ABIMED -Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde – ficarão proibidas de patrocinar a participação de profissionais de saúde em eventos promovidos por terceiros. Dessa forma, elas não poderão custear passagens aéreas, inscrição, alimentação ou hospedagem desses profissionais em eventos como congressos e simpósios médicos.

Essa iniciativa acompanha os principais avanços éticos em curso no mundo e está sendo implementada também por entidades internacionais do setor de produtos para saúde, como a MedTech Europe, da qual fazem parte a EUCOMED (Associação Europeia da Indústria de Tecnologia Médica) e a EDMA (Associação Europeia dos Fabricantes em Diagnósticos).

A data de 1º de janeiro de 2018, também adotada pela EUCOMED, foi escolhida pela ABIMED com o propósito de dar tempo ao mercado para se ajustar à mudança de paradigma, para que indústria e representantes dos profissionais de saúde buscassem alternativas de capacitação, afastando o risco de se criar um vácuo de educação médica continuada no país.

Diante desse cenário, já no final de 2014 a ABIMED anunciou a proibição vindoura a seus associados. O próprio Código de Conduta da Associação, revisto naquele ano, passou a incorporar a nova medida. Muitas companhias, inclusive, já abandonaram a prática do patrocínio.

Para as empresas de tecnologia médica, a interação com profissionais de saúde é fundamental e parte do seu cotidiano. Além de participar dos processos de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos, são eles que utilizam as novas tecnologias.  De sua habilidade, destreza e conhecimento acerca dos equipamentos e dispositivos médicos depende o sucesso das intervenções realizadas nos pacientes.

Por esta razão, é responsabilidade das empresas prover instrução adequada, treinamento e suporte técnico a esses profissionais como meio de assegurar para os pacientes a utilização segura e eficaz desses dispositivos.

Para cumprir essa missão e diante da vigência das novas regras, a partir de 1º de janeiro de 2018 as empresas poderão, a seu critério, dar suporte a congressos científicos, mas o patrocínio poderá ser dirigido apenas às sociedades médicas que os organizam e não mais aos profissionais de saúde.

O financiamento aos organizadores de eventos terá o propósito exclusivamente educacional e será estabelecido em contrato que dê total transparência às atividades desenvolvidas, à destinação dos recursos e valores envolvidos.

Além disso, as empresas poderão continuar a promover suas próprias atividades de educação médica, como já ocorre hoje, por meio de parcerias com universidades, sociedades médicas, web conferência, ou capacitação na própria empresa. Essa interação também continuará sendo regida por contratos claros e transparentes.

Medidas como o fim do patrocínio médico a eventos de terceiros refletem uma inequívoca e bem-vinda evolução no campo da Ética. Hoje, o mundo todo discute a importância de se dar maior transparência às relações entre os players da saúde e busca implementar medidas para prevenir e mitigar conflitos de interesse.

O próprio Código de Conta da ABIMED, – que desde 2006 estabelece um conjunto de princípios para orientar a atuação e relacionamento de suas associadas, já passou por quatro revisões e se prepara para realizar mais uma – é um reflexo das transformações éticas que ocorreram na última década.

Para a ABIMED é importante que práticas que deem transparência cada vez maior à cadeia de produtos para saúde se estendam a todo o mercado, para que possamos promover, de fato, uma mudança cultural na maneira de fazer negócios no país.

*Carlos Alberto P. Goulart é presidente-executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde

 

Humanização



Ver e ouvir para uma medicina mais humanizada


Acadêmicos do primeiro nível do curso de Medicina participaram de oficinas de sensibilização por meio da imagem

O programa de extensão ComSaúde, vinculado à Faculdade de Medicina (FM) e à Faculdade de Artes e Comunicação da Universidade de Passo Fundo (FAC/UPF), promoveu na tarde dessa quarta-feira, 16 de agosto, uma atividade com os acadêmicos do curso de Medicina nível I. A atividade integrou a disciplina de Saúde Coletiva, ministrada pela professora Carla Gonçalves. Os acadêmicos, divididos em dois grupos, participaram de dois momentos diferentes: uma oficina com o tema “Leitura de imagem e narrativa visual”, com a professora e coordenadora do ComSaúde, Cristiane Barelli, e uma visita guiada à exposição “Olá, cidade”, com a professora Fabiana Beltrami, autora da exposição e também integrante do programa. As atividades aconteceram na Galeria Estação da Arte, no Parque da Gare. 

