segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Avaliação / Assessment

Students' and teachers' perceptions of clinical assessment program: A qualitative study in a PBL curriculum

Hanan M.F Al Kadri , Mohamed S Al-Moamary and Cees P.M van der Vleuten
BMC Research Notes 2009, 2:263 

Published: 23 December 2009

 

Background

"Examinations drive students' learning." This statement refers to what is assumed to be one of the strongest relationships in education. We explored in this research how and why students differ in their approaches to learning, how assessment affects deep learning, and which barriers stand in the way of good assessment and learning in the clinical years of a Problem Based Learning (PBL) graduate entry medical curriculum. Findings

Method

We conducted a qualitative, phenomenological study using semi-structured group interviews with students and semi-structured individual interviews with teachers and students. The transcripts were analyzed, and themes were identified. Setting: The research was conducted at the King Saud bin Abdulaziz University for Health Sciences, College of Medicine, Riyadh, Saudi Arabia from November 2007 to March 2008.

Results

A total of 28 students participated in 7 focus group interviews. Semi-structured individual interviews were conducted with 12 teachers and 12 students. The analysis yielded four themes: summative assessment, formative assessment, continuous assessment of clinical attachments, and learning objectives.

Conclusions

The results of this study confirm that assessment affects students' perceptions of learning and how they learn. These effects are not uniformly positive. According to the students, the predominantly summative assessment program offers little inducement to engage in deep learning. They express a clear preference for formative assessment, which may foster a deeper approach to learning. Efforts to achieve more clinically relevant assessment with adequate balance between the various types of assessment are required. Research is needed to decide this balance.


* Para ler a versão provisória na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

SUS para valer

A nossa bandeira pela formação de melhores profissionais da saúde está umbilicalmente ligada aos ideais da reforma sanitária e ao aperfeiçoamento do SUS. É inconcebível um SUS que não se preocupe com que tipo de profissionais estamos formando, assim como uma Escola Médica que não esteja focada em atender as necessidades de profissionais para atendimento às demandas da sociedade.
Aproveito este espaço para divulgar o seguinte manifesto da ABRASCO em defesa do SUS e da adequada destinação de recursos para mantê-lo.

Roberto Z. Esteves
Administrador



MANIFESTO SOBRE O FINANCIAMENTO DO SUS

É Inadiável a Definição das Bases e do Volume de Financiamento Adequado e Estável para o SUS Pra Valer, Universal, Humanizado e de Qualidade.

Os 20 anos do SUS evidenciam, por um lado, as imensas conquistas de extensão das coberturas e o sucesso de programas de saúde e, por outro, a persistência de iniqüidades incompatíveis com a efetivação do direito à saúde e à vida. O profundo desequilíbrio na apropriação e no acesso aos recursos assistenciais disponíveis se expressa na permanente assimetria dos indicadores de saúde, que embora sinalizem a melhoria das condições de vida e saúde, permanecem distantes das medidas de performance econômica do Brasil.

A conquista de direitos e padrões universais de atenção à saúde, definidos de acordo com as necessidades de saúde e não com a capacidade de pagamento, tais como ocorre com a AIDS e imunização, entre outros, transformaram-se em cartão-postal de sucessivos governos. No entanto, a insegurança sobre a garantia do direito à saúde, relacionados com cuidados e atenção essenciais, ainda é uma realidade no dia-a-dia da maioria das brasileiras e dos brasileiros, como comprovado por diversas pesquisas de opinião recentes.

A necessidade premente e inadiável de dotar os preceitos constitucionais de bases materiais compatíveis com a ampliação e reorganização de uma rede de serviços de saúde pública adequada e de qualidade baseia-se na experiência internacional. Os países que buscaram solucionar ou atenuar os problemas de seus sistemas de saúde com o aprofundamento da segmentação - via ampliação do mercado de planos privados de saúde - como os EUA, estão às voltas com os problemas de elevação de gastos e de seleção e negação de coberturas.

Após mais de 20 anos da conquista do SUS, é hora de avançar. As tentativas de, mais uma vez, reduzir o projeto democrático do SUS a uma mera reforma administrativa e sua abrangência, universal e integral, a de um programa assistencial incompleto, retirando-lhe, por meio do estrangulamento financeiro, a capacidade de responder à altura às necessidades de saúde da sociedade brasileira são inaceitáveis.

Nesse momento, diante de uma proposta orçamentária do governo federal que não somente desconsidera a necessidade imperiosa de ampliar recursos para a saúde, mas ainda subtrai, do já mínimo patamar das despesas da União, cerca de oito bilhões para a saúde, nos unimos com as demais entidades da sociedade brasileira comprometidas com a efetivação de uma cidadania brasileira plena. Juntos exigimos que o orçamento a ser apresentado à nação, uma das mais visíveis faces das políticas públicas, confira a devida prioridade à saúde.

No contexto de proximidade das eleições e prenúncio da elevação da temperatura dos debates políticos, é hora de trazer à pauta as conquistas já consolidadas e também os graves problemas acumulados pelo setor em decorrência do volume insuficiente de recursos alocados e da inadequação dos destinos e problemas de qualidade dos gastos com saúde.

O vasto acervo de práticas e a maturidade das reflexões sobre o SUS comprovaram-se um eficaz antídoto contra os falsos dilemas. No Brasil, necessitamos de mais recursos financeiros e de uma gestão dos nossos serviços e sistemas de atenção profissionalizada e, simultaneamente, atenta e respeitosa às proposições das instâncias de participação popular.

É hora de recompor e ampliar o orçamento da saúde!
É hora de regulamentar a EC29!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Recursos para o HU/UEM

Comissão de Orçamento da Câmara Federal aprova 23 milhões para o HU



Fonte: ASC/UEM    22 de dezembro de 2009
A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), da Câmara Federal, aprovou, na madrugada desta terça-feira, em Brasília, a inclusão da emenda de bancada de R$ 23,5 milhões para o Hospital Universitário Regional de Maringá no orçamento da União para 2010.  

Ainda nesta terça-feira, a previsão era de que a matéria seria votada no plenário da Casa, dentro da discussão da Lei Orçamentária do próximo ano. “É um presente de Natal, que vai possibilitar se não o término do hospital quase que a sua conclusão”, diz o superintendente do hospital, José Carlos Amador.
Para ele, a aprovação da emenda representa o coroamento de uma luta do hospital universitário e da comunidade em geral. Na opinião do superintendente, o momento é de agradecer a todos os políticos paranaenses, incluindo o deputado federal Ricardo Barros, que coordenou o trabalho político para a aprovação.
Por sua vez, Barros disse que o maior esforço, a partir de agora, é para que a verba prevista na emenda seja empenhada (reservada) pelo governo federal. “Vamos precisar do Paulo Bernardo [ministro do Planejamento] e do apoio de toda bancada, como temos tido até agora”, afirmou.
A mobilização da comunidade política em prol da emenda para o hospital da Universidade Estadual de Maringá teve seu ponto alto no dia 19 de outubro, quando, no evento organizado, pela UEM, no anfiteatro professor Keshiyu Nakatani, diversos deputados federais garantiram o apoio à iniciativa.
Naquela ocasião, em ofício entregue aos parlamentares a UEM informou que a verba solicitada, de R$ 39 milhões, daria para terminar o hospital, elevando a área construída de 10 mil para cerca de 30 mil metros2.
De acordo com o documento, se fosse terminado o HU ampliaria o atendimento, além de oferecer serviços de mais qualidade. Das atuais 280 cirurgias ao mês, passaria a realizar cerca de 1.800; a quantidade de exames laboratoriais saltaria de 22 mil para 100 mil mensais e o número de internações seria elevado para 300, ante os 120 leitos disponíveis atualmente. 

