A língua dominante em avaliação é o inglês?
Infelizmente acredito que sim.

No ano passado conheci um grupo de avaliadores brasileiros em uma 
conferencia, e soube através deles a crescente demanda por bons estudos 
avaliativos no Brasil, mas também a necessidade de mais iniciativas de 
capacitação nesta área, e informações práticas e relevantes escritas em 
um contexto local, em língua portuguesa. Foi então que resolvi pesquisar
 em que este grupo tão entusiasmado estava trabalhando. Não somente 
grupos no Brasil, mas em outros países de língua portuguesa.
Aliás, somos 10 países com português como a língua oficial (Brasil, 
Moçambique, Angola, Portugal, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Cabo Verde, São
 Tomé e Príncipe, Macau, e Guiné) com uma população de aproximadamente 
259 milhões de pessoas.
Usando o Google.com, procurei por 
relatórios, blogs, cartilhas, e artigos, em língua portuguesa, em um 
contexto local. Embora tenha encontrado alguns bons documentos, 
principalmente produzidos pelo Brasil e Portugal, não encontrei muito 
dos demais países. O que encontrei foram alguns relatórios de 
avaliações, feitos em países de língua portuguesa, não necessariamente 
por avaliadores locais, escritos em inglês e endereçados a financiadores
 internacionais.
Não me levem a mal, acho positivo ter uma língua comum, o inglês, 
para facilitar a troca de informações e comunicação entre profissionais,
 mas acho também importante desenvolver e preservar conteúdos em língua 
original, além de desenvolver a capacidade de avaliadores locais. 
Acredito que temos um dever cívico com a população de nossos países, em 
produzir informações que podem ser acessíveis a todos.
Foi com este intuito que resolvi criar uma pagina inicial, em português, no BetterEvaluation. O link é http://betterevaluation.org/portuguese.
 Nesta pagina inicial, listo os nomes de sete associações ou networks de
 avaliadores de língua portuguesa, mas podem existir outras. 
Esperamos colaborar com essas associações de algum modo.
Com o intuito de estimular o compartilhamento de informações, adicionei ao site recursos em língua portuguesa, como por exemplo:
Estudo de caso: a avaliação externa de um programa (serie de folhetos desenvolvidos pelo Instituto Fonte, Brasil)
Este documento narra as experiencias pessoas do coordenador de uma 
avaliação de um projeto educacional. O autor descreve as etapas do 
processo de avaliação, investigando as mudanças que o projeto trouxe aos
 alunos, e as metodologias usadas.
Como elaborar Modelo Lógico: roteiro para formular programas e organizar avaliação (um guia desenvolvido pelo IPEA e MDA, Brasil)
Este documento apresenta uma descrição do modelo logico, sua 
aplicabilidade, e como desenvolver um modelo logico com a finalidade de 
aperfeiçoar programas e projetos.
Para aqueles que conhecem o ‘Rainbow Framework’ do 
BetterEvaluation, ou ‘Quadro Arco-Iris’ em português, sua versão 
compacta também esta disponível em língua portuguesa.
Para buscar por outros recursos, uso o botão ‘search’ no canto 
direito da pagina do BetterEvaluation. Digite ‘portugues’ e outros 
recursos aparecerão. A quantidade de informações em português ainda é 
modesta, mas é algo que pretendemos estimular nos próximos meses. 
Principalmente com eventos de avaliação acontecendo no Brasil.
Também tomei conhecimento que existem cursos para avaliadores oferecidos por instituições brasileiras, como por exemplo:
- Mestrado Profissional em Avaliação de Políticas Públicas, Universid...
 - Mestrado Professional em Avaliação, Fundação Cesgranrio
 - Mestrado em Gestão e Avaliação da Educação Pública, Universidade fe...
 - Curso de Avaliação Econômica de Projetos Sociais, Fundação Itaú Soc...
 
Será que existem cursos profissionalizantes em avaliação offerecidos em outros países de lingua portuguesa?
Para encerrar, convido todos os avaliadores a participarem desta 
iniciativa, e partilharem seus conhecimentos práticos sobre o uso de 
métodos e processos de avaliação, usando exemplos locais. Vamos fazer do
 BetterEvaluation um espaço também para a comunidade lusofônica.
Para maiores informações, contate Cristina Sette (c.sette@cgiar.org), um membro da equipe do BetterEvaluation.



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