 Foto: Gelsoli Casagrande

A atividade, de acordo com a professora Cristiane Barelli, faz parte do objetivo da Universidade de promover a curricularização da extensão, ou seja, levar as atividades dos projetos de extensão para dentro dos cursos de graduação, integrando-se com as disciplinas. A ideia de levar essa atividade para a disciplina de Saúde Coletiva foi, ainda segundo ela, com o objetivo de sensibilizar o olhar dos acadêmicos para que eles possam ser preparados para uma comunicação sensível com os pacientes, com as famílias e com as comunidades. “Daqui a alguns dias eles vão fazer diagnósticos de comunidade, vão visitar bairros, conversar com as pessoas, então a gente entendeu que como eles recém chegaram na Universidade e vem de um mundo que às vezes estava meio fechado, focados em passar no vestibular, seria importante abrir esse olhar deles de uma forma mais crítica, mais sensível, mais respeitosa”, explicou a professora. 

Imagem e sensibilização
 
Para promover essa sensibilização, as professoras escolheram a imagem como ferramenta. Para a professora Cristiane, para que a comunicação na saúde seja efetiva, é preciso que tenha elementos de sensibilidade e de escuta ativa e a imagem tem a capacidade de despertar isso nos acadêmicos. “Nós estamos investindo em quem vai ouvir pessoas, mas queremos também que eles trabalhem em se ouvir, porque eles são seres humanos antes de serem médicos. Quanto mais humanos forem, certamente serão médicos mais humanizados. A ideia de trabalhar essa mediação da leitura da imagem é para quebrar essa dureza do cotidiano também. A gente passa todo dia na mesma rua e não observa detalhes e isso vai endurecendo a gente, vai nos distanciando do que é mais importante na vida que é esse cuidar do outro e cuidar de si”, comentou. 

 Foto: Gelsoli Casagrande

Na opinião da professora Fabiana Beltrami, autora da exposição “Olá, cidade!”, que foi patrocinada pelo programa ComSaúde e propõe um olhar sobre a cidade de Passo Fundo em comemoração aos 160 anos do município, a ideia é justamente fazer com que os alunos possam ver os espaços pelos quais circulam, como são constituídos, como as pessoas se relacionam com ele.  “Aqui na exposição eles podem ver um olhar mais aproximado de coisas que não enxergam no seu cotidiano, de tentar ver melhor os detalhes da cidade, de perceber o quanto é importante o cuidado em se ver, em olhar aquilo que está diante deles de uma forma reflexiva, sem julgamentos. Ter essa experiência de que estar na cidade, estar no bairro também é uma vivência, faz parte da nossa saúde”, ressaltou a professora que acredita que como profissionais da medicina, os acadêmicos precisam desse cuidado de se ver. “Quando eu estou na cidade e eu a observo, eu tenho muito mais propriedade em participar dela, em cuidar dela e no caso de um médico, quando ele está tratando uma doença, esse olhar, esse cuidado de aprofundar o que ele vê, o que ele pergunta, o que ele questiona para as pessoas e a fotografia ajuda nisso. Não é à toa que a fotógrafa Dorothea Lange dizia que a fotografia ensina a ver”, finalizou Fabiana.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Lectures in Medical School



Saying Goodbye to Lectures in Medical School — Paradigm Shift or Passing Fad?

Richard M. Schwartzstein, M.D., and David H. Roberts, M.D.
N Engl J Med 2017; 377:605-607August 17, 2017DOI: 10.1056/NEJMp1706474

