quinta-feira, 28 de maio de 2009

Redação de artigos científicos

Scientific writing: a randomized controlled trial comparing standard and on-line instruction.

Amruta Phadtare , Anu Bahmani , Anand Shah and Ricardo Pietrobon
BMC Medical Education 2009, 9:27 doi:10.1186/1472-6920-9-27

Published: 27 May 2009
Abstract (provisional)

Background
Writing plays a central role in the communication of scientific ideas and is therefore a key aspect in researcher education, ultimately determining the success and long-term sustainability of their careers. Despite the growing popularity of e-learning, we are not aware of any existing study comparing on-line vs. traditional classroom-based methods for teaching scientific writing.
Methods
Forty eight participants from a medical, nursing and physiotherapy background from US and Brazil were randomly assigned to two groups (n = 24 per group): An on-line writing workshop group (on-line group), in which participants used virtual communication, google docs and standard writing templates, and a standard writing guidance training (standard group) where participants received standard instruction without the aid of virtual communication and writing templates. Two outcomes, manuscript quality was assessed using the scores obtained in Six subgroup analysis scale as the primary outcome measure, and satisfaction scores with Likert scale were evaluated. To control for observer variability, inter-observer reliability was assessed using Fleiss's kappa. A post-hoc analysis comparing rates of communication between mentors and participants was performed. Nonparametric tests were used to assess intervention efficacy.
Results
Excellent inter-observer reliability among three reviewers was found, with an Intraclass Correlation Coefficient (ICC) agreement = 0.931882 and ICC consistency = 0.932485. on-line group had better overall manuscript quality (p=0.0017, SSQSavg score 75.3 +/- 14.21, ranging from 37 to 94) compared to the standard group (47.27 +/- 14.64, ranging from 20 to 72). Participant satisfaction was higher in the on-line group (4.3 +/- 0.73) compared to the standard group (3.09+/-1.11) (p=0.001). The standard group also had fewer communication events compared to the on-line group (0.91 +/- 0.81 vs. 2.05 +/- 1.23; p=0.0219). Conclusion: Our protocol for on-line scientific writing instruction is better than standard face-to-face instruction in terms of writing quality and student satisfaction. Future studies should evaluate the protocol efficacy in larger longitudinal cohorts involving participants from different languages.

A versão provisória do trabalho encontra-se disponível em
http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1472-6920-9-27.pdf

Pagamento do FIES com trabalho

Estudante de licenciatura e de medicina poderá pagar Fies com trabalho, diz MEC

Claudia Andrade, em Brasília & Simone Harnik, em São Paulo

UOL Educação 27/05/009.

Os estudantes de cursos de licenciaturas, voltados para a formação de professores, e de medicina poderão pagar o Financiamento Estudantil (Fies) por meio de serviços à comunidade. A proposta será enviada ao Congresso, segundo informou o MEC (Ministério da Educação) nesta quarta (27).Os universitários que quiserem ser professores poderão atuar em escolas públicas. Já os alunos de medicina terão a chance de ingressar no programa de saúde da família. "Com o exercício profissional, os estudantes poderão quitar 1% da dívida consolidada a cada mês. Em cem meses [oito anos e quatro meses], sem despender R$ 1, o estudante quita seu financiamento", afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O novo código de ética médica

O Conselho Federal de Medicina Junto com a Abem está fazendo uma revisão do código de ética médica.
Acessando este site, voces poderão acompanhar as sugestões de mudança : http://www.abem-educmed.org.br/revisao_cem
As possíveis sugestões e correções podem ser enviadas até o dia 10 de junho próximo para o e-mail:
eticamedica@abem-educmed.org.br