Nota da AMB sobre Escolas Médicas



09/12/2009 - Escolas médicas sem qualificação
A Associação Médica Brasileira tem reiterada e veementemente expressado sua indignação face às tentativas de abertura de escolas médicas sem qualificação. Interesses econômicos e políticos, falta de legislação apropriada e conivência de sucessivos governos resultaram na escandalosa situação atual: o Brasil tem 178 faculdades de medicina, em sua maioria sem suficiente corpo docente próprio e qualificado na área médica ou hospital universitário próprio.
E continuam os empresários do “ensino superior” a justificar suas iniciativas com os mesmos argumentos falaciosos: falta de médicos no Brasil e inclusão de novos alunos nos cursos superiores.
Para quase 200 milhões de habitantes temos, nas 178 escolas médicas, 16.805 vagas oficiais. Muitas faculdades, ao arrepio dos termos de sua autorização abrem mais de um vestibular ao ano. Outras, à falta de qualquer fiscalização, burlam os processos de qualificação e incluem transferidos clandestinos ao longo do curso. A isso chamam “política de inclusão”!? A China, com mais de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes, possui 150 cursos médicos; os Estados Unidos, com população de mais de 300 milhões, contam com 131 faculdades de medicina. Somente nos últimos 13 anos, 96 escolas médicas foram criadas no Brasil, fato sem paralelo em qualquer outro país do mundo. Tem-se hoje um médico para cerca de 588 brasileiros.
No Rio de Janeiro, a média é de 1/302 habitantes, no Distrito Federal 1/309 e na capital de São Paulo 1/300, em Campinas e Ribeirão Preto, cerca de 1/200. Não nos faltam médicos. Se a distribuição é desigual e poucos de atrevem a estabelecerem-se em áreas de difícil acesso, isso se deve à inexistência de políticas consistentes de incentivo à distribuição de profissionais. Não há estrutura assistencial ou plano de carreira que fixe profissionais de saúde no sistema público.

FISCALIZAÇÃO MAIS RÍGIDA
Vê-se na atual administração do Ministério da Educação (MEC), esforços verdadeiros no sentido de corrigir tais distorções. Com esse intuito, o ministro Fernando Haddad e sua Secretária de Educação Superior (SESU), Maria Paula Dallari Bucci, contam com o relevante apoio do professor Adib Jatene, presidente de comissão de especialistas criada especialmente para avaliar a qualidade do ensino médico. A despeito de enormes pressões, desde o fim de 2008, 17 cursos mal classificados no Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade) são mantidos sob supervisão. Alguns já tiveram vestibular suspenso e outros foram obrigados a reduzir o número de vagas. Todos terão de fazer reformas para melhorar a qualidade, sendo que em breve passarão por nova supervisão.
Falhas estruturais e elevado número de transferências foram a razão da penalização de outros dois cursos: a Faculdades Integradas Aparício Carvalho (RO), com vestibular suspenso, e a Universidade Nove de Julho (SP), obrigada a reduzir 30 das 100 vagas anuais que oferecia.
O MEC tem resistido à ininterrupta avalanche de solicitações de abertura de novos cursos. No início de novembro, por exemplo, foram indeferidas solicitações para funcionamento de faculdades em Franca, interior de São Paulo, e Campo Mourão, no Paraná, exemplos de regiões onde não resta qualquer dúvida sobre a inexistência de necessidade de outras escolas médicas. Cumpre assim seu papel o Ministério da Educação: zelando pela excelência do ensino e, no caso particular, pela qualidade da atenção à saúde dos brasileiros.

Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Introdução de portfolios na graduação em Medicina

Students' attitudes towards the introduction of a Personal and Professional Development portfolio: potential barriers and facilitators

Sarah Ross, Alison Maclachlan and Jennifer Cleland
University of Aberdeen, Division of Medical and Dental Education, Polwarth Building, Foresterhill, Aberdeen, AB25 2ZD, UK


BMC Medical Education 2009, 9:69      doi:10.1186/1472-6920-9-69


Background

Portfolios, widely used in undergraduate and postgraduate medicine, have variable purposes, formats and success. A recent systematic review summarised factors necessary for successful portfolio introduction but there are no studies investigating the views of students inexperienced in portfolio use towards portfolio learning. This study's aim was to survey student views about a prospective Professional and Personal Development (PPD) portfolio.

Methods

This was a qualitative, focus group study. All focus groups were taped and transcribed verbatim, and anonymised. The transcripts were analysed inductively, using framework analysis.

Results

Four focus groups were carried out with 32 undergraduate medical students naïve in portfolio use. Three themes relevant to portfolio introduction emerged. The first theme was the need for clear information and support for portfolio introduction, and anxieties about how this could be supported effectively. The second was that students had negative views about reflective learning and whether this could be taught and assessed, believing formal assessment could foster socially acceptable content. The third was that participants revealed little understanding of reflective learning and its potential benefits. Rather portfolios were seen as useful for concrete purposes (e.g., job applications) not intrinsic benefits.

Conclusion

Undergraduate medical students without experience of portfolios are anxious about portfolio introduction. They require support in developing reflective learning skills. Care must be taken to ensure students do not see portfolios as merely yet another assessment hurdle.

* Para ler este trabalho na íntegra, clique aqui.

Relacionamento de alunos cotistas e não-cotistas na Universidade

Em sua tese de doutorado, recentemente defendida no Programa de Doutorado em Psicologia e Cultura da UnB, Maria da Penha Nery apresenta os resultados de seu trabalho em que estudou a interação entre alunos cotistas e não-cotistas na Universidade e levanta alguns aspectos negativos desta ação afirmativa.

RESUMO:

Nesta tese a autora busca compreender a afetividade presente na interação de universitários que participam da vigência da política afirmativa de cotas para o ingresso de negros nas universidades públicas e as repercussões dessas interações no processo de inclusão racial.



Sustenta-se a hipótese de que um processo de inclusão racial efetivamente ocorre desde que os sujeitos consigam enfrentar conflitos e reorganizar as interações intergrupais no sentido da integração dos sujeitos aprovados pelo sistema de cotas. Tentou-se, ainda, analisar outros problemas, dentre eles: qual o papel da Psicologia em momentos políticos tão polêmicos? Como está ocorrendo o desenvolvimento de um novo papel social: o de cotista? –



Neste trabalho, representado pelo indivíduo que é aprovado no vestibular para a universidade por meio de sistema de cotas raciais. O referencial teórico é a Socionomia, ciência dos grupos de Jacob Levy Moreno, utiliza-se o método do estudo de caso, para compreender um aspecto da política afirmativa da Universidade de Brasília (UnB), e os instrumentos de coleta de dados são o Sociodrama, método de ação em que o grupo revive situações-problemas, buscando a co-criação, e entrevistas semi-estruturadas. Realizou-se análise de conteúdo, centrada nos indicadores para a construção de zonas de sentido, com aproveitamento de contribuições de teóricos psicodramatistas para análises de métodos de ação.



Os principais resultados foram: dinâmicas afetivas grupais e intergrupais entre os estudantes que vivem esta política afirmativa em que predominam por parte dos estudantes universalistas, a indiferença em relação ao cotista, o descaso em relação à causa racial e o sentimento de injustiça resultante da implantação da política afirmativa. Os estudantes cotistas e negros expressam, predominantemente, raiva e indignação em relação à discriminação derivada das cotas raciais a qual se caracteriza principalmente como um isolamento do cotista e é resultado da visão preconceituosa deste estudante como um privilegiado. O cotista desenvolve uma auto-cobrança excessiva de excelente desempenho acadêmico, para lidar com esta discriminação. Nesta competição social, foram ainda observados os processos afetivos: “anti-empatia”, hostilidade e ambivalências afetivas. Além disso, experiências de identidade foram detectadas, dentre elas: o paradoxo identitário, em que o cotista deseja e simultaneamente teme ser identificado neste novo papel social, e o ocultamento da identidade, por meio, por exemplo, da não participação em eventos relativos à inclusão racial. Estes resultados não demonstraram a hipótese da autora, pois o estudante cotista e o estudante negro predominantemente se sentem discriminados e estão afastados e isolados neste contexto inclusivo. A tese demonstra a interferência da afetividade nos exercícios de poder presentes na sociedade e alerta para que as universidades que implantam sistema de cotas para negros realizem projetos psicossociais no sentido de uma efetiva inclusão racial. A autora aponta, também, para a importância do desenvolvimento da politicidade dos estudantes cotistas, para que contribuam para a transformação social potencializada pela política afirmativa.

