Medicina ortomolecular é tema de programa da Rede Globo
São testes proibidos, diagnósticos errados, tratamentos perigosos, falsas garantias de emagrecimento e rejuvenescimento. Um escândalo.
A chamada medicina ortomolecular é uma especialidade médica que está na moda – tão na moda que o Conselho Federal de Medicina emitiu uma regulamentação pra evitar abusos e práticas indevidas. A Resolução CFM n.º 1.938/2010, publicada no Diário Oficial da União, em 5 de fevereiro, estabelece normas técnicas para regulamentar o diagnóstico e procedimentos terapêuticos da prática ortomolecular e biomolecular, obedecendo aos postulados científicos oriundos de estudos clínico-epidemiológicos. No entanto, a reportagem do Fantástico mostrou no último domingo, dia 21, que o que ainda se vê em muitos consultórios é de assustar. Nas quatro clínicas visitadas, a produtora do Fantástico contou uma história parecida: “Desânimo, queda de cabelo, problema de memória, dormindo mal, eu tive depressão”. Sintomas iguais, diagnósticos diferentes.
Ao final da reportagem, a produtora-paciente do Fantástico não saiu dos consultórios só com receitas de vitaminas e minerais – alguns remédios vendidos nas próprias clínicas, mas também com a indicação de procaína, um anestésico. “Aplicação de procaína como uma medicação antioxidante e de rejuvenescimento não está permitida, não tem valor científico”, diz Carlos Vital Correa Lima, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina. “O médico não pode oferecer, não pode comercializar produtos, medicamentos em seu consultório. Configura-se como prática de farmácia e isso é vedado pelo código de ética e por lei”, afirma.
O CFM reconhece a medicina ortomolecular, mas faz ressalvas. “É uma prática que tem uma ação terapêutica muito eficaz e com valor cientifico em determinadas circunstâncias e parâmetros bem estabelecidos. Mas não dentro dessa busca de envelhecimento, de antienvelhecimento, como hoje é proposto de maneira muito ampla dentro da sociedade brasileira”, explica Vital.
No início deste mês, entraram em vigor novas regras do Conselho para a medicina ortomolecular. O exame da gota de sangue e do fio de cabelo foram vetados. “O exame do fio capilar e o exame do dedo, da gota espessa, não devem ser feitos. Não têm valor científico”, afirma. A nova resolução do CFM também determina: altas doses de vitaminas e minerais, só se o paciente tiver falta dessas substâncias no organismo. Fora isso, basta se alimentar direito. “Não há evidência científica que o cobalto, o chumbo e outros minerais possam ter ação prática no rejuvenescimento ou mesmo no tratamento das doenças crônicas”, ressalta.
Confira a reportagem completa no site do Programa Fantástico, da Rede Globo.
A chamada medicina ortomolecular é uma especialidade médica que está na moda – tão na moda que o Conselho Federal de Medicina emitiu uma regulamentação pra evitar abusos e práticas indevidas. A Resolução CFM n.º 1.938/2010, publicada no Diário Oficial da União, em 5 de fevereiro, estabelece normas técnicas para regulamentar o diagnóstico e procedimentos terapêuticos da prática ortomolecular e biomolecular, obedecendo aos postulados científicos oriundos de estudos clínico-epidemiológicos. No entanto, a reportagem do Fantástico mostrou no último domingo, dia 21, que o que ainda se vê em muitos consultórios é de assustar. Nas quatro clínicas visitadas, a produtora do Fantástico contou uma história parecida: “Desânimo, queda de cabelo, problema de memória, dormindo mal, eu tive depressão”. Sintomas iguais, diagnósticos diferentes.
Ao final da reportagem, a produtora-paciente do Fantástico não saiu dos consultórios só com receitas de vitaminas e minerais – alguns remédios vendidos nas próprias clínicas, mas também com a indicação de procaína, um anestésico. “Aplicação de procaína como uma medicação antioxidante e de rejuvenescimento não está permitida, não tem valor científico”, diz Carlos Vital Correa Lima, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina. “O médico não pode oferecer, não pode comercializar produtos, medicamentos em seu consultório. Configura-se como prática de farmácia e isso é vedado pelo código de ética e por lei”, afirma.