“Become a doctor, no lectures required.”1 This headline about the University of Vermont’s proposed new approach to medical education generated considerable controversy. Although this proposed change is more drastic than the curriculum reform taking place at other medical schools, the movement away from traditional lecture-based courses has been under way in U.S. medical schools for more than three decades. Transformation began with the introduction of problem-based learning; more recently, lecture-based teaching has increasingly been replaced by team-based learning, interprofessional education, and exercises integrating clinical medicine and basic science. But are the newest proposed changes evidence-based, or are they merely the latest fad in medical education? Are all lectures to be avoided?
Most physicians today readily acknowledge that the biomedical information available exceeds what one person can learn and retain. Questions remain, however, regarding how much content students must learn, whether that learning is best done in traditional classroom settings, and what else is required for medical trainees to become successful lifelong learners and adaptable practitioners. The ubiquitous presence of personal and institutional technology permits rapid access to medical information and enables educators to focus on helping students develop a deeper understanding of human health and disease, problem-solving skills, and the ability to transfer knowledge learned in one context to another situation.2 Educators giving a traditional lecture with dozens of content-heavy PowerPoint slides may confuse what they teach with what students learn: the fact that a teacher has presented a piece of information does not mean that students have learned it. In fact, cognitive-load theory suggests that our brains are limited in the amount of information they can process at a time3; 60 slides in 45 minutes may seem like an efficient way to teach, but it is unlikely to be an effective way to learn.
Students learning new material may be deceived by the illusion of knowing and the fallacy of understanding.2 When students hear or read material that is fluent and well presented, it is common for them to believe they have now mastered the content. When confronted with a problem that requires application of that information, however, they may realize that their understanding is superficial at best.
To promote more thorough understanding and enhance problem-solving skills and self-directed learning — critical skills for a doctor who will be practicing for 30 to 50 years and, in the case of self-directed learning exercises, a new requirement for accreditation established by the Liaison Committee on Medical Education — medical schools have begun emphasizing active learning and team-based activities. Acquisition of information occurs largely outside the classroom: in accordance with principles derived from cognitive science, factual content is presented in study assignments that aren’t overwhelmingly long, and the content is interspersed with questions or problems to ensure that students can assess their level of understanding.
In the classroom, learning can be facilitated by the instructor, but it must be driven in large part by the student. Case vignettes are important for establishing the relevance of the material. Questions can be posed in a manner that requires retrieval of information, which solidifies memory but also compels students to view information from a new perspective and transfer it to the context of the given case. Instead of posing questions that begin with “what” (e.g., “What are the causes of hypotension?”), instructors can use “how” and “why” questions (e.g., “How do you think about blood pressure control?”; “Why would this patient be hypotensive under these conditions?”). Asking students to compare a new case or example with one they discussed the previous week further facilitates the transfer of knowledge.3 Questions for which there can be multiple right answers can be the most compelling because they encourage discourse and generation of contrasting hypotheses. Time must be allowed for students to work in groups to discuss thoughts, test ideas (both theirs and others), and begin to learn how to think like a doctor. These activities require more effort from students than it takes to memorize facts, but they are also more effective for learning and retaining knowledge.2
This so-called flipped classroom approach is well suited to students who are members of the millennial generation.4 These young adults are digital natives — they have grown up with technology and are intimately familiar with it. Raised to be part of teams, they thrive in collaborative environments. They are accustomed to finding information online and learn best from visually appealing content that keeps them engaged and is presented in short segments (such as videos that are less than 10 minutes long). The traditional lecture will quickly lose the attention of many of these students, and an unengaged student is not learning.
The early returns from this approach have been encouraging, particularly in college science courses and in the dozen or so medical schools that are implementing new curricula using these pedagogical methods (see photo)
Faculty and Students Interacting in Learning Studios at Harvard Medical School.). In a randomized, controlled trial comparing an early version of the flipped classroom with traditional problem-based learning tutorials, students found the alternative learning environment to be more engaging and thought-provoking.5 Students who had performed relatively poorly in prior courses had a statistically significant improvement in their exam scores — possibly because interacting with their peers and sharing their ideas prepared them better. Faculty using a flipped-classroom approach often feel liberated from the tyranny of the requirement to “cover” everything. Since acquisition of information is accomplished by the student outside class, interactions between teachers and students can focus on content that is difficult to understand and on the application of new concepts to real-world problems.
So is the lecture dead? If “lecture” refers to the traditional picture of a professor standing in front of and talking at a large group of students who are passively absorbing information, then yes, we believe medical schools should be largely abandoning that teaching format. But if it describes large-group interactive learning sessions with students who have prepared in advance, with frequent questions directed at the audience, time set aside for group discussion, and use of audience-response systems (to poll students on a question to assess for understanding, for example), then we believe an interactive lecture-style format should remain an option and can be an effective teaching tool.
As we look to the future of medical education, we believe it’s important to avoid zealotry with respect to pedagogical approaches, including the insistence that team-based learning methods must adhere to specific criteria or that no deviation from pure problem-based learning is allowed. We can often serve our students best by fusing elements of various methods, such as team-based or case-based learning and interactive large-group learning sessions, rather than feeling obliged to adhere to a particular format. But we must also use evidence-based approaches whenever possible and rigorously evaluate our innovations, acknowledging that important outcomes may include student engagement and problem-solving skills, team dynamics, and the learning environment as much as exam scores. In our daily lives as clinicians, we aim to create a culture of continuous quality improvement. We should strive to create the same culture in our educational lives.



