Planejamento, qualificação profissional e boa leitura das diferentes realidades do campo educacional podem fazer com que se obtenha realização na carreira docente. Até mesmo financeira
A habilidade de interagir com seus pares é essencial para a carreira docente |
Diante do desprestígio social, a carreira do professor - da professora, na esmagadora maioria dos casos - há tempos deixou de seduzir os jovens universitários. Sobram indicadores para apontar a queda livre. O que surpreende é o que está na contramão dessa visão do senso comum: a constatação de que existem professores bem-
sucedidos, realizados profissionalmente e com salários bem acima da média do mercado. Afinal de contas, seria possível sonhar com o casamento entre realização profissional e prática do magistério?
Especialistas em recursos humanos apontam caminhos que podem, sim, fazer a diferença na carreira, enquanto exemplos confirmam que a excelência na educação passa obrigatoriamente pelo binômio salário e qualificação do professor.
O termo "carreira" costuma vir acompanhado de um predicativo - carreira acadêmica, carreira científica, literária e assim por diante. Mas antes de falar na extensão, é preciso compreender o principal, segundo os analistas: a própria carreira.
Carlos Bitinas, da DRH Talent Search, consultoria especializada na busca e seleção de talentos profissionais, ecoa uma visão bastante difundida no mundo de RH. Acredita que a carreira é um bem essencial, porém frequentemente pouco compreendido pelos profissionais. Isso porque normalmente ingressamos no mundo do trabalho sem conhecer as características das etapas de uma profissão e, menos ainda, como manejá-las. E, quando começamos a trabalhar, a instituição que nos acolhe também não costuma estar muito preocupada com isso, mas concentrada em ter sua força produtiva. Assim, não é incomum que a falta de intimidade com a carreira persista às vezes ao longo de toda a sua duração.
O magistério não foge à regra. Por essas e outras, um bom ponto de partida para a tão sonhada realização profissional é compreender o significado da carreira, em toda a sua extensão. A palavra vem do latim vulgar, carraria, que designa um caminho, que não é necessariamente regular e menos ainda um caminho ascendente. "O importante para o profissional é saber fazer as escolhas certas durante o caminho", recomenda Bitinas.
E a lição aqui é inverter a lógica corrente: o professor não se deve deixar conduzir pelo mercado, mas, ao contrário, assumir as rédeas da própria carreira.
Escolhas e possibilidades
O desafio começa na escolha da profissão, pois identificar a própria vocação nem sempre é tarefa simples. A chamada voz interior parece ser aquela que temos mais dificuldade de ouvir, ainda que renegá-la possa significar enorme desperdício de talento. A tendência é buscar as profissões ou as carreiras que dão mais status, poder ou dinheiro, que não são necessariamente aquelas mais alinhadas aos talentos e pendores de cada um.
"Na vida profissional, não é isso que garante realização. É o nosso desejo que precisa prevalecer", destaca Mariá Giuliese, sócia da Lens & Minarelli, uma das gigantes do mercado de recolocação e consultoria em RH, que fala sobre o "efeito manada": "vivemos na sociedade da imagem, em que tudo nos estimula a olhar para fora e atender à demanda exterior, mas acabamos pagando essa conta mais tarde", alerta.
No caso do magistério, como tornar viável o sonho da realização profissional e sustentar a escolha diante desse olhar social que tanto desvaloriza o profissional de ensino?
Refletir a partir dos valores do próprio campo educacional é fundamental.
"O professor deve meditar seriamente sobre sua escolha e compreender que a pobreza de reconhecimento [externo] faz parte dessa opção. Isso o conduz ao desafio de suportar a si mesmo, de valorizar-se acima da avaliação alheia, de crer em si quando poucos o reconhecem", sustenta José Ernesto Bologna, fundador da consultoria Ethos - Desenvolvimento Humano e Organizacional e especialista em psicologia do desenvolvimento aplicada à administração e à educação.
Sem dúvida, um desafio e tanto, mas é preciso reconhecer que um professor que se valoriza será, certamente, mais interessante aos olhos do outro. E aqueles que conseguem contribuir de maneira efetiva para a formação de seus alunos costumam ser valorizados, mesmo em meio a um todo social que tem tendido a desqualificar e desprestigiar o professor.