* A tese na íntegra pode ser acessada no Repositório Institucional da UnB (RIUnB) ;
** Este post levanta uma questão atual e polêmica e serve para que o administrador  faça uma provocação aos seus leitores, esperando seus comentários. Relembro aos nossos leitores que a política deste blog é respeitar todos os pontos de vista mas mantendo o alto nível da discussão. Comentários preconceituosos ou que firam a livre expressão de pensamento de  outros leitores não serão publicados.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Demétrio Magnoli e a Questão Racial na Escola

Entrevista com Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP, sobre o racismo na escola e o que fazer em sala de aula para eliminar o mito da raça. Demétrio é autor, entre outros livros, de "Uma Gota de Sangue - História do Pensamento Racial" (Ed. Contexto).

Pesquisa Clínica

UNESP inaugura centro para ensaios clínicos
Agência FAPESP  - 18/12/2009

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) inaugurou um novo centro para ensaios clínicos. A Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FMB) do campus de Botucatu (SP) passa a integrar o conjunto de 32 unidades brasileiras credenciadas para realizar pesquisas em seres humanos.
O novo centro, instalado em um prédio de 600 m², conta com dez consultórios e oito leitos e contou com investimentos de R$ 1,2 milhão. A unidade foi financiada pelos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos.
A iniciativa integra o projeto da Rede Nacional de Pesquisas Clínicas em Hospital de Ensino (RNPC). Além da nova unidade da Unesp, a rede possibilitou a construção de outros 18 centros vinculados a instituições universitárias. Foram incorporados também 13 laboratórios que já possuíam infraestrutura adequada para pesquisas em humanos. Com isso, a rede nacional soma 32 unidades credenciadas.
Segundo a Unesp, ensaios clínicos propostos pela indústria farmacêutica já estão em andamento, além de outros cinco estudos da rede nacional de pesquisa do Ministério da Saúde, que tratam de doenças cardiovasculares, cirurgia de redução de estômago, leishmaniose visceral e diabetes.
As pesquisas encaminhadas devem ser vinculadas a um pesquisador da área da saúde e ter fonte própria de financiamento. Elas podem ser propostas por todas as unidades da Unesp e por outras instituições, além do governo e da iniciativa privada, desde que sigam todos os preceitos éticos internacionais.

Mais informações: www.unesp.br

Portal de Periódicos da CAPES

Novo Portal de Periódicos pode ser acessado pelos usuários de mais de 300 instituições de ensino e pesquisa

Usuários de 308 instituições de ensino e pesquisa de todo o Brasil já podem acessar o conteúdo do novo Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O novo sistema – que oferece, dentre outras vantagens, uma ferramenta de busca integrada ao acervo assinado pela Capes – está disponível para essas instituições a partir o dia 11 de dezembro.
A abertura de acesso ocorreu um mês após o lançamento do novo Portal de Periódicos para todas as universidades federais. A partir de agora, alunos, professores, pesquisadores e funcionários das instituições de ensino superior que atendem aos critérios para acesso ao conteúdo do Portal de Periódicos poderão utilizar o novo sistema. Na lista estão incluídos laboratórios de pesquisa com cursos de pós-graduação, universidades municipais e estaduais, instituições privadas de ensino superior e fundações de amparo à pesquisa
O novo Portal incorpora todas as funcionalidades da versão anterior – como a busca por título ou base de dados – e oferece também novos recursos. Além da busca integrada ao acervo, sistema permite a personalização do acesso ao conteúdo científico e informativo disponível no site e oferece aos usuários um layout mais amigável.
O acesso ao novo Portal é feito por meio de um banner, disponível na página da Capes e no site atual do Portal de Periódicos

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ética em Pesquisa Clínica




The clinical investigator-subject relationship: a contextual approach

David B. Resnik email
Philosophy, Ethics, and Humanities in Medicine 2009, 4:16        doi:10.1186/1747-5341-4-16

Abstract (provisional)

Background

The nature of the relationship between a clinical investigator and a research subject has generated considerable debate because the investigator occupies two distinct roles: Clinician and scientist. As a clinician, the investigator has duties to provide the patient with optimal care and undivided loyalty. As a scientist, the investigator has duties to follow the rules, procedures and methods described in the protocol.

Results and conclusions

In this article, I present a contextual approach to the investigator-subject relationship. The extent of the investigator's duty to provide the patient/subject with clinical care can vary from one situation to the next, as a function of several factors, including: The research design, benefits and risks of the research; the subject's reasonable expectations, motivations, and vulnerabilities; the investigator's ability to benefit the subject; and the investigator's prior relationship with the subject. These and other factors need to be considered when determining the clinical investigator's obligations to provide clinical care to human research subjects. In some research contexts, the investigator has extensive clinical obligations to the patient/subject; in others, the investigator has minimal ones.


* Para acessar a versão provisória desta revisão na íntegra, clique aqui.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Consulta sobre o Ato Médico


 



ATO MÉDICO

O projeto de lei do Senado que regulamenta a profissão de médico (PLS 268/02) é o tema da nova enquete da Agência Senado. A questão "você é a favor ou contra a regulamentação do exercício da medicina nos termos do projeto PLS 268/02" ficará no ar até o final de dezembro e pode ser acessada na

página principal do site.

Conhecido como Lei do Ato Médico, o projeto regulamenta o exercício da profissão médica e foi aprovado pela Câmara dos Deputados depois de sete anos tramitando no Congresso Nacional. Com a aprovação, passam a ser funções exclusivas dos formados em medicina a indicação e execução da intervenção cirúrgica, a solicitação de internação e alta médica e a atestação de condições de saúde, deficiência e doença.

Saiba Mais 


 

 

 

Avaliação institucional pelos discentes e docentes

Reproduzo abaixo o ofício da Comissão Própria de Avaliação (CPA/UEM). Aproveito para reforçar a importância desta auto-avaliação: somente a partir das respostas de docentes, discentes e funcionários poderemos construir uma imagem real da Universidade e do Curso de Medicina e propor as mudanças necessárias.

Em consulta em 05/12/009 - 12:15 , temos apenas 2 respostas de docentes e 11 de discentes.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Roberto Zonato Esteves
Coordenador do Curso de Medicina / UEM


CPA – Comissão Própria de Avaliação

Ofício Circular Nº. 006/2009-CPA Maringá, 30 de novembro de 2009.

À Comunidade Universitária

Uma grande participação no processo de Avaliação Institucional é de vital
importância para a UEM.

Assim, informamos que continuam disponíveis, por meio eletrônico, os
instrumentos de Avaliação: pelo Docente, pelo Técnico-Administrativo, pelo Discente
e pelo Formando/2009, no endereço www.cpa.uem.br.

É possível acompanhar o progresso da avaliação e constatar o número de
respondentes, por setor no caso dos servidores e por curso no caso dos alunos da
graduação, acessando o link na página da CPA-UEM.

Participem! As crítica e sugestões serão valiosas para que a UEM continue
crescendo e melhorando.

Atenciosamente.

Prof. Dr. Nelson Martins Garcia

Coordenador da CPA-UEM

Treinamento em RCP

Importância do atendimento imediato

Fábio Reynol -Agência FAPESP


Importância do atendimento imediato
(foto: Philips)



Um homem de 53 anos jogava basquete quando perdeu subitamente a consciência. Um funcionário do clube onde o jogo se dava chamou a equipe médica do local. Enquanto esperava, ele realizou procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar e ainda aplicou choques com um desfibrilador externo automático do próprio clube.
No hospital, os médicos constataram que a vida do homem fora salva, em especial, pelo trabalho do funcionário do clube que havia sido treinado em suporte básico de vida.
O caso foi utilizado como exemplo em uma pesquisa feita por seis cardiologistas do Instituto do Coração de São Paulo (InCor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que destaca a importância do treinamento somado a equipamentos adequados na hora de salvar vidas.
“Após uma fibrilação ventricular, cada minuto de espera diminui em 10% as chances de vida e, após quatro ou cinco minutos, há chances de resultar em sequelas neurológicas”, disse o cardiologista Sérgio Timerman, diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares do InCor e um dos autores do estudo, à Agência FAPESP. O trabalho foi publicado na revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia.
A fibrilação ventricular é um tipo de parada cardíaca durante a qual o coração sofre um “caos elétrico” e não consegue bombear sangue para os demais órgãos. Um choque produzido por um aparelho médico, o desfibrilador, faz o coração retomar o ritmo adequado.
Por isso, o pronto atendimento no local da ocorrência é fundamental para o sucesso do procedimento. Porém, a falta de treinamento e de equipamentos adequados diminuem as chances de sucesso em menos de 5% em caso de paradas cardiorrespiratórias ocorridas fora dos hospitais, de acordo com dados citados no trabalho.