References

  1. 1
    Straumsheim C. Become a doctor, no lectures required. Inside Higher Ed. September 26, 2016 (https://www.insidehighered.com/news/2016/09/26/u-vermont-medical-school-get-rid-all-lecture-courses).
  2. 2
    Brown PC, Roediger HL III, McDaniel MA. Make it stick: the science of successful learning. Cambridge, MA: Harvard University Press, 2014.
  3. 3
    de Jong T. Cognitive load theory, educational research, and instructional design: some food for thought. Instr Sci 2010;38:105-134
    CrossRef | Web of Science
  4. 4
    Roberts DH, Newman LR, Schwartzstein RM. Twelve tips for facilitating Millennials’ learning. Med Teach 2012;34:274-278
    CrossRef | Web of Science | Medline
  5. 5
    Krupat E, Richards JB, Sullivan AM, Fleenor TJ Jr, Schwartzstein RM. Assessing the effectiveness of case-based collaborative learning via randomized controlled trial. Acad Med 2016;91:723-729
    CrossRef | Web of Science | Medline

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

SUS nas Mídias




DEBATE: "O SUS EM FOCO NAS SÉRIES TELEVISIVAS" 24/08/017
Com Ana Petta e Newton Cannito (Unidade Básica)
Márcio Maranhão e Márcio Alemão (Sob Pressão)
Maurício Stycer (UOL)
Mediação de Ricardo Teixeira (Faculdade de Medicina/USP).
Transmissão online pela Rádio Web Saúde USP

Local: Faculdade de Saúde Pública
Horário: 18:00 - 20:30
Mais Informações no Evento: https://www.facebook.com/events/704157829775192/









terça-feira, 15 de agosto de 2017

Qualificação do Ensino de Graduação



Método de ensino é só a ponta do iceberg, sinaliza especialista em evento da graduação


O professor Paulo Marcondes, da UFSC
 Paulo Marcondes, docente da Universidade Federal de Santa Catarina e ex-aluno da Unicamp na engenharia elétrica e de computação

“O método é só o instrumento, a ponta do iceberg. Mas o que faz esse iceberg 'flutuar' é o que lhe dá sustentação”, assinalou Paulo Marcondes, docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), durante evento realizado no auditório do GGBS da Unicamp. Ele falou a coordenadores de cursos de graduação, a docentes PED’s, PAD’s e a interessados. O evento está ocorrendo com transmissão AO VIVO.

Essa atividade vinculou-se ao Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizado (EA)2 da Pró-Reitoria de Graduação (PRG), chamada RenovaGrad, que visa ao aprimoramento do ensino na graduação da Unicamp, discussão de práticas de ensino inovadoras, questões pedagógicas, metodologias ativas e ambientes virtuais de aprendizagem. O professor Paulo Marcondes inaugurou as atividades da RenovaGrad.

Paulo Marcondes refletiu sobre “O uso de recursos eletrônicos para qualificar o ensino de graduação”, em conferência dialogada. Ele comentou com o público que a escola como é conhecida hoje teve origem na Idade Média. "A sala de aula ainda permanece nos mesmos moldes. Foi um modelo de sucesso. Ocorre que ele não funciona mais”, desmistificou.

O docente disse que é preciso trilhar caminhos diferentes no ensino, outra lógica, pois a que está em voga não está mais atraindo os jovens, sobretudo na graduação. Na Idade Média, pressupunham-se dois modelos: o Trivium (ciclo básico) e o Quadrivium (ensino aplicado). "O processo é praticamente o mesmo. Criou-se um manual de como montar uma escola, no qual se prescreve como deve ser a governança, o ensino, os ciclos, a prova, a sala de aula, etc. Estudamos mediante esse modelo que hoje é, com certeza, inadequado para a vida contemporânea”, frisou.

