sábado, 22 de setembro de 2012

Currículo Integrado







Pesquisa revela bons resultados do currículo de Enfermagem


Talita Vidotte Costa: “O levantamento mostrou que dos 88 entrevistados, 70 estão trabalhando atualmente”
 









PEDRO LIVORATTI
A dissertação de mestrado “Atuação profissional de enfermeiros egressos do Currículo Integrado de uma universidade pública do norte do Paraná”, defendida pela enfermeira, Talita Vidotte Costa, sob a orientação da professora Maria Helena Dantas de Menezes Guariente, revelou que o currículo de Enfermagem promove a empregabilidade e o interesse dos profissionais por atualização. O estudo foi feito a partir de questionário aplicado online para 115 formandos. Deste total, 88 responderam o que corresponde a uma amostragem de 76,5%.
O trabalho apresentado em junho do ano passado dentro do programa de mestrado em Enfermagem (CCS), trouxe luz sobre o que pensam os formandos sobre a nova metodologia curricular, implantada a partir de 2000 e os reflexos no mercado do trabalho. O levantamento mostrou que dos 88 entrevistados, 70 estão trabalhando atualmente. Segundo Talita Costa, a maioria, ou seja, 52 formandos atuam em hospital; outros 12 trabalham na subárea saúde coletiva; quatro em educação; quatro em clínicas ou ambulatórios e três no campo empresarial ou em gestão pública. Outros 18 profissionais atuam fora da enfermagem. Destes, cinco profissionais mantêm dois empregos.
Outra revelação importante é que 79 ex–alunos buscaram qualificação logo após a conclusão da graduação. Segundo o estudo, até o momento foram realizados 58 cursos de especialização, 27 residências e 13 mestrados. Verificou-se que muitos egressos realizaram mais de um curso de capacitação.
Conforme a pesquisadora, a busca por atualização pode ser consequência do Currículo Integrado, que incentiva o estudante, ainda na sua formação, a buscar informações constante. De acordo com o levantamento, 46,8% dos formandos disseram ter interesse pela pesquisa, comprovando um dos pilares da nova metodologia do curso, que é o desenvolvimento de estudos científicos.
Ainda sobre a formação profissional, os egressos afirmaram que o novo currículo foi importante para a conquista do primeiro emprego. Nesta questão, 78,4% dos entrevistados disseram que a metodologia utilizada durante a graduação ofereceu um diferencial na hora de buscar uma oportunidade no mercado de trabalho.
Pontos fortes e fracos
Por meio das respostas dos egressos foi possível observar pontos positivos e situações que necessitam ser trabalhadas, visando a melhoria da formação do enfermeiro. Sobre a metodologia utilizada, 75 egressos (85,2%) ressaltaram como ponto positivo a relação teoria e prática, a diversificação dos campos de estágio, as práticas desde o primeiro ano do curso, o internato em enfermagem e o incentivo para a realização de projetos de pesquisa e extensão.
Quanto ao aprendizado, 47 profissionais (53,4%) mencionaram como muito importante a proposta de busca pelo conhecimento para o desenvolvimento do raciocínio crítico-reflexivo, a comunicação e a ética. Segundo Talita Costa, o Currículo Integrado utiliza a problematização, que valoriza o conhecimento do estudante.
Sobre a proposta pedagógica, no que consiste ao conteúdo, 46 egressos (52,3%) destacaram a necessidade da adequação de alguns conteúdos do ciclo básico, que o incentivo à pesquisa e extensão pode ser mais evidenciado, também apontaram ser essencial ampliar a integração entre o básico e profissionalizante, melhorar a distribuição da carga horária nas atividades dos módulos. Referente à avaliação, 11 (12,5%) respondentes levantaram a falta de cobrança dos estudos por parte dos professores e avaliação por conceito deficitária.
Já os aspectos considerados frágeis foram apresentados por 14 egressos (15,9% do total), relatando dificuldades dos estudantes em se adaptarem à proposta pedagógica diferenciada. Por parte dos professores, 12 entrevistados (13,6%) disseram que estes têm dificuldades em se adaptar à metodologia de ensino e ao sistema de avaliação.
Sobre a estrutura acadêmica, apenas seis (6,8%) egressos relataram que a infraestrutura é inadequada, em especial as salas de aula.
A professora Maria Helena Dantas Menezes mencionou que muitas das fragilidades apontadas pelos egressos vem sendo deliberadas e encaminhadas a partir dos Fóruns de Avaliação do Currículo Integrado do Curso de Enfermagem, que acontecem anualmente, envolvendo professores, estudantes, profissionais dos serviços de saúde e egressos do curso.


* Talita Vidotte Costa defendeu seu mestrado no Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UEL, em linha de pesquisa integrada à Rede Interinstitucional de Ensino na Saúde formada pela UEL/UFSC e FPP.



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