Teoria e prática
Vincular precocemente teoria e prática é uma das recomendações de Marcelo Maghidman, da Tafkid Marketing Educacional e Cultural. "Essa experiência é determinante na progressão da carreira", sinaliza. E lembra que é preciso estar atento à qualificação profissional, recomendação consensual entre os especialistas.
No caso do professor, significa ter em mente que o diploma inicial é condição necessária, mas está longe de dar respostas a todas as exigências da profissão. O que se espera - e que faz a diferença - é que o professor, como qualquer outro profissional de outros setores, invista em sua formação. Do contrário, corre o sério risco de permanecer na ladainha, na eterna crítica aos cursos de formação inicial. Reconhecer as deficiências é sinal positivo, que indica a busca de crescimento pessoal e profissional. E quem está disposto a se aprimorar profissionalmente conta hoje com opções de sobra, inclusive de cursos a distância. Mas é preciso ser seletivo e saber escolher o que de fato vai promover o desenvolvimento da carreira.
Educação continuada
O alerta vem do especialista Gutemberg Leite, da Meta Consultoria em RH, para quem é preciso ter cautela com o modismo da educação continuada. "Os variados cursos oferecidos nem sempre têm conexão com o aprimoramento do professor, levando-o à dispersão, pressionando-o a estudar temas que não irão contribuir como um fator positivo em sua prática em sala de aula", pontua.
Seja qual for a escolha, há demandas que, em tese, o professor precisa cumprir. Nos dias de hoje, além da formação específica e pedagógica, qualquer professor deveria saber planejar e gerenciar sua carreira e seu tempo (no âmbito de suas práticas de classe e fora delas). E mais: saber falar inglês, conhecer as novas tecnologias, dominar o uso do computador, navegar e utilizar a internet, as redes sociais...
Quem paga a conta
Um dos maiores desafios é conciliar a realidade financeira do magistério a essas variadas demandas de formação. As instituições privadas saem na frente e muitas investem na qualificação de seus quadros de professores. As redes públicas, mais frágeis na oferta de atrativos dessa ordem para seus profissionais, têm mais dificuldades de reter seus talentos. Assim, os professores que se formam nas universidades públicas, normalmente mais bem formados, acabam buscando colocações em escolas particulares, que atendem à menor parcela da população (cerca de 13% dos alunos da Educação Básica).
"O caminho para retomar o processo de revalorização do professor, que na nossa visão é estratégico para vencer o desafio da qualidade, passa necessariamente por um salário inicial atraente e por uma carreira promissora, que promova o desenvolvimento do professor ao longo da vida", resume Mozart Neves Ramos, do Todos pela Educação.
Ampliando o leque
Claro que os melhores salários ainda estão concentrados na rede privada de ensino. Escolas particulares de primeira linha em geral remuneram melhor o professor e dão mais oportunidades de crescimento profissional, mas esse não é o único caminho. "Existe uma demanda cada vez maior por profissionais muito especializados para atuar no magistério, em instituições que têm o objetivo de formar profissionais", garante Mariá Giuliese, da Lens & Minarelli.
Por outro lado, há iniciativas capitaneadas pelo terceiro setor, que tem presença crescente no mundo da educação. "É o caso da Comunidade Educativa, que trabalha pela melhoria da escola pública e é custeada pelo setor privado, com participação de empresas como a Vale, Votorantim, Natura etc.", ilustra Maghidman. "São nichos ainda reduzidos, mas que podem crescer muito e sinalizam caminhos bastante atraentes para o magistério", defende.
Para ampliar sua própria atratividade, o professor também pode - e deve - exercitar boas doses de ousadia e criatividade. É preciso ampliar o leque de competências e habilidades, o que não significa dar as costas para a Educação Básica. Significa que progredir na carreira não tem nada que ver com lecionar em cursinhos pré-vestibulares ou atuar em consultorias. O magistério não é uma carreira que se esgota, porque a arte de ensinar pode ser aplicada em diferentes circunstâncias. O professor pode escrever livros didáticos, pode ter como objetivo alcançar um cargo de coordenação (sem deixar a sala de aula, o que enriquece ambas as experiências), dedicar-se a grupos de alunos com dificuldades de aprendizagem, enfim, pode trilhar diferentes caminhos e explorar novas oportunidades.