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nova Avaliação pelo Cremesp

O Cremesp tem a intenção de aplicar nova prova de avaliação dos egressos das escolas médicas de São Paulo.
Antes que se iniciem as manifestações dos prós e contras, em que se pese os fatores coletados e apontados pelo Cremesp pela alta incidência de processos contra médicos, acredito que devamos refletir um pouco sobre a escola médica.
Temos um sistema de avaliação que nos permita avaliar este aluno como um todo na sua formação ética/conhecimento?
Se o currículo tem que evoluir porque o 'ser médico' tornou-se mais complexo, por que é que dentre tantas propostas de novos curriculos, metodologias de ensino, continuamos a falhar em determinados pontos?
Vejo alunos me perguntarem o que fazer em um ou outro caso clínico, mas não ouço a simples pergunta:'E se eu falhar?' Eu sou falível?' O que fazer ?
Vejo a ansiedade dos que se formam em querer ser bons médicos; mas o que é ser um bom médico?
Com o mentoring sendo aplicado em nossa escola (UEM), acredito que tenha o oportunidade de me aproximar mais do aluno e talvez conseguir passar o mensagem do que é a profissão de médico. Sinto muito mais efetividade do que participar de discussões sem fim sobre o ensino médico (se me permitem polemizar), pois não vejo a parte em que se tenta formar melhores professores. A essência do que é ser mestre perpassa muito além do que ser mero avaliador.
Abro aqui um local para ampla discussão com alunos e professores.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Escola de Educação Permanente da FMUSP

HC cria Escola de Educação Permanente

Agência FAPESP – 13/05/009

O Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) lançou sua Escola de Educação Permanente (EEP).

A EEP funciona dentro do hospital, em um prédio de dois andares próximo ao Instituto de Ortopedia e Traumatologia, com a proposta de padronizar e ampliar a oferta da FMUSP de cursos para profissionais de saúde.

Segundo a Secretaria da Saúde de São Paulo, serão oferecidos cursos de especialização, aperfeiçoamento, extensão universitária, atualização e difusão, nas áreas técnica, médica e não médica, esta última voltada para profissionais como enfermeiros e psicólogos, de modo a contribuir com o aprimoramento do ensino, pesquisa e assistência à saúde.

O HC é uma autarquia estadual vinculada à Secretaria da Saúde para fins de coordenação administrativa e associada à FMUSP para fins de ensino, pesquisa e prestação de ações e serviços de saúde.

Além de aulas presenciais, a iniciativa oferecerá cursos a distância por meio de parceria com o Departamento de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP.

A expectativa é que, com a Escola de Educação Permanente, os cursos sejam sistematizados e tenham um suporte mais adequado, uma vez que anteriormente cada instituto do complexo oferecia seus próprios cursos sem padronização.

Mais informações: http://www.estacaodigitalmedica.com.br/eep

Periódicos brasileiros no WoS

Questão de qualidade

14/5/2009

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A ciência brasileira ganhou mais visibilidade global: o número de revistas científicas nacionais indexadas na base de dados internacional Web of Science-ISI (WoS) aumentou 205% entre 2002 e 2008.

A razão do aumento, de acordo com especialistas em cientometria e com a empresa Thomson Reuters, responsável pela WoS, é o crescimento do interesse mundial pela pesquisa científica brasileira, considerada de alta qualidade.

Esse aumento da presença brasileira na base WoS não significa que a produção científica nacional tenha crescido no mesmo percentual. Segundo pesquisadores da área de cientometria, ouvidos pela Agência FAPESP, a declaração do ministro da Educação Fernando Haddad de que teria ocorrido no Brasil um aumento de 56% no número de artigos publicados em apenas um ano (de 2007 a 2008), o que seria inédito no país e no mundo, não se justifica.

Segundo José Claudio Santos, gerente regional da Thomson Scientific para a América do Sul, desde 2006 a empresa tem procurado agregar à base de dados uma maior quantidade de conteúdos da região. Com a inclusão de novos periódicos, a presença brasileira na base aumentou 56% de 2007 para 2008.

“A comunidade internacional estava cobrando isso, porque estão sendo divulgadas continuamente notícias sobre a excelente qualidade da produção científica brasileira, especialmente nas áreas de energias alternativas, agricultura e ciências sociais. Havia demanda por um conjunto de dados que não tínhamos na base e começamos a indexar informação”, disse Santos à Agência FAPESP.

"O que aumentou foi a presença latino-americana na base de dados e o Brasil liderou esse processo de crescimento, o que é excelente. Mas isso não ocorreu devido aos investimentos do governo em ciência, como foi dito. Os investimentos continuam baixos. A razão maior foi que nos dois últimos anos foram indexadas novas revistas”, disse Rogerio Meneghini, coordenador científico do programa Scientific Electronic Library Online (SciELO), criado em 1997 por meio de uma parceria entre a FAPESP e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).