Investimentos e resultados
Em oposição, o artigo relata casos de sucesso em locais públicos que adquiriram desfibriladores e treinaram funcionários para as emergências cardíacas.
“No aeroporto de Chicago, o índice de sobrevida subiu para 55% e em cassinos de Las Vegas esse número chegou a 76%”, disse Timerman, citando exemplos de prédios norte-americanos que investiram no atendimento dessas ocorrências.
O médico alerta, no entanto, que é preciso seguir os passos preconizados pela American Heart Association: reconhecer prontamente a emergência e chamar o serviço médico, iniciar manobras de ressuscitação cardiorrespiratória, aplicar a desfibrilação com o equipamento adequado e continuar o tratamento com atendimento médico profissional imediato.
“Não basta ter qualidade em apenas uma etapa. Há casos em que temos um ótimo atendimento pré-hospitalar, mas um péssimo pós-hospitalar, e vice versa”, apontou.
Para os autores da pesquisa, o treinamento em suporte básico de vida é tão importante quanto a disponibilização dos desfibriladores. “Não é apenas a aquisição de equipamentos, mas sobretudo planejamento e treinamento com simulações que fazem com que as pessoas tomem a iniciativa de atendimento, demonstrando que morte súbita não é necessariamente morte biológica definitiva, mas situação potencialmente reversível”, concluíram.
Os outros autores do artigo são Maria Margarita Gonzalez, Flávio Rocha Brito Marques, Caio Brito Vianna, Carlos Alberto Eid e Gilson Soares Feitosa-Filho.

Para ler o artigo Fibrilação ventricular durante atividade esportiva tratada com sucesso, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Educação na Finlândia

Os segredos da Finlândia

Os motivos que levam a educação do país a ser uma das mais reconhecidas do mundo. E os problemas que a aproximam de outras nações
 
Beatriz Rey - Revista Educação no. 151




"Não!", interrompeu Alfons Tallgreen, 13 anos, ao ouvir que o finlandês, sua língua materna, tinha raízes semelhantes às da língua russa. "O estoniano, o húngaro e o finlandês são línguas correlatas. Aconteceu assim: primeiro, o finlandês começou a ser usado no sul da Finlândia e, aos poucos, foi ganhando o norte do país", conta o menino ruivo, aluno da 7ª série da Itäkeskus, em Helsinque, capital da Finlândia. Apesar de já conhecer a história de sua língua, Alfons quer, no futuro, estudar as propriedades de plantas e micro-organismos. Pausadamente, explica que sua vontade inicial era ser dentista - a mãe o demoveu da ideia. Porém, já estava interessado em biologia nessa época. "Estava pesquisando a floresta aqui do lado da escola. Mas infelizmente as árvores serão cortadas para a construção de casas de madeira no lugar", diz.

A escola em que Alfons estuda tem o foco específico em línguas. Ali, os alunos têm a opção de estudar diversos idiomas. É o caso de seu colega, Muaad Hussein, cuja família tem ascendência libanesa. Com a mesma idade de seu colega, o menino já conhece cinco línguas: árabe, sueco, italiano, francês e finlandês, além de entender também um pouco de espanhol. "É claro que nem todos os alunos se interessam assim. Alguns não querem nem ouvir os professores. Não pensam no futuro", desabafa. Muaad tem razão. Ali, na Finlândia, os meninos e meninas são iguais a todos os outros no mundo: não gostam de escola, adoram o videogame, o computador, andam de skate em praças e passeiam em grupos pelos shoppings. O que leva, então, o país a ser sucessivamente o primeiro colocado nas avaliações do Pisa? Na última edição, que avaliou ciências, a média finlandesa foi de 563 - o Brasil alcançou 390 (52º de 56 países).

Um documento do próprio Ministério da Educação, criado para apresentar o sistema educacional finlandês a estrangeiros, começa a responder à pergunta. Logo no começo, há uma advertência: o sucesso só pode ser explicado em função de uma conjugação de fatores, e não por uma única ação. A primeira razão, diz, é que a sociedade finlandesa valoriza a educação e, portanto, tem uma atitude muito favorável à área. Os números dão subsídio à frase que, aparentemente, não diz muito: aproximadamente 75% dos adultos entre 25 e 64 anos têm diploma de ensino superior. Na Finlândia, o ensino é obrigatório dos 7 aos 16 anos - em outras palavras, cursa o ensino médio quem quer. Mas apenas 1% dos estudantes da chamada escola "compreensiva" (equivalente ao nosso ensino fundamental) não continua os estudos.
Ser professor
Muito dessa atitude favorável à educação provém de uma cultura desconhecida em terras brasileiras. Na Finlândia, o professor é visto com respeito - profissionalismo e responsabilidade envolvem a profissão. Há um componente histórico nessa valorização: há cem anos, quando o país ainda se configurava como nação, a pobreza reinava, principalmente no interior. Ali, quem tinha um diploma de professor era tratado como se fosse rei. Foi esse o relato de um membro do Conselho Nacional de Educação Finlandês, Reijo Laukkanen, em entrevista à Educação na edição 150. Hoje, é menos reverenciado, pois divide o conhecimento com profissionais de outras áreas. Mas nas ruas de Helsinque é possível perceber a atmosfera positiva que o envolve. Enquanto espera em frente à famosa loja de departamento Stockmann, Sari Nummila, 41, mãe de dois filhos, é categórica: "o que posso dizer? Nós precisamos deles. Ficaria feliz se um dos meus filhos se tornasse professor", diz. Lea Itoonen, 56, mãe de três filhos e voluntária da Cruz Vermelha Internacional, diz estar satisfeita com a educação que recebem na escola. Só tem uma reclamação: antigamente, os professores tinham personalidade mais forte. "Gostaria que eles não apenas fossem um agrupamento excelente, mas tivessem mais atitude, enfrentassem os pais e o governo por melhores salários", relata. Mas, de qualquer maneira, diz: "é uma profissão bonita para se ter aqui". Mesmo entre os mais jovens, a percepção não se altera. Annette Backman, 21 anos, tem inclusive uma amiga que quer ser professora. "Eles são competentes e ela gosta da profissão", relata.

O fato de o professor ter autonomia para trabalhar em sua sala de aula também colabora com a visão social tão positiva. Há um currículo nacional básico, que dita as linhas gerais do que deve ser ensinado, mas o docente pode escolher os métodos, os livros, o tipo de didática e inclusive optar ou não pelo uso da tecnologia. "O currículo não é sobre o que se ensina. É sobre o que os alunos devem aprender. Ele define as capacidades e habilidades que os estudantes devem ter quando terminarem seus estudos", explica Heljä Misukka, secretária de Estado da Educação. Na Finlândia, antes de aprenderem os conteúdos, os alunos têm experiências práticas que auxiliarão no seu entendimento futuro. Um exemplo: na escola Itäkeskus, estudantes de 10 anos têm aulas de culinária. Mas, ao assistir a uma aula, percebe-se o motivo da intervenção dos professores quando eles explicam a reação do fermento em água quente e em água fria. Além disso, os alunos aprendem a economizar energia e água. É através dos saberes cotidianos, como fazer uma receita, que os pequenos estudantes já apreendem conceitos para, mais tarde, aprenderem o conteúdo. Tudo é muito bem amarrado.
Formação
Heljä lembra outro aspecto da profissão docente: os professores são altamente qualificados. Para começar, a concorrência nas universidades de pedagogia é enorme. Dados do Ministério da Educação dão conta de que, na última primavera, havia 6 mil candidatos para 800 vagas. Após ser aceito, o aluno deve completar o mestrado para poder lecionar em qualquer nível educacional (veja mais sobre formação de professores na próxima edição de Educação). "Nós realmente podemos escolher os melhores", coloca.