Ousadia e evolução
Correr riscos, aliás, também conta pontos para o desenvolvimento profissional. Significa arriscar-se em novas posições no plano hierárquico - o professor que se arrisca a ser tutor de uma turma - ou se arriscar a formular novas propostas, a apresentar, por exemplo, um projeto interdisciplinar. É a chance de fazer a diferença. "Isso ajuda a ganhar visibilidade dentro da instituição. Para progredir na carreira é preciso ousar e assumir novas responsabilidades", diz Bitinas, da DRH Talent Search.
Outro aspecto imprescindível é a chamada inteligência relacional, que dá conta de como o professor se comporta dentro de grupos e no contexto social. "De nada adianta ser um profundo conhecedor da matéria e ser um autista social", compara Maghidman. O professor precisa ter a habilidade de se comportar em grupos, de compor com seus pares e colegas de trabalho. Do contrário, dificilmente vai avançar na carreira. "Está cheio de gente muito titulada, com bastante conteúdo, mas que tem um componente relacional complicado. Aí não progride na carreira e acaba sendo deixada de lado, porque não é capaz de construir coletivamente", completa o consultor.
O alerta vem ao encontro de uma dimensão importante do trabalho docente: a de que é preciso haver um ambiente propício às relações de ensino e aprendizagem, o que pressupõe suporte e amparo institucional. Para que o conjunto dê certo, é necessário contar com professores interessados e bem formados. Mas a abnegação pessoal muitas vezes se esvai quando não existe articulação entre as partes.
sucedidos, realizados profissionalmente e com salários bem acima da média do mercado. Afinal de contas, seria possível sonhar com o casamento entre realização profissional e prática do magistério?
Especialistas em recursos humanos apontam caminhos que podem, sim, fazer a diferença na carreira, enquanto exemplos confirmam que a excelência na educação passa obrigatoriamente pelo binômio salário e qualificação do professor.
O termo "carreira" costuma vir acompanhado de um predicativo - carreira acadêmica, carreira científica, literária e assim por diante. Mas antes de falar na extensão, é preciso compreender o principal, segundo os analistas: a própria carreira.
Carlos Bitinas, da DRH Talent Search, consultoria especializada na busca e seleção de talentos profissionais, ecoa uma visão bastante difundida no mundo de RH. Acredita que a carreira é um bem essencial, porém frequentemente pouco compreendido pelos profissionais. Isso porque normalmente ingressamos no mundo do trabalho sem conhecer as características das etapas de uma profissão e, menos ainda, como manejá-las. E, quando começamos a trabalhar, a instituição que nos acolhe também não costuma estar muito preocupada com isso, mas concentrada em ter sua força produtiva. Assim, não é incomum que a falta de intimidade com a carreira persista às vezes ao longo de toda a sua duração.
O magistério não foge à regra. Por essas e outras, um bom ponto de partida para a tão sonhada realização profissional é compreender o significado da carreira, em toda a sua extensão. A palavra vem do latim vulgar, carraria, que designa um caminho, que não é necessariamente regular e menos ainda um caminho ascendente. "O importante para o profissional é saber fazer as escolhas certas durante o caminho", recomenda Bitinas.
E a lição aqui é inverter a lógica corrente: o professor não se deve deixar conduzir pelo mercado, mas, ao contrário, assumir as rédeas da própria carreira.
Escolhas e possibilidades
O desafio começa na escolha da profissão, pois identificar a própria vocação nem sempre é tarefa simples. A chamada voz interior parece ser aquela que temos mais dificuldade de ouvir, ainda que renegá-la possa significar enorme desperdício de talento. A tendência é buscar as profissões ou as carreiras que dão mais status, poder ou dinheiro, que não são necessariamente aquelas mais alinhadas aos talentos e pendores de cada um.
"Na vida profissional, não é isso que garante realização. É o nosso desejo que precisa prevalecer", destaca Mariá Giuliese, sócia da Lens & Minarelli, uma das gigantes do mercado de recolocação e consultoria em RH, que fala sobre o "efeito manada": "vivemos na sociedade da imagem, em que tudo nos estimula a olhar para fora e atender à demanda exterior, mas acabamos pagando essa conta mais tarde", alerta.
No caso do magistério, como tornar viável o sonho da realização profissional e sustentar a escolha diante desse olhar social que tanto desvaloriza o profissional de ensino?
Refletir a partir dos valores do próprio campo educacional é fundamental.