Segundo Meneghini, além da nova orientação da Thomson para englobar países em desenvolvimento, a empresa tem concentrado o foco em áreas temáticas como mudanças climáticas, biodiversidade, saúde pública e algumas disciplinas das ciências sociais. “O Brasil estava bem em todas essas áreas e, por conta disso, acabou se destacando entre os outros países do continente que ganharam mais espaço na WoS”, explicou.

Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo de 12 de maio, Meneghini desmentiu a versão que atribuía aos investimentos federais um suposto aumento na produção científica. Para ele, é possível que o governo tenha se equivocado ao deparar com os dados da WoS.

“Os dados sobre o aumento da indexação de periódicos brasileiros na WoS não estão disponíveis na internet. Eu os obtive à parte. Quando o governo alardeou os números como se fossem fruto de seus investimentos, logo percebi o equívoco. Acredito, supondo boa fé, que eles tenham se empolgado com os ótimos números e assim chegaram a conclusões erradas”, afirmou um dos principais especialistas brasileiros em cientometria.

Meneghini destaca que mais investimentos públicos nas revistas científicas brasileiras poderiam aumentar ainda mais a visibilidade da ciência nacional.

“Seria preciso criar certas políticas. Não basta investir dezenas de milhões de dólares anualmente para manter um portal que dá aos cursos de pós-graduação acesso às revistas nacionais – embora esse seja um produto importante. É preciso também investir nas revistas nacionais, o que não é feito”, afirmou.

De acordo com Santos, os critérios da Thomson para a indexação de revistas impressas e eletrônicas permanecem os mesmos. "Só são indexadas na base as revistas que obedecem a cinco critérios básicos: habilidade de publicar e distribuir a tempo; uso de convenções internacionais para a parte editorial; publicação preferencial em inglês; conteúdo editorial – como resumos e palavras-chave – também em inglês; e diversidade internacional”, explicou o responsável pela área comercial, editorial e de estudos bibliométricos da Thomson no continente.

O aumento da participação latino-americana na base WoS, segundo Santos, foi de 154% entre 2002 e 2008. “Em 2002, tínhamos 63 revistas do continente indexadas. Fechamos 2008 com 160, sendo 64 delas revistas brasileiras. De todos os países – Brasil, México, Chile, Argentina e Colômbia –, o Brasil foi o que mais teve aumento no número de indexações: 205%.”

Conclusões distorcidas

Para Leandro Innocentini Lopes de Faria, professor do Departamento de Ciência da Informação do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), independentemente da maneira como foi divulgado, o aumento da presença brasileira na WoS é animador – com a nova situação, o país passa da 15ª para a 13ª posição entre os países com mais artigos publicados na base de dados.

“A maneira de divulgar é que foi um tanto estranha, já que o suposto crescimento da produção científica era artificial, provocado pelo aumento do número de periódicos. Mas a boa notícia é que a ciência brasileira ganhou mais espaço”, afirmou o professor.

Lopes de Faria é autor de estudo com base na WoS e no Portal Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que será publicado na próxima edição dos Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo, da FAPESP.

“Nos indicadores que criamos, analisamos a produção científica considerando que a base de dados utilizada tem uma coleção constante. Se o universo de revistas é o mesmo, podemos calcular o crescimento da produção científica a partir dali. Entretanto, a partir do momento em que a WoS aumenta o número de revistas indexadas, não se pode mais comparar com o ano anterior, ou as conclusões ficariam obviamente distorcidas”, afirmou.

Segundo Lopes de Faria, o banco de dados da WoS vinha sendo frequentemente utilizado para a produção de indicadores justamente por manter uma coleção constante de revistas. Em contrapartida, o ponto negativo da base era o fato de que esse conjunto, embora estável, tinha pouca representação de revistas brasileiras.

“A falta de periódicos brasileiros era muito criticada e agora está havendo um ajuste, deixando o conjunto mais representativo. Mas se trata de um momento de mudança, o que inviabiliza análises conclusivas neste momento. A base só poderá ser usada agora para avaliar o crescimento da produção científica dentro de alguns anos, a não ser que a WoS faça uma inclusão retroativa das edições das novas revistas indexadas que foram publicadas nos últimos anos”, explicou.