Não é difícil encontrar pelas escolas docentes cujo sonho de ser professor foi realizado. É o caso de Lejeune Hannele, 42 anos, que leciona apenas para alunos com dificuldade de aprendizagem na escola Itäkeskus. "Queria ser professora desde os 8 anos. Estudei seis anos para conseguir. Sempre gostei de estar com crianças", conta. Lejeune passou seis anos no curso superior porque estudou letras durante quatro anos e teve um ano extra para ser docente e outro para ser professora de crianças com necessidades especiais. É importante notar que há um facilitador para a qualidade docente: os alunos já vêm com repertório e formação consolidada para a universidade, adquiridos durante o ensino fundamental e médio. Aliás, eis outro aspecto digno de nota: os ensinos fundamental é obrigatório e de graça para todos os alunos. Isso inclui materiais escolares, merenda, atendimento médico, atendimento dentário e transporte. No ensino médio, só fica a cargo do aluno o material escolar.
Alfons e Muaad, durante o intervalo das aulas: investimento na futura profissão desde os 13 anos
Liberdade e liberdade

O modelo de gestão educacional na Finlândia também é diferenciado. O Ministério da Educação não tem as mesmas funções que o MEC brasileiro. Responsável pela elaboração de políticas públicas e de legislação, ele as propõe ao Parlamento, que pode aprová-las ou não. É um órgão de caráter menos executivo. O Conselho Nacional de Educação age mais efetivamente na implementação das leis. Um exemplo: o Ministério opta pela existência de um currículo mínimo nacional. O Conselho, então, fica responsável pelo desenho desse currículo. Abaixo dele, estão os chamados escritórios estaduais, cuja função na prática é a elaboração de estatísticas sobre determinadas regiões. Quem realmente executa são os municípios. O material didático usado por eles não é inspecionado pelo Ministério desde 1990, quando o processo de autonomia se consolidou (ver texto na página 62). Os municípios e as escolas têm liberdade para escolher o material didático mais adequado às suas realidades. Geralmente, os municípios que estão localizados no interior do país e têm menos condição financeira recebem um repasse de verba do governo central - algo em torno de 42% do orçamento municipal. Helsinque não recebe nenhum tipo de ajuda do gênero. Todo orçamento provém dos impostos municipais. "As pessoas dizem que gostariam de pagar mais impostos, já que consideram a escola um serviço muito importante. Eles são altos, mas eles têm retorno do governo", aponta Heljä.

O documento do Ministério da Educação ressalta a existência de um sistema educacional que oferece oportunidades iguais a todos, independente mente da região em que moram, do sexo, da situação econômica, da língua ou das origens culturais. A maioria dos imigrantes que residem na Finlândia é composta por russos, estonianos, chilenos e chineses. Eles vão para as escolas regulares, onde aprendem o finlandês e a sua língua materna. Por trás dessa iniciativa está a intenção de que as raízes culturais não se esvaiam. "Se você não sabe sua própria língua, é muito difícil aprender outras", coloca Heljä Misukka. A secretária de Estado enxerga alguns grandes desafios pela frente. Um deles é a discussão do número de alunos por sala. Quando assumiu o cargo, fez um mapeamento desse número em todos os municípios - o que não foi bem recebido nas cidades. Como as escolas são autônomas, há salas de 8 alunos e de 36, o máximo registrado. "Demos 16 milhões a eles neste ano e daremos mais 30 milhões no próximo ano para que deixem suas salas menores", diz.

Outra questão, a formação continuada dos professores, toca num ponto importante: tecnologia. Mais uma vez, a rede autônoma cria sistemas paralelos. Algumas escolas, como a Itäkeskus, usam lousa digital. Mas os municípios que sofrem com problemas financeiros não podem arcar com esse custo. Heljä diz que ter medo da tecnologia não é uma atitude correta. Lembrando que a Nokia é finlandesa, afirma que grande parte dos alunos do 1º ano já tem celular. "Se vão à escola e lá não há nenhum tipo de tecnologia, a escola vira um museu. Se o professor quer ensinar como um aluno deve se comportar no universo on-line e a escola não puder lidar com isso, temos um problema", levanta. Há um projeto-piloto no país que usa a tecnologia com crianças que têm necessidades especiais. Elas aprendem a ler e a escrever primeiro no computador, e depois vão para o papel. "É mais fácil para eles e não há nada errado com isso. Há diferentes tipos de aprendizes e diferentes soluções pedagógicas para eles", afirma.

sábado, 28 de novembro de 2009

Perda da empatia durante o Curso de Medicina

The Devil is in the Third Year: A Longitudinal Study of Erosion of Empathy in Medical School 

Hojat, Mohammadreza PhD; Vergare, Michael J. MD; Maxwell, Kaye; Brainard, George PhD; Herrine, Steven K. MD; Isenberg, Gerald A. MD; Veloski, Jon MS; Gonnella, Joseph S. MD

Academic Medicine: September 2009 - Volume 84 - Issue 9 - pp 1182-1191        
doi: 10.1097/ACM.0b013e3181b17e55

Abstract

This longitudinal study was designed to examine changes in medical students' empathy during medical school and to determine when the most significant changes occur.
Four hundred fifty-six students who entered Jefferson Medical College in 2002 (n = 227) and 2004 (n = 229) completed the Jefferson Scale of Physician Empathy at five different times: at entry into medical school on orientation day and subsequently at the end of each academic year. Statistical analyses were performed for the entire cohort, as well as for the matched cohort (participants who identified themselves at all five test administrations) and the unmatched cohort (participants who did not identify themselves in all five test administrations).
Statistical analyses showed that empathy scores did not change significantly during the first two years of medical school. However, a significant decline in empathy scores was observed at the end of the third year which persisted until graduation. Findings were similar for the matched cohort (n = 121) and for the rest of the sample (unmatched cohort, n = 335). Patterns of decline in empathy scores were similar for men and women and across specialties.
It is concluded that a significant decline in empathy occurs during the third year of medical school. It is ironic that the erosion of empathy occurs during a time when the curriculum is shifting toward patient-care activities; this is when empathy is most essential. Implications for retaining and enhancing empathy are discussed.

* Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.


 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Currículo Lattes

Currículo Lattes ganha nova versão

Agência FAPESP – 26/11/2009

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou uma nova versão do Currículo Lattes, com um conjunto de novas funcionalidades e maior capacidade de cruzamento de dados. A Plataforma Lattes completou em novembro 10 anos de existência.


Acordos com a empresa Thomson&Reuters – responsável pela base de dados internacional Web of Science – e com a Receita Federal do Brasil foram firmados para que a nova versão do Currículo Lattes permitisse a importação e certificação de dados presentes nessas bases, aprimorando a qualidade das informações.


A nova versão inclui também a Rede de Colaboração, na qual é possível visualizar graficamente toda a rede de pesquisadores que trabalharam como coautores na produção de artigos científicos citados em seus Currículo Lattes.


O CNPq informou que realizará sistematicamente, a partir de agora, alterações no layout e na navegabilidade do currículo, além de implementos de apoio ao usuário e modificações técnicas.


Graças ao acordo com a Receita Federal, segundo informações do CNPq, os dados dos pesquisadores inscritos na base Lattes – como CPF, data de nascimento e filiação – serão conferidos e certificados, impedindo a introdução de currículos fantasmas e evitando fraudes. A conferência será feita no ato da criação de novos currículos.


As citações dos artigos publicados em revistas indexadas no Web of Science poderão ser consultadas diretamente por meio dos currículos, quando estiverem registradas com o Digital Object Identifier (DOI). O sistema permitirá ainda a recuperação das citações dos artigos registrados no Lattes.


A Web of Science é, atualmente, a principal base de dados de citações científicas do mundo, cobrindo mais de 10 mil periódicos de alto impacto, desde o ano de 1945, em todas as áreas do conhecimento. A base registra, semanalmente, um volume de cerca de 19 mil novos artigos científicos e 423 mil novas citações.


Criada em 1999, a Plataforma Lattes contém, atualmente, mais de 1,5 milhão de currículos. Desse total, 120 mil, ou 8%, são currículos de pessoas com doutorado. Estão disponíveis informações relativas à educação formal, experiência profissional, áreas de pesquisa, projetos e linhas de pesquisa, artigos em periódicos, livros e capítulos publicados, produtos e patentes, produções artísticas e culturais, entre outras.




