quarta-feira, 11 de julho de 2012

Psicologia Hospitalar


O Psicólogo no Hospital Geral

Considera-se que o adoecer e o período de internação marcam uma ruptura com o curso da vida, quanto às formas de relação com familiares, amigos, trabalho e vida produtiva, ruptura que pode ter tido início há muito tempo, principalmente nos casos de doenças crônicas.

Diante destas circunstancias da vida, cabe ao psicólogo avaliar e intervir, através de acompanhamento sistemático, sobre os efeitos do adoecer e do tratamento na realidade psíquica, assim como destacar os aspectos psicológicos e a diversidade de vivências que podem estar implicadas no processo do adoecer. Conhecer quem é o doente vai além de saber o nome, filiação, estado civil, profissão, qual é a doença orgânica, tempo de internação e procedimento médico. Faz-se necessário disponibilidade e capacitação técnica para poder saber do sofrimento daquele que sofre também de uma outra ordem de dor, a de existir.

Sendo assim, ao lado do silêncio da doença orgânica, pode ser oferecida a possibilidade da escuta do sujeito, para que este ser que sofre possa falar, interpretar sua condição de doente a partir da instância psíquica, que é simbólica, pela via da possibilidade de representação que não se pode calar, uma vez que caracteriza a condição de ser humano.

Para a realização deste trabalho abre-se uma especialidade – hospitalar – como campo da Psicologia Clínica no contexto de instituições - hospitais e clínicas – onde, embora o trabalho de especialistas médicos responda pela assistência, a ciência e seus avanços reconhecem a insuficiência deste trabalho para abarcar todos os âmbitos da conduta humana, de tratamento e de melhoria da qualidade de vida.

O psicólogo hospitalar está inserido na área da saúde como um especialista, como facilitador da comunicação e da expressão humana através da linguagem, visando a representação e a elaboração das vivências dos pacientes, do seu relacionamento com os semelhantes, de sua capacidade de amar e de trabalhar.

No hospital, onde o risco de vida e a possibilidade da morte estão presentes, o psicólogo pode facilitar e/ou favorecer o curso da vida; a isto se pode denominar promoção de saúde e de qualidade de vida. Neste sentido, a Psicologia Hospitalar situa-se além do trabalho de humanização da instituição, oferecendo tratamento especifico para as questões do ser humano no decorrer da sua história de vida.

Trecho extraído de: Manual de psicologia hospitalar / Claire Terezinha Lazzaretti ... [ et al.]. Curitiba : Unificado, 2007.

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