"O professor deve meditar seriamente sobre sua escolha e compreender que a pobreza de reconhecimento [externo] faz parte dessa opção. Isso o conduz ao desafio de suportar a si mesmo, de valorizar-se acima da avaliação alheia, de crer em si quando poucos o reconhecem", sustenta José Ernesto Bologna, fundador da consultoria Ethos - Desenvolvimento Humano e Organizacional e especialista em psicologia do desenvolvimento aplicada à administração e à educação.
Sem dúvida, um desafio e tanto, mas é preciso reconhecer que um professor que se valoriza será, certamente, mais interessante aos olhos do outro. E aqueles que conseguem contribuir de maneira efetiva para a formação de seus alunos costumam ser valorizados, mesmo em meio a um todo social que tem tendido a desqualificar e desprestigiar o professor.
Teoria e prática
Vincular precocemente teoria e prática é uma das recomendações de Marcelo Maghidman, da Tafkid Marketing Educacional e Cultural. "Essa experiência é determinante na progressão da carreira", sinaliza. E lembra que é preciso estar atento à qualificação profissional, recomendação consensual entre os especialistas.
No caso do professor, significa ter em mente que o diploma inicial é condição necessária, mas está longe de dar respostas a todas as exigências da profissão. O que se espera - e que faz a diferença - é que o professor, como qualquer outro profissional de outros setores, invista em sua formação. Do contrário, corre o sério risco de permanecer na ladainha, na eterna crítica aos cursos de formação inicial. Reconhecer as deficiências é sinal positivo, que indica a busca de crescimento pessoal e profissional. E quem está disposto a se aprimorar profissionalmente conta hoje com opções de sobra, inclusive de cursos a distância. Mas é preciso ser seletivo e saber escolher o que de fato vai promover o desenvolvimento da carreira.
Educação continuada
O alerta vem do especialista Gutemberg Leite, da Meta Consultoria em RH, para quem é preciso ter cautela com o modismo da educação continuada. "Os variados cursos oferecidos nem sempre têm conexão com o aprimoramento do professor, levando-o à dispersão, pressionando-o a estudar temas que não irão contribuir como um fator positivo em sua prática em sala de aula", pontua.
Seja qual for a escolha, há demandas que, em tese, o professor precisa cumprir. Nos dias de hoje, além da formação específica e pedagógica, qualquer professor deveria saber planejar e gerenciar sua carreira e seu tempo (no âmbito de suas práticas de classe e fora delas). E mais: saber falar inglês, conhecer as novas tecnologias, dominar o uso do computador, navegar e utilizar a internet, as redes sociais...
Quem paga a conta
Um dos maiores desafios é conciliar a realidade financeira do magistério a essas variadas demandas de formação. As instituições privadas saem na frente e muitas investem na qualificação de seus quadros de professores. As redes públicas, mais frágeis na oferta de atrativos dessa ordem para seus profissionais, têm mais dificuldades de reter seus talentos. Assim, os professores que se formam nas universidades públicas, normalmente mais bem formados, acabam buscando colocações em escolas particulares, que atendem à menor parcela da população (cerca de 13% dos alunos da Educação Básica).
"O caminho para retomar o processo de revalorização do professor, que na nossa visão é estratégico para vencer o desafio da qualidade, passa necessariamente por um salário inicial atraente e por uma carreira promissora, que promova o desenvolvimento do professor ao longo da vida", resume Mozart Neves Ramos, do Todos pela Educação.
Ampliando o leque
Claro que os melhores salários ainda estão concentrados na rede privada de ensino. Escolas particulares de primeira linha em geral remuneram melhor o professor e dão mais oportunidades de crescimento profissional, mas esse não é o único caminho. "Existe uma demanda cada vez maior por profissionais muito especializados para atuar no magistério, em instituições que têm o objetivo de formar profissionais", garante Mariá Giuliese, da Lens & Minarelli.
Por outro lado, há iniciativas capitaneadas pelo terceiro setor, que tem presença crescente no mundo da educação. "É o caso da Comunidade Educativa, que trabalha pela melhoria da escola pública e é custeada pelo setor privado, com participação de empresas como a Vale, Votorantim, Natura etc.", ilustra Maghidman. "São nichos ainda reduzidos, mas que podem crescer muito e sinalizam caminhos bastante atraentes para o magistério", defende.