O CFM reconhece a medicina ortomolecular, mas faz ressalvas. “É uma prática que tem uma ação terapêutica muito eficaz e com valor cientifico em determinadas circunstâncias e parâmetros bem estabelecidos. Mas não dentro dessa busca de envelhecimento, de antienvelhecimento, como hoje é proposto de maneira muito ampla dentro da sociedade brasileira”, explica Vital.
No início deste mês, entraram em vigor novas regras do Conselho para a medicina ortomolecular. O exame da gota de sangue e do fio de cabelo foram vetados. “O exame do fio capilar e o exame do dedo, da gota espessa, não devem ser feitos. Não têm valor científico”, afirma. A nova resolução do CFM também determina: altas doses de vitaminas e minerais, só se o paciente tiver falta dessas substâncias no organismo. Fora isso, basta se alimentar direito. “Não há evidência científica que o cobalto, o chumbo e outros minerais possam ter ação prática no rejuvenescimento ou mesmo no tratamento das doenças crônicas”, ressalta.
Confira a reportagem completa no site do Programa Fantástico, da Rede Globo.
Um comentário:
http://www.papodegordo.com.br/index.php/2010/03/26/medicina-ortomolecular-verdade-ou-charlatanismo/
www.saudeforum.wordpress.com
"Esse "modismo" (medicina orto/biomolecular) já dura mais de 30 anos!.Tem um dito popular cuja "moral" é mais ou menos essa: ...não se consegue enganar muitos o tempo todo...Concordo com o articulista quando diz que não se deve julgar a prática biomolecular pelo proceder de alguns ditos especialistas,que possivelmente,espero eu,sejam minoria e que,foram escolhidos a dedo pela produção do programa.Mas a materia serve de alerta para que se tome mais cuidado com a escolha do profissional a quem delegar a importante tarefa de nos auxiliar a manter a saude.
A medicina biomolecular é apenas uma das muitas formas de cuidar de individuos que percebem a falta de saude, seja por que têm dores ou quaisquer outros sintomas.Percebem que já não funcionam mais como antes e desejam retomar o estado de ausencia de percepção de mal estar (uma das definições possiveis de saude,apesar de incompleta...).
A alopatia cuida da doença instalada. A maioria das outras propostas passam pela promoção de saude e pela prevenção da doença.Esse é o motivo do crescimento do interesse a respeito de outras práticas relacionadas ao binomio saude/doença.
Mas essa discussão é longa e árdua e deveria ser objeto de analise constante de nossa parte (medicos), formadores de opinião que somos.Vou alem, ao dizer que deveria ser materia obrigatória (curricular), conhecer a produção de conhecimento na área de saude,ao longo dos milenios até os dias de hoje (medicina baseada em evidencias). Ajudaria muitissimo a medicos na dificilima tarefa de cuidar de seus pacientes e a eles (pacientes) a entender os "porquês" dos cuidados e a necessidade de ajudar o medico na sua função mais nobre e maior: auxiliar e orientar o individuo a manter sua saude.
Esse é um momento crucial de tomada de consciencia na área da saude.Mesmo programas televisivos que abordem apenas a superficie (e o "lado obscuro") da discussão sobre saude,são benvindos."...
...Existem evidencias de sobra que, em relação à saude,o que temos como inquestionável,verdade absoluta, hoje, possivelmente amanhã não será visto da mesma forma. A medicina não é uma ciencia exata. Não existem dois individuos que respondam de maneira igual a terapeuticas identicas! Existem muitos viezes a serem analisados! E...não conseguimos nos ocupar de todos no curto prazo.Mas a velocidade de introdução de novas terapeuticas nos impõe isso...Por isso alguns (?) medicamentos entram no mercado para ,depois de algum tempo, serem retirados de circulação por danos provocados (e reconhecidos apenas tardiamente).Essa é a materia sobre saude que eu gostaria de ver discutida e analisada por um veiculo de tamanho poder em relação à disseminação da informação.Num forum cuja tematica pudesse ser discutida,com isenção, por todos os segmentos da sociedade envolvidos na questão da saude.Não apenas apontar maus profissionais (que com certeza devem ser combatidos), mas discutir a realidade médica que vivemos hoje e como podemos fazer para melhorar os indices de saude em nosso meio.
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