Importância do SciELO

Segundo Abel Packer, diretor da Bireme e um dos idealizadores do SciELO, ao lado de Meneghini, a melhora na qualidade dos periódicos nacionais foi decisiva para o aumento de sua presença na WoS.

“Embora tenham ampliado os critérios, eles não os relaxaram. O fato é que há uma grande melhora nos periódicos, que vem sendo explicitada pelo SciELO. Com isso, ficou impossível para os organismos internacionais ignorar a ciência que vem sendo feita no Brasil”, afirmou.

Para Packer, o programa apoiado pela FAPESP teve um papel proativo no registro de um aumento das publicações científicas latino-americanas. “O SciELO demonstrou que temos um conjunto significativo de periódicos de qualidade que merece indexação internacional. Temos contribuído para dar às revistas brasileiras maior visibilidade nacional e internacional, o que se reflete em um número grande e crescente de downloads de artigos nas coleções SciELO, além do aumento do número de citações, que reflete o impacto dessa produção científica”, disse.

Ao longo do desenvolvimento da coleção SciELO, uma série de periódicos atingiu um número de fator de impacto maior que 1, algo então inédito no país. Isso se deveu, segundo Packer, à constante avaliação crítica feita pelo programa em sua seleção de artigos, cuja consequência é uma melhora de qualidade gradual dos periódicos.

“Gostaria de fazer uma crítica aos índices internacionais como a WoS, que sempre olharam nossos periódicos como produtos de segunda categoria. Chamávamos há muito tempo a atenção para que nossas revistas tivessem uma cobertura mais ampla devido à sua qualidade. Finalmente obtivemos sucesso, mas essa mudança chegou bem tarde”, destacou.

Mais qualidade

Para a cientometrista Jacqueline Leta, professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a notícia de que o Brasil agora passa a ser o 13º país do mundo com mais artigos publicados na WoS deve ser comemorada.

“É uma excelente notícia. O que é ruim é a forma como foram apresentadas as causas desse crescimento – ele foi causado muito mais pela inserção de mais periódicos na base WoS do que por um aumento das publicações. A Capes tem grandes méritos, mas não fez nada sozinha”, disse.

Essa indexação de novos periódicos brasileiros, segundo ela, foi resultado de uma grande negociação e muitas articulações feitas entre a Thomson e a comunidade científica brasileira.

“Houve todo um processo editorial que levou à melhora em todos os quesitos das revistas, desde a submissão até a publicação. Tudo isso garantiu a esse periódicos uma avaliação melhor. Se não tivessem qualidade, também não entrariam na base”, apontou.

Segundo Jacqueline, é preciso ressaltar que as bases como a WoS têm limites de catalogação de periódicos. Por isso seus organizadores restringem a indexação às revistas com maior reconhecimento mundial. “As bases fazem um recorte na literatura científica mundial. Não haveria capacidade técnica ou econômica para incluir todos os periódicos do mundo”, explicou.

Os periódicos dos Estados Unidos, segundo Jacqueline, tradicionalmente dominam as bases de dados da WoS. “Se pensarmos em termos demográficos, talvez a China tenha o maior número de periódicos do mundo, mas não está representada de forma tão concentrada como outros países de grande tradição científica. Por isso, a produção científica de um país não é necessariamente proporcional ao número de artigos publicados na base. Os números precisam sempre ser entendidos levando-se em conta a dimensão da base”, disse.

Pesquisa científica brasileira em alta


Produção Científica Brasileira Cresceu
14/05/2009

O número de artigos publicados por pesquisadores brasileiros subiu 56% em um ano. Em 2008, foram publicados 30.415 trabalhos. No ano anterior a produção brasileira tinha sido de 19.436. Com este crescimento, o Brasil passou a ser responsável pela contribuição de 2,12% dos artigos de 183 países.
O ranking mundial da Web of Science possui um banco de dados com cerca de 10 mil periódicos.

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) afirma que este crescimento é o resultado da atuação de universidades e centros de pesquisa. Os treze países que mais produzem conhecimento científico são: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá, Itália, Espanha, Índia, Austrália, Coréia do Sul e Brasil.
  • Conheça a base de dados do Portal de Periódicos da CAPES: Iniciado em 2000, o portal conta com 13 mil periódicos. Nesse período, cresceu o número de instituições de ensino e pesquisa que fazem pesquisas no portal, de 72 em 2001 para 268 em 2009.
http://acessolivre.capes.gov.br/

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Direito a não assistir aulas por objeção de consciência

Folha de São Paulo, 08/05/2009.