Para ampliar sua própria atratividade, o professor também pode - e deve - exercitar boas doses de ousadia e criatividade. É preciso ampliar o leque de competências e habilidades, o que não significa dar as costas para a Educação Básica. Significa que progredir na carreira não tem nada que ver com lecionar em cursinhos pré-vestibulares ou atuar em consultorias. O magistério não é uma carreira que se esgota, porque a arte de ensinar pode ser aplicada em diferentes circunstâncias. O professor pode escrever livros didáticos, pode ter como objetivo alcançar um cargo de coordenação (sem deixar a sala de aula, o que enriquece ambas as experiências), dedicar-se a grupos de alunos com dificuldades de aprendizagem, enfim, pode trilhar diferentes caminhos e explorar novas oportunidades.
Ousadia e evolução
Correr riscos, aliás, também conta pontos para o desenvolvimento profissional. Significa arriscar-se em novas posições no plano hierárquico - o professor que se arrisca a ser tutor de uma turma - ou se arriscar a formular novas propostas, a apresentar, por exemplo, um projeto interdisciplinar. É a chance de fazer a diferença. "Isso ajuda a ganhar visibilidade dentro da instituição. Para progredir na carreira é preciso ousar e assumir novas responsabilidades", diz Bitinas, da DRH Talent Search.
Outro aspecto imprescindível é a chamada inteligência relacional, que dá conta de como o professor se comporta dentro de grupos e no contexto social. "De nada adianta ser um profundo conhecedor da matéria e ser um autista social", compara Maghidman. O professor precisa ter a habilidade de se comportar em grupos, de compor com seus pares e colegas de trabalho. Do contrário, dificilmente vai avançar na carreira. "Está cheio de gente muito titulada, com bastante conteúdo, mas que tem um componente relacional complicado. Aí não progride na carreira e acaba sendo deixada de lado, porque não é capaz de construir coletivamente", completa o consultor.
O alerta vem ao encontro de uma dimensão importante do trabalho docente: a de que é preciso haver um ambiente propício às relações de ensino e aprendizagem, o que pressupõe suporte e amparo institucional. Para que o conjunto dê certo, é necessário contar com professores interessados e bem formados. Mas a abnegação pessoal muitas vezes se esvai quando não existe articulação entre as partes.
Dez passos para planejar a carreira | |
1 - Identificar a vocação. A carreira bem planejada é aquela que está alinhada com o sonho pessoal e com aquilo que o profissional de ensino tem a oferecer. 2 - Fixar objetivos claros e metas de curto, médio e longo prazo. Para projetar o futuro, é sempre bom avaliar os passos já percorridos. Bons questionamentos sobre o que se quer valem mais do que respostas prontas. Qual a direção a seguir, qual a expectativa de desenvolvimento, o que é preciso fazer para alcançar os objetivos propostos? Um cronograma de ações ajuda a dar concretude ao processo. 3 - Desenvolver a inteligência sociorrelacional. É a capacidade de estabelecer vínculos interpessoais e mantê-los positiva e progressivamente, em particular no ambiente educacional. Manter viva e bem cuidada sua rede de relacionamentos. 4 - Estar Atualizado. Isso vale para diversas frentes: conteúdos, métodos, linguagens, tendências setoriais. No caso da educação, significa também estar atualizado sobre o ambiente educacional, conhecer o que é valorizado e suas carências. Isso pode ajudar, por exemplo a escolher uma especialização em área onde haja mais oportunidades. 5 - Aprimorar competências e qualificações. Mais do que a maioria dos outros campos, o conhecimento renovado é um aspecto central para os educadores. E isso vale não só para aquilo que se adquire no âmbito formal. 6 - Ter sensibilidade, visão de conjunto e de contexto. Significa que além de tratar os fatores pessoais é preciso estar atento a questões externas capazes de interferir no desenvolvimento do seu projeto. 7 - Manter atitudes construtivas e positivas. Esse tipo de postura ajuda a lidar com as dificuldades de uma maneira lúcida e pragmática, fugindo do rame-rame de lamentação muito comum entre docentes. 8 - Qualidade de vida. Conferir como a atividade escolhida interfere em sua saúde e bem-estar. 9 - Planejamento financeiro. Fazer reserva financeira para empreender seu projeto 10 - Revisão anual de seu plano. Cotejar suas ambições com a realidade é essencial para fazer ajustes e aprimoramentos. |