Mais informações: www.cnpq.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Características psicológicas dos calouros de Medicina

Graduate entry to medicine: widening psychological diversity.


David James , Eamonn Ferguson , David Powis , Miles Bore , Don Munro , Ian Symonds and Janet Yates

BMC Medical Education 2009, 9:67       doi:10.1186/1472-6920-9-67


Abstract (provisional)
Background

At Nottingham University more than 95% of entrants to the traditional 5-year medical course are school leavers. Since 2003 we have admitted graduate entrants (GEM) to a shortened (4-year) course to 'widen access to students from more disadvantaged backgrounds'. We have recently shown that the GEM course widens academic and socio-demographic diversity of the medical student population. This study explored whether GEM students also bring psychological diversity and whether this could be beneficial.

Methods

We studied: a) 217 and 96 applicants to the Nottingham 5- and 4-year courses respectively, applying in the 2002-3 UCAS cycle, and, b) 246 school leavers starting the 5-year course and 39 graduate entrants to the 4-year course in October 2003. The psychological profiles of the two groups of applicants and two groups of entrants were compared using their performance in the Goldberg 'Big 5' Personality test, the Personal Qualities Assessment (PQA; measuring interpersonal traits and interpersonal values), and the Lovibond and Lovibond measure of depression, anxiety and stress. For the comparison of the Entrants we excluded the 33 school leavers and seven graduates who took the tests as Applicants. Statistical analyses were undertaken using SPSS software (version 16.0).

Results

Graduate applicants compared to school leaver applicants were significantly more conscientious, more confident, more self controlled, more communitarian in moral orientation and less anxious. Only one of these differences was preserved in the entrants with graduates being less anxious. However, the graduate entrants were significantly less empathetic and conscientious than the school leavers.

Conclusions

This study has shown that school leaver and graduate entrants to medical school differ in some psychological characteristics. However, if confirmed in other studies and if they were manifest in the extreme, not all the traits brought by graduates would be desirable for someone aiming for a medical career.

Para acessar a versão provisória na íntegra, clique aqui.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Saúde prevê carreira para incentivar ida a localidades remotas

ANGELA PINHO & JOHANNA NUBLAT - Folha Online

Para tentar reduzir a escassez de médicos em áreas carentes, o Ministério da Saúde enviou à pasta do Planejamento uma outra proposta, a fim de criar uma carreira federal para os profissionais da medicina.
Funcionaria assim: depois de passar por concurso público, o médico seria levado a municípios com dificuldade de contratar profissionais, com salário pago pelo governo federal.
Dependendo da necessidade, poderia haver deslocamentos.
O número de cargos ficaria entre 400 e 500, segundo o secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do ministério, Francisco Campos.
O valor do salário ainda não foi fechado, mas poderia ficar entre R$ 8.000 e R$ 10.000, tomando-se como parâmetro o que ganharia um profissional da extinta Fundação Sesp. A entidade foi criada na Segunda Guerra Mundial por meio de acordo entre os governos brasileiro e americano. Nos anos 1960, foi vinculada à Saúde, até ser extinta no governo Collor.
Esta nova proposta da Saúde teria o atrativo de dar ao profissional estabilidade e possibilidade de progredir na carreira.
Segundo Campos, pesquisas mostram que um das principais problemas dos médicos que ficam no interior é o fato de eles ficarem vulneráveis ao poder local, sujeitos a perder o posto a cada mudança de prefeito.
"Por que o Banco do Brasil consegue colocar gente em todas as agências do Brasil? Por que tem juiz e promotor no interior? Porque essas profissões têm uma carreira", diz Campos.
Nessa carreira federal, segundo ele, poderia haver benefício posterior para quem fosse a uma cidade pouco atrativa.
Além dessa proposta, o Ministério da Saúde também espera a aprovação, pelo Congresso, de um projeto de lei que permite ao médico que estudou em faculdade particular pagar a mensalidade com trabalho.
Defesa quer mais médicos no serviço militar
 
Projeto enviado ao Congresso tenta facilitar convocação de profissionais para trabalharem em áreas remotas do país

Justiça tem liberado de atuar nas Forças Armadas quem é convocado após ter sido dispensado do serviço por excesso de contingente


ANGELA PINHO & JOHANNA NUBLAT - Folha Online


O governo federal quer facilitar a convocação de médicos para o serviço militar obrigatório, mesmo após eles terem sido dispensados anteriormente por excesso de contingente.
O Ministério da Defesa enviou ao Congresso projeto de lei para acabar com interpretações da Justiça que têm liberado diversos profissionais chamados pelas Forças Armadas.
A proposta também atinge veterinários, farmacêuticos e dentistas, mas o foco principal é nos médicos. Desde 2005, 796 deles conseguiram ser liberados da convocação pela Justiça.
Neste ano, prestaram o serviço 1.747 médicos, entre convocados após terem sido dispensados por estarem na faculdade ou por excesso de contingente.
A legislação que permite a convocação de profissionais de saúde fala em quem tem "certificado de reservista". A Justiça, porém, tem decidido favoravelmente aos profissionais que entram com ação seguindo a interpretação pela qual quem foi dispensado por excesso de contingente antes de começar a faculdade não poderia ser chamado depois da formatura. O projeto explicita que o convocado pode ter sido dispensado por "excesso de contingente".
Ao resolver essa questão jurídica, o ministério afirma que quer amenizar a falta de profissionais em áreas remotas.
"É cada vez mais grave a situação gerada pela ausência de médicos nas áreas mais carentes, ditas inóspitas, a exemplo da Amazônia, onde muitas vezes o único atendimento à população local, incluindo os indígenas, é realizado por ação das Organizações Militares de Saúde ou de postos médicos localizados nos quartéis", diz a pasta.
No Norte, cada médico cuida de 1.051 habitantes, enquanto no Sudeste, a média é de 400 habitantes por profissional.
Periferias de grandes cidades também têm carência, diz Aparecida Linhares, secretária de Saúde de Diadema e vice do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.
"É uma resolução imediatista de um problema crônico, que é a falta de política de assistência em áreas remotas", diz Roberto d'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.
Para ele, a proposta é "melhor do que nada", mas ressalta que os convocados serão jovens com pouca experiência que não terão estrutura. "O máximo que farão será levar paciente para cidades maiores", afirma.
"Querem levar uma garrafa de água mineral para resolver o problema de uma seca", critica Paulo Argollo, da Federação Nacional dos Médicos.
O Ministério da Saúde evita entrar em detalhes sobre o projeto, mas diz que ele não resolve o problema da falta de profissionais em áreas remotas.
Para Francisco Campos, secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do ministério, não há unidades das Forças Armadas em todas as localidades carentes de médicos.
O projeto do Ministério da Defesa, enviado em setembro, está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Para entrar em vigor, ainda precisará passar por outras duas comissões e pelo Senado.

domingo, 8 de novembro de 2009

Reforma do Sistema de Saúde nos EUA

Câmara dos EUA aprova reforma do sistema de saúde proposta por Obama

Folha Online - 08/11/009
 
Em decisão inédita, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na noite deste sábado (horário local) a proposta de reforma do sistema de saúde pública. O projeto é considerado a política pública doméstica prioritária do governo do presidente Barack Obama.
Após 12 horas de debates, os legisladores conseguiram 220 votos favoráveis à aprovação do plano. O resultado foi apertado, pois eram necessários ao menos 218 para que a proposta passasse na votação.
Os votos contrários somaram 215  -  176 de republicanos e 39 de democratas moderados.
A previsão é de que os gastos somem mais de US$ 1 trilhão ao longo de dez anos para que o sistema de saúde possa absorver 36 milhões de norte-americanos que não possuem qualquer tipo de seguro.
"O projeto está aprovado", disse a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, Por volta das 23h no horário local. O anúncio foi ovacionado pelos democratas presentes.
Na tarde deste sábado, pouco antes do início da votação, o presidente Obama o Congresso em um último esforço para garantir a aprovação da proposta.
Agora, o Senado terá que aprovar sua própria versão da reforma. Após essa etapa, o projeto seguirá para sanção do presidente Obama.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Supervisão dos Cursos de Medicina

MEC inclui mais dois cursos de Medicina em supervisão e corta 110 vagas 

Amanda Cieglinski – UOL Educação

Dois cursos de medicina foram incluídos no processo de supervisão do MEC (Ministério da Educação) e tiveram que cortar 110 vagas. Na Faculdades Integradas Aparício Carvalho (RO), o vestibular foi suspenso, e a Universidade Nove de Julho (SP) teve que reduzir 30 das 100 vagas anuais que oferecia. Apesar de não terem conceitos insatisfatórios nas avaliações do ministério, os cursos foram visitados por uma comissão de avaliação depois que a pasta recebeu denúncias sobre os problemas na oferta do ensino.