Estudante vegetariana obtém na Justiça direito de não participar de aula de dissecação

LUCAS REIS Folha Ribeirão

Uma estudante do curso de biologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) conseguiu, na Justiça, o direito de não assistir aulas práticas que usam animais. Juliana Itabaiana de Oliveira Xavier, 23, que é vegetariana, obteve uma liminar para não participar das aulas de dissecação de animais "sob a alegação de objeção de consciência".
A liminar foi concedida na última quarta-feira (6) pelo juiz Adriano Saldanha Gomes de Oliveira, da 11ª Vara Federal do Rio.
"Desde que haja uma atividade alternativa, ninguém é obrigado a praticar uma atividade que seja contrária a questões de foro íntimo", disse Heron Santana Gordilho, presidente do Instituto Abolicionista Animal, que acompanhou o caso. O advogado de Juliana, Daniel Lourenço Braga, que também integra o instituto, não foi localizado para comentar o assunto.
A estudante fez um requerimento pedindo dispensa das aulas práticas de zoologia 3 assim que ingressou na universidade, mas teve pedido negado em fevereiro deste ano. "São aulas em que há vivissecção [operação feita em animais vivos para estudo de fenômenos fisiológicos]. Nós entendemos que é possível que haja aprendizado sem este tipo de procedimento", disse Gordilho.
A UFRJ, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que o caso será analisado pelo CEG (Conselho de Ensino e Graduação) e, em seguida, pela Procuradoria Geral da universidade.
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sábado, 9 de maio de 2009

LETRA ILEGIVEL DE MÉDICO PODE ACABAR EM MULTA E ATÉ ANÁLISE DE MÉRITO PELO CRM

Em Londrina três médicos foram autuados pela Vigilância Sanitária, por denúncia de farmacêuticos, por apresentarem receitas ilegíveis. Por serem receitas de medicamentos controlados, a controladoria resolver acatar a denúncia e multar os médicos em 2.000 reais. Dois dos médicos admitiram o erro e prometeram melhorar e atender novamente os pacientes. O terceiro, que trabalha exclusivamente em rede pública alegou que a 'letra era ilegível provavelmente porque o paciente não sabia ler'.
Em verificações de prontuários, a maior constatação é de que o médico tem a letra ilegivel, não assina ou carimba as prescrições, além de não descrever a evolução adequadamente. Outros quesitos são falta de diagnóstico e a não descrição das condições de alta do paciente.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Estratégia Saúde da Família e seu Impacto sobre a Saúde dos Brasileiros



A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E SEU IMPACTO SOBRE A SAÚDE DOS BRASILEIROS

A mudança do modelo de atenção no Brasil mediante a Estratégia de Saúde da Família tem obtido inquestionável reconhecimento internacional. O PNUD, por exemplo, em seu Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio reconhece que, graças a ela, nosso país reduziu a mortalidade infantil de 47 por mil para 25 por mil, entre 1990 e 2006; que foi alcançada, de forma antecipada, a meta de redução em 2/3 da mortalidade de menores de cinco anos, aspecto em que a região Nordeste apresentou o melhor desempenho no país, ao contrário da tendência habitual; que a proporção de crianças menores de um ano vacinadas contra sarampo aumentou de 78% para 99%. Já a OMS, em seu último Informe sobre la salud en el mundo – 2008, cita a ESF como exemplo de reforma sanitária orientada pela Atenção Primária e sua significativa contribuição para a melhoria no equilíbrio entre atenção hospitalar especializada e atenção primária em saúde. O editor responsável pela publicação, Win Van Lerberghe, ressaltou que a ESF constitui um dos exemplos mais impressionantes do impacto da adoção dos cuidados básicos e de como esses cuidados devem ser implementados para que proporcionem melhoria na qualidade da saúde e tragam resultados.
O impacto da ESF tem sido comprovado por um número crescente de estudos nacionais e internacionais, além de congressos e eventos no Brasil e no exterior. Só para se ter uma idéia, nos últimos cinco anos, o volume de publicações sobre a Saúde da Família foi cerca de sete vezes maior do que o registrado nos primeiros anos de implantação da estratégia. Uma síntese de alguns desses estudos é mostrada no quadro abaixo.

