sexta-feira, 22 de março de 2019

Hospital Universitário




Planejamento é a palavra de ordem da nova gestão


Ana Paula Machado Velho



 
A ortopedista e docente do curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Elisabete Mitiko Kobayashi, tomou posse, nesta segunda-feira (18), pela manhã, e já arregaçou as mangas para dar início oficial à administração de sua equipe, eleita para a Gestão 2019-2022, no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM).

Segundo a doutora Elisabete (foco acima), a saúde pública no Brasil vem enfrentando graves problemas há anos e isso tem afetado os Hospitais Universitários, como o HUM, dificultando o acesso a essas instituições e agravando o atendimento à população. Ela lembra que, com a crise que o Brasil enfrenta, muitos usuários deixaram os planos de saúde privados e passaram a usar o Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto desta realidade vem sendo sentido no atendimento da urgência e emergência.  

“O sistema público de saúde ainda sofre por não ter uma estrutura adequada para o atendimento global do paciente. Prova disso é a fila de espera por consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas em todo o país. Esta longa fila culmina na piora do quadro do paciente e desagua nos prontos atendimentos, seja nas UPAs ou nos hospitais públicos, que já não conseguem atender a tão alta demanda e vivem na mídia por incapacidade operacional. A prevenção, que ainda é o melhor caminho para a saúde, está deficiente. Essas ações não têm sido feitas nos ambulatórios. Se isso não funciona, há um impacto enorme nos serviços de urgência e emergência. Juntando essa realidade com a falta de políticas fortes no setor de prevenção à violência no trânsito e à violência interpessoal, o cenário se agrava e vemos faltar leitos de urgência e emergência e nas UTI”, descreve a ortopedista do HUM.


Três décadas - A nova gestora lembra, ainda, nos seus 30 anos de existência, o HUM de Maringá pouco cresceu em relação aos outros hospitais universitários, tornando–se o menor do estado do Paraná. Porém, o Hospital Universitário de Maringá é uma importante porta de entrada na região, sendo referência para os serviços de emergência do SIATE e do SAMU. Além disso, aparece nos mapas de atendimento como porta aberta para a demanda espontânea e através da regulação de pacientes pela Central de Vagas do Estado. Mensalmente, o HUM atende em torno de 6 a 7 mil pacientes no Pronto atendimento, em uma estrutura ainda acanhada.

“Não conseguimos avançar em melhorias de atendimento e estrutura física do nosso HUM. Precisamos urgentemente acabar de construir o Hospital, dando andamento, principalmente, às obras já iniciadas e, por ora, paradas por falta de recursos. O SUS é universal e o doente recebe atendimento gratuito, porém, o leito do SUS não é gratuito. O custeio de todos os leitos previsto no orçamento, muitas vezes, não corresponde às despesas reais. Fazer a boa medicina implica em custos operacionais, por vezes, maiores do que o SUS subsidia. O custo do doente-dia deve ser preocupação dominante da administração sem prejuízo do suprimento indispensável ao bom atendimento ao paciente, da boa alimentação e dos necessários cuidados médicos. Os recursos próprios do HUM, ultimamente, têm sido consumidos por uma folha de pagamento que aumenta, a cada ano, por falta de abertura de concursos públicos, o que impede novos investimentos ou reposição de equipamentos e manutenção de nossa estrutura. A falta de reposição de funcionários, seja por aposentadoria, morte ou demissões, tem se intensificado ano a ano. Estamos evoluindo rapidamente para um sucateamento do hospital, deixando de fazer diagnósticos por falta de bons equipamentos e diminuindo a qualidade de atendimento final. Necessitamos urgente de um olhar do estado para esta situação, porém, não nos eximimos de fazer o nosso dever de casa, em tornar o atendimento mais efetivo e eficaz”, alerta a doutora Elisabete.


Reconhecimento - Enfim, a superintendente do HUM destaca que é preciso resgatar a credibilidade do Hospital Universitário de Maringá junto à comunidade interna e externa. A médica prometeu trabalhar para conquistar o verdadeiro crescimento do Hospital, que vai além da assistência, deve atingir as áreas de ensino e pesquisa. Kobayashi disse vai organizar o serviço internamente, abrindo frentes de negociação e diálogo com os gestores públicos.

“O curso de medicina da UEM é um dos melhores do Brasil, temos também alunos da graduação da enfermagem, análises clínicas, psicologia, as residência médicas e multiprofissional, acabamos de abrir a pós-graduação em Urgência e Emergência, temos projetos de pesquisa de relevância clínica em andamento dentro do HUM, um Hemocentro de primeira qualidade.  Este é o HUM que a população não vê e nem a mídia mostra.  Somos formadores de profissionais para a rede de atendimento do SUS e setor privado. Nestes 30 anos de existência do curso de medicina, colocamos excelentes profissionais no mercado de trabalho de Maringá e região. A qualidade da medicina, hoje praticada em Maringá, os avanços e inovações no atendimento aconteceram com o impacto do retorno destes egressos da UEM. Isso precisa ser reconhecido”, lembrou a superintendente.






Compromisso - Segundo a nova gestora, o HUM se dispõe a aumentar a oferta de serviços, mas precisa acabar a sua construção e montar uma nova estrutura de ambulatório, para ofertar mais consultas eletivas e melhorar o local de ensino. Será possível aumentar o número de atendimentos no momento em que o HUM terminar o seu plano diretor e recompor o quadro de funcionários, através de concursos pelo Estado.

“O resultado das urnas nas eleições do HUM mostrou que os funcionários, docentes e alunos confiam na capacidade da nossa equipe (foto acima) e nossas propostas. Mostrou a confiança em um grupo técnico, com experiência e conhecimento em gestão administrativa, gestão de pessoas e gestão de processos. O nosso compromisso com todos é de uma gestão séria e competente, com transparência nas ações e mais próxima dos que aqui trabalham. Fizemos um compromisso de estarmos presentes e arregaçarmos as mangas todos juntos para reagirmos e colocarmos o HUM nos trilhos novamente. A ideia é profissionalizar o Hospital, nos próximos anos, para que a gente consiga ter uma gestão otimizada e de qualidade. Este é o compromisso desta equipe que agora assume a direção do HUM. A direção do Hospital se compromete a fazer uma boa gestão e esperamos que haja a resposta dos nossos governantes”, concluiu Elisabete Kobayashi.

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