"A supervisão funciona a qualquer tempo. Qualquer curso ou instituição pode receber a visita se o ministério receber uma denúncia consistente ", afirmou a Secretária de Ensino Superior, Maria Paula Dallari Bucci.

Segundo o MEC, a Universidade Nove de Julho estava recebendo alunos por meio de transferências além de sua capacidade, o que acabava inchando as turmas. Já na Faculdades Integradas Aparício Carvalho, a deficiência estava na parte prática do curso, pois faltam hospitais e pacientes suficientes na região para que os alunos possam cumprir as atividades estabelecidas pelas diretrizes curriculares do curso de medicina.

"Isso mostra que há mesmo um limite físico, não se pode abrir um curso de medicina em cidades saturadas", disse.

Por medida cautelar, o MEC já havia suspendido 580 vagas em sete cursos de medicina que tinham recebido o conceito insatisfatório em avaliações como o Enade (Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes). Essas instituições já foram visitadas e as vagas permanecem suspensas pelo menos até janeiro de 2010, quando vence o prazo para que as faculdade cumpram algumas medidas firmadas em acordo para melhorar a qualidade do ensino. Após esse período será feita uma nova visita pela comissão do MEC.

"Cortar vagas não é uma punição, mas uma medida de prevenção para a proteção dos alunos. Em geral, nas instituições em que há corte de vagas ou suspensão do vestibular, as condições melhoram porque elas param de admitir novos alunos e se focam na resolução do problema", explicou Maria Paula.

Os principais problemas verificados pelo ministério nas instituições que estão em supervisão são o corpo docente com baixa titulação, a inadequações do curso às diretrizes curriculares de medicina, falta de espaço para prática, além de laboratórios e equipamentos precários.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O que e como avaliar

O que e como avaliar?

As agências privadas de acreditação, uma realidade na União Europeia e em vários outros países da América Latina, começam a ser discutidas no Brasil

Rodolfo C. Bonventti  - Revista Educação Superior




Mira: o processo de acreditação serve para todo um conjunto na sociedade
A avaliação institucional sempre foi um tema polêmico. Mais do que fazer um diagnóstico da instituição, a avaliação emite um juízo de valor sobre a pertinência e a qualidade das atividades, dos produtos e serviços e dos profissionais que nela atuam. Para o professor José Dias Sobrinho, doutor em ciências humanas pela Unicamp e participante do Relatório 2007 - Acreditação para garantia de qualidade: O que está em jogo?, organizado pela Global University Network for Innovation (Guni), é preciso repensar os objetivos de uma avaliação. "Há necessidade de  avaliar para desenvolver a qualidade e há necessidade de avaliar e de inovar a própria avaliação." Mas ele reconhece que avaliar exige decisões difíceis de serem tomadas, pois elas envolvem diversas instâncias intra e extra institucionais como a implantação da avaliação, os critérios a serem utilizados e o que fazer com os resultados.

Vista inicialmente como um modismo, a avaliação das instituições se transformou, nos últimos anos, em um instrumento de gestão necessário para mensurar os esforços, a qualidade, a excelência e a relevância de uma instituição de ensino e mudou o foco da questão, que deixou de ser a necessidade de avaliar ou não, para o que avaliar e como e a quem cabe avaliar.

No modelo educacional brasileiro, a responsabilidade pela avaliação é do Ministério da Educação, mas o modelo tem provocado muita discussão no mercado e foi um dos temas centrais do 11º Fnesp, realizado em setembro último em São Paulo, ao abordar os instrumentos de avaliação e uma reflexão sobre seus principais pontos e o funcionamento e criação de agências de acreditação independentes, conforme modelos que já existem na Espanha, em Portugal e outros países da América Latina como  México, Chile, Venezuela e Argentina.

Na defesa pela maior autonomia das universidades, inclusive na questão do processo de avaliação, o reitor da UFMG, Almy Junior Cordeiro de Carvalho, afirma que a autonomia é urgente para que as universidades fiquem menos expostas aos humores dos governos. "Quando se muda de governo ou quando se entra em crise, a universidade entra no pacote geral."

Para a professora e pesquisadora do Departamento de Ciências Políticas da USP e do Núcleo de Pesquisas sobre Políticas Públicas, Elizabeth Balbachevsky, uma das facetas do processo de globalização do ensino superior é a ampliação de acesso por um lado e a demanda para que suas atividades de pesquisa e ensino sejam relevantes do ponto de vista das necessidades do país, de outro. "Nesse novo cenário, o ensino superior é percebido como estratégico para a sociedade e por essa razão surge uma maior pressão regulatória sobre as instituições. Questões que até então podiam ser delegadas para decisões internas passam a exigir e a mobilizar outros interesses e atores que são externos, e que normalmente encontram dificuldades em se fazerem ouvir."

Doutor em Ciências da Educação e ex-presidente do Instituto Internacional para La Educacion Superior En América Latina Y El Caribe da Unesco, Claudio Rama, um dos criadores da Agência de Acreditação Independente apresentada no Fnesp, defende uma diminuição cada vez maior da ingerência estatal, que reduz a autonomia da universidade pública e a liberdade de mercado da privada. "Os governos precisam reduzir suas regulações. Como pode haver proteção do conhecimento? Na União Europeia, por exemplo, está prevista a livre mobilidade dos profissionais, que devem ser formados por cursos com grades curriculares, conteúdo e carga horária semelhantes. É o aparecimento de uma educação sem fronteiras, em que os docentes se movem em ambientes multiculturais, viajam para dar aulas e conferências são tutores a distância, e, do outro lado, cada vez mais, os alunos se formam na educação virtual e migram para estudar."

Uma Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior é normalmente uma fundação de direito privado ou uma organização não governamental, que tem como principal fim a avaliação e acreditação das instituições e dos seus diversos cursos em todos os níveis. O principal traço do seu trabalho é a independência, quer face ao poder político, quer face às entidades avaliadas.

"A acreditação é uma certificação de que uma instituição atende a critérios e requisitos pré-definidos em termos de qualidade. Mas não existe um critério único de qualidade, portanto o ideal é que as certificações sejam diferentes e com características locais, regionais, nacionais e internacionais. O Brasil é tão grande e diversificado que não pode construir o seu sistema de ensino superior somente por meio de uma acreditação pública. Suas diversidades institucionais, pedagógicas e disciplinares permitem a criação de várias agências regionais, como o caso do México, por exemplo, que possui atualmente 27 agências", afirma Cláudio Rama.

Para a professora Elizabeth Balbachevsky, as instituições brasileiras possuem missões, perfis e pontos de qualidade muito distintos. "Um fator, aliás, muito normal quando acontece a ampliação de acesso ao ensino superior como ocorreu nos últimos anos no Brasil. Portanto, se temos estratégias e ofertas de ensino diferenciadas, não podemos ter um modelo de avaliação engessado com medidas abstratas que são empurradas goela abaixo pelo governo nas instituições, porque o efeito final acaba sendo muito perverso, acarretando apenas mais custos para as instituições. Simplesmente são exigidos quesitos que se transformam em tributos e cujo resultado para a qualidade do ensino é zero."
Jose Joaquim Mira, diretor da Agência de Avaliação e Acreditação da Espanha (Aneca) e diretor da Universidade Miguel Hernandez (UMH), também um dos palestrantes do 11º Fnesp, onde falou sobre a experiência de trabalhar em uma instituição na implementação de sistemas de qualidade e sobre o funcionamento de uma agência de acreditação, defende que a importância de qualquer processo de acreditação no ensino superior é que ele garante confiança nos alunos. "Ao mercado que emprega e dá preferência àqueles profissionais formados em cursos devidamente acreditados e à família, que é quem ajuda economicamente o aluno a realizar o seu curso e ter uma profissão. Enfim, o processo de acreditação serve para todo um conjunto da sociedade".