MACINKO, 2009
Analisando dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS, 2007) este autor aponta que a cobertura da ESF está associada com padrões de boa qualidade técnica do cuidado e melhoria da saúde materno-infantil, como se vê nos exemplos seguintes: (a) 40% menos relatos de uso inapropriado de antibióticos em crianças com diarréia; (b) 14% mais gestantes vacinadas contra tétano; (c) 200% mais gestantes com suplementação de vitamina A; (d) 34% menos crianças com baixo peso (até 5 anos).

MACINKO, 2006
Analisando resultados preliminares do estudo Uma avaliação do impacto do Programa Saúde da Família sobre a Mortalidade Infantil no Brasil evidenciou que a cada 10% de aumento da cobertura da Saúde da Família nos estados, corresponde uma redução de 4,6% na mortalidade infantil, impacto mais significativo do que outras intervenções, como a ampliação do acesso à água (2,9%) ou ampliação de leitos hospitalares (1,3%).

AQUINO, 2008
Demonstra que o impacto da Saúde da Família sobre a mortalidade infantil tem efeito mais forte nos municípios com mais baixos índices de desenvolvimento humano e maior cobertura da ESF, ratificando o potencial dessa estratégia para a redução das iniqüidades sociais em saúde no Brasil; além disso, a redução da mortalidade infantil em municípios com altas coberturas da ESF foi quase duas vezes maior do que nos municípios sem ESF ou com coberturas incipientes.

MONTEIRO, 2009
Demonstra o papel da Estratégia Saúde da Família entre os fatores relacionados à redução de 50% na prevalência da desnutrição infantil crônica no Brasil, no período de 1996 a 2006/07.

HARZHEIM, 2006
Numa análise comparada do desempenho na atenção à criança, as equipes da ESF apresentaram adequação maior às dimensões da Atenção Primária (52%) do que as equipes do modelo tradicional (27%) e, quanto à equidade no acesso, crianças negras apresentaram maiores chances de receber cuidados adequados e similares às brancas nas unidades da ESF.

Em resumo, acumulam-se importantes evidências relativas ao impacto da Estratégia de Saúde da Família no Brasil, a saber:
1. O impacto tem sido mais significativo em municípios com maior cobertura pela ESF e naqueles com menor IDH.
2. A ampliação da cobertura vacinal e de pré-natal, a redução da mortalidade infantil bem como a redução da desnutrição proteico-calórica ilustram alguns dos efeitos da melhoria do acesso às ações de saúde da criança promovida pela expansão da ESF.
3. Nos últimos dez anos houve uma redução significativa da desnutrição infantil nas áreas cobertas pela Saúde da Família em todas as regiões brasileiras, de forma especial naquelas onde a prevalência desse problema era mais alta, reduzindo assim as desigualdades inter-regionais.
4. Redução expressiva do número de gestantes sem pré-natal, mais significativa nos estratos de maior cobertura da Saúde da Família, o que tem impacto importante na mortalidade infantil no primeiro mês de vida.
5. Em municípios de baixo IDH, a gravidez na adolescência foi 2,5 vezes menor nos municípios com altas coberturas da ESF, sabendo-se que tal condição é mais freqüente nos segmentos sociais mais desfavorecidos e que concentra agravos à saúde da mãe e do recém-nascido.
6. Comparativamente a outros países da América Latina, o Brasil tem obtido um dos melhores resultados em termos de expansão do acesso de gestantes à atenção pré-natal, o que pode também ser considerado um ganho caudatário da ESF.

Além da ESF, outra importante política do Governo Federal tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida e, em particular, para a redução da desnutrição infantil no país, o Programa Bolsa Família (PBF). Segundo o IPEA, tal programa tem aliviado as condições de extrema pobreza no Brasil, reduzindo, assim, a desnutrição infantil, sobretudo, nas regiões mais pobres. Seus efeitos benéficos têm sido potencializados pelo incremento da cobertura da ESF, uma vez que as respectivas equipes são responsáveis pelo acompanhamento das condicionalidades relativas à saúde impostas pelo PBF.