Segundo ele, com a internet, atualmente os alunos checam o que os seus professores estão falando praticamente in loco e se desinteressam com os conteúdos muitas vezes distantes de sua realidade. Por outro lado, reconhece que muitos alunos são bem-sucedidos profissionalmente porque aprenderam, em grande parte, nas atividades de extensão que foram incluídas no currículo. 

Coordenadores de cursos de graduação, docentes e interessados participaram do evento
Eliana Amaral com coordenadores de cursos de graduação, docentes e interessados que participaram do evento

Em sua opinião, é necessário agir no âmago da questão, criando uma certa insegurança para que novos conceitos surjam. “Uma área importantíssima hoje são as comunidades de prática”, revela. É um grupo que se une para tratar de um tópico ou de um interesse. Essas pessoas trabalham juntas para encontrar meios de melhorar o que fazem, resolvendo um problema da comunidade ou tendo um aprendizado diário, através da interação sistemática. O termo foi chancelado por Etienne Wenger e Jean Lave em 1991.

“A comunidade que usa o WhatSapp é uma comunidade de prática, entretanto nem sempre usa essa ferramenta como poderia no ensino”, declarou ele. "Numa comunidade de prática, o papel docente é o de facilitador, com a lógica de aprender com o grupo", explicou. A Unicamp tem o maior número de iniciativas nessa linha com a presença das diversas ligas estudantis, lembrou Eliana Amaral, durante debate com o palestrante.

Paulo fez um apanhado geral do que seria criar uma competência para o trabalho docente ou de educação, bem como falou da teoria de aprendizagem e as ferramentas disponíveis para os professores usarem com seus grupos de alunos. À tarde, ampliou o tema, quando ministrou uma oficina no mesmo auditório sobre alguns métodos ativos de ensino e aprendizagem.

O médico contou que mudou para a UFSC a fim de implantar um curso de medicina novo dentro do programa de expansão Mais Médicos. Foi para criar um projeto pedagógico diferente. “Agora, nosso projeto pedagógico não tem em seu planejamento aulas teóricas. É baseado inteiramente em métodos ativos de ensino-aprendizagem. O curso vai começar no ano que vem e, em seguida, vamos fazer a sua implantação em outras escolas de medicina públicas do país."

Vários grupos pensam nesse tipo de ação atualmente. “Temos o Programa Faimer Brasil de Desenvolvimento Docente e a rede internacional The Network Towards Unit for Health, a qual procura interferir na formação e fazer a inserção da escola na comunidade, promovendo mudanças do serviço de saúde”, informou Paulo, cuja formação é em medicina, com mestrado e doutorado em engenharia elétrica e de computação pela Unicamp no ano de 2000. Fez outro mestrado em Illinois, EUA, em educação para profissionais de saúde. Também foi supervisor de residência de medicina da família por vários anos. Com essa experiência, ele observou até aqui que uma das maiores dificuldades no curso de medicina é a implantação das diretrizes curriculares, visto que exige uma mudança de mentalidade. 

O convidado frisou que pretende desenvolver colaborações com a PRG da Unicamp, ao que acrescentou Eliana Amaral, titular dessa Pró-Reitoria, que estão sendo propostas mudanças, ativação e renovação. “Ao longo de nossa trajetória, acabei encontrando Paulo em trabalhos relacionados à tecnologia do ensino na área da saúde, num programa internacional de desenvolvimento para profissionalização da docência. Ele é um dos membros do grupo gestor dessa iniciativa. Então, pensando na transição pela qual estamos passando, não só na saúde, Paulo é uma pessoa bastante instrumental porque conhece a Unicamp e, como já trabalhou em grandes instituições, acabou enfrentando muitas transições. Pretendemos realizar mais dessas dobradinhas, trazendo convidados para desenvolverem várias atividades e para oferecerem sua experiência às diversas unidades da nossa Universidade", realçou Eliana Amaral. Nessa terça-feira (15), Paulo Marcondes passará o dia na Faculdade de Ciências Médicas fazendo atividades junto à pós-graduação.

Paulo conversa com professores e coordenadores sobre a graduação

 

Créditos:
Edição de imagem:  Paulo Cavalheri