Mira destaca que o primeiro programa piloto de avaliação independente surgiu há 12 anos na Europa, e dele participou voluntariamente um grupo de universidades que ainda representavam um extrato muito pequeno do ensino superior naquele continente.

"Os sistemas de ensino são muito semelhantes, mas se você olhar para dentro de cada instituição vai verificar que há grandes diferenças de uma para outra. Isso explica o porquê de não recomendarmos uma única agência de acreditação no caso de várias instituições compartilharem o mesmo sistema universitário. Há um mínimo comum para todos, mas, ao mesmo tempo, há amplas possibilidades de personalizarmos ferramentas, de acordo com a realidade de cada IES, capazes de garantir um melhor sistema de acreditação em um processo de avaliação. Na União Europeia, cada país determina as condições em que prefere realizar o credenciamento e a acreditação das suas instituições de ensino."
O Sistema de Acreditação ou de Certificação nasceu na verdade nos Estados Unidos e foi uma iniciativa do setor privado para garantir um bom nível de qualidade perante a sociedade.

Segundo a professora Elizabeth Balbachevsky, para efetivamente funcionarem, os critérios devem ser negociados com as instituições. "Até porque tem de ser um processo de aprendizagem da agência em relação às instituições e destas em relação a elas mesmas. Os alunos e os professores devem poder participar livremente desse processo também."

Já na opinião do professor José Dias Sobrinho, o sistema de acreditação deveria ser controlado por regulamentos gerais estabelecidos pelo Estado, mas implementado por agências e comunidades disciplinadoras com um certo grau de liberdade. "As agências públicas estão em melhor posição porque são mais distantes dos interesses do mercado. O Estado deveria assegurar a acreditação com o objetivo de oferecer informações seguras sobre as instituições educacionais para a sociedade. As agências privadas, quando aceitas, deveriam ser acreditadas pelo Estado de tempos em tempos."

Estudo viabiliza modelo de agência independente
Especialistas de mercado criaram e apresentaram no 11º Fnesp um projeto para uma agência de acreditação nacional que utiliza a experiência conquistada na Europa ou em países latino-americanos como o México e o Chile, mas que, ao mesmo tempo, propõe uma adaptação às características das instituições brasileiras.

"A criação da Agência de Avaliação, Acreditação e Assessoria da Educação Superior no Estado de São Paulo baseia-se na necessidade de desenvolvermos um modelo de avaliação e acreditação que respeite as inúmeras diferenças regionais que temos no país e, ao mesmo tempo, acompanhe o conceito de universidade que existe hoje", diz Fábio Reis, diretor do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, que junto com o professor Cláudio Rama idealizou a Agência.

"Nosso modelo de avaliação e acreditação tem parâmetros internacionais, mas propõe um foco diferenciado, voltado para medir os eixos que realmente garantem atualmente a qualidade na educação superior, que é o enfoque na empregabilidade; na competência profissional dos professores e dos nossos formandos que chegam ao mercado; na inovação curricular; na gestão da universidade como uma empresa e na diversidade, deixando de lado os critérios exclusivamente acadêmicos em que se baseiam as avaliações oficiais hoje", acrescenta.

Para Fábio Reis, essa é uma tendência mundial e o Brasil não pode ficar distante dela. "O importante é que a agência tenha total autonomia perante o Estado, alinhamento constante com o mercado de trabalho e com as demandas que são características da nossa sociedade. Só assim ela vai poder contribuir para melhorar a qualidade das nossas instituições e até permitir um olhar mais amplo sobre as instituições de ensino por parte dos organismos públicos".

Para Cláudio Rama, a sociedade já não aceita a capacidade de uma instituição de avaliar ela própria sua qualidade e prefere organismos independentes de avaliação executando esse papel. "A nova lógica econômica requer um sistema educacional global, ou seja, que obedeça a regulações padronizadas internacionalmente." (R.C.B)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Para reflexão

País do diploma

Ancelmo Gois - O Globo 21/10/2009

Acredite. Entre os inscritos para o concurso de gari da Comlurb, a estatal carioca do lixo, 45 têm doutorado; 22, mestrado; 1.026, nível superior completo; e 3.180 chegaram a cursar faculdade, mas não concluíram.
De 7 de outubro até ontem, 109.193 pessoas se inscreveram para a prova.
Mas...O concurso não exige nem ensino fundamental completo, e a prova é só de esforço físico. O salário é de R$ 486,10, mais R$ 237,90 em tíquete-alimentação e plano de saúde.

* Como vocês viram, a coisa está preta... Deixe o seu comentário!

sábado, 24 de outubro de 2009

Transdisciplinaridade

O quê é transdisciplinaridade?


Visão dos profissinais da saúde sobre Saúde e Promoção da Saúde

"It depends on what you mean": a qualitative study of Swedish health professionals' views on health and health promotion
Helene Johansson, Lars Weinehall and Maria Emmelin
BMC Health Services Research 2009, 9:191               doi:10.1186/1472-6963-9-191

Abstract (provisional)

Background

The role of health services must be re-oriented towards health promotion to more effectively contribute to population health. One of the objectives of the Swedish public health policy is that health promotion and disease prevention should be an integral part of the health care system and an important component of all care and treatment. However, the uncertainty about what the concepts of health and health promotion mean poses a challenge for implementation. Depending on how these concepts are interpreted, the attitudes of health professionals toward health promoting practices will differ. Thus, a more in-depth understanding of health professionals' views can be a starting point for a discussion about the values and attitudes that influence the current health care system and about the barriers and possibilities for future development of a health promoting health service.

Method

Seven focus group discussions (n=34) were carried out with health professionals, from different health care settings, to understand how they communicate about health and health promotion.The data were analyzed using qualitative content analysis.

Results

The analysis of health professional's general understanding of the concept of health resulted in the category; a multi-facetted concept, whilst the category; a subjective assessment describes what health means to themselves. A third category; health is about life, the whole life, describes their understanding of health as an outcome of a multiplicity of contextually dependent determinants. The health professional's multiple ways of associating health promotion to disease prevention suggest a concept that is diffuse, elusive and difficult to apply in practice. Despite a shared view of health, the health professionals described their health promotion role very differently depending partly on how the concept of health promotion was interpreted. The analysis resulted in the development of three ideal types, labelled the demarcater, the integrater and the promoter describing different strategies for handling a health promotion role in practice

Conclusion

The study suggests that different interpretations of what constitutes health promotion can lead to unnecessary misunderstandings and pose barriers to further development of a health promoting practice.


* Para ler a versão provisória na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mestrado profissional

Mestrado profissional na área de saúde

Fontes: UOL educação / MEC


A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) lançou nesta quinta-feira (22) o edital para apresentação de projetos de implantação de mestrado profissional de programas de residência em saúde. O edital, com prazo para apresentação de propostas até 30 de dezembro, é a primeira chamada pública para o credenciamento de cursos de mestrado profissional após a regulamentação da modalidade em junho deste ano.

Podem se candidatar instituições que já tenham programas de pós-graduação stricto sensu na área de saúde reconhecidos pela Capes e que pretendam oferecer mestrado profissional nas áreas de administração e gestão em saúde, cuidados intensivos, cuidados paliativos, atendimento domiciliar, promoção da saúde, saúde oral, tecnologia e saúde, prevenção de agravos à saúde, reabilitação da saúde, saúde e meio ambiente e distúrbios cognitivos e comportamentais.

Também podem ser apresentadas propostas nas áreas de atuação específica da carreira médica - atendimento ao queimado, citopatologia, densiometria óssea, ecografia vascular com doppler, eletrofisiologia clínica invasiva, endoscopia digestiva, endoscopia ginecológica, endoscopia respiratória, ergometria, hemodinâmica e cardiologia intervencionista, infectologia hospitalar, medicina aeroespacial, medicina fetal, neurofisiologia clínica, nutrição parenteral e enteral, nutrição parenteral e enteral pediátrica, perícia médica, psicogeriatria, psiquiatria forense e reprodução humana.