Estudantes de medicina farão avaliação nacional para receber o diploma
Mariana Tokarnia
A partir deste ano, alunos de medicina de todo o país farão
avaliações nacionais a cada dois anos durante o curso. As avaliações,
aplicadas no segundo, quarto e sexto ano serão obrigatórias. Aqueles que
não obtiverem a nota mínima definida pelo Ministério da Educação (MEC)
na última avaliação não poderão obter o diploma e também não poderão
ingressar na residência médica.
A chamada Avaliação Nacional
Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem) está prevista no Programa
Mais Médicos (Lei 12.871/2013) e em resolução do Conselho Nacional de
Educação (CNE). Pelas normas, o prazo para que a avaliação começasse a
ser aplicada termina este ano. A aplicação começará pelos alunos do 2º
ano de medicina em agosto. A medida em que os alunos avançam nos
estudos, as demais avaliações serão implementadas. A do 6º ano passará a
ser aplicada em 2020.
O anúncio foi feito hoje (1º) pelo
ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Segundo o Ministério da
Educação (MEC), cerca de 20 mil estudantes farão a prova em 2016.
O
ministro explicou que no 2º e 4º ano a avaliação será apenas para que
os alunos testem os conhecimentos. Segundo Mercadante, pelo desempenho
dos estudantes, o MEC poderá verificar a qualidade do ensino e, se
necessário, fazer algum tipo de intervenção na instituição. "Quando a
avaliação é feita no final, não tem como voltar. Quando é feita ao longo
do curso, as instituições poderão aprimorar a formação. Será um salto
de qualidade, sempre buscando aprimorar a formação dos médicos
brasileiros", diz Mercadante.
No sexto ano, um bom desempenho na
avaliação será necessário para que os alunos se formem e obtenham o
diploma. A média necessária para a aprovação será recalculada ano a ano.
A avaliação será também pré-requisito para que os estudantes
recém-formados ingressem na residência médica. Os estudantes, no
entanto, terão mais de uma oportunidade.
Aqueles que não
obtiverem a nota necessária poderão refazer a prova. Serão feitas várias
provas em um mesmo ano, assim, o estudante que não obtiver a nota
mínima ou aquele que deseja antecipar a prova antes mesmo do fim do
curso, poderá fazê-lo.
O Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) será responsável pela
avaliação. De acordo com Mercadante, ela seguirá os moldes do Exame
Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Instituição de
Educação Superior Estrangeira (Revalida). "As duas avaliações terão o
mesmo padrão. O mesmo padrão exigido para os estudantes formandos fora
do Brasil tem que ser o exigido para quem se forma aqui", diz
Mercadante.
O ministro assinou hoje portaria que institui a nova
avaliação e cria a Comissão Assessora da Avaliação, que acompanhará a
implementação no país. Compõe a comissão, entre outros, o MEC, o
Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Medicina (CFM). A comissão
poderá definir se a avaliação aplicada aos estudantes contará também
para avaliar os cursos de medicina.
Um comentário:
Esta avaliação é fruto de uma proposta que vem sendo discutida pelos educadores médicos no Brasil e qualifica muito mais a avaliação dos médicos que formamos do que o Exame de Ordem como proposto pelo CREMESP.
Trata-se de uma avaliação nos moldes do que muitas Escolas já aplicam com o Teste de Progresso mas que não pretende acabar com as iniciativas que já vem sendo realizadas.
Para 2016 só será válida para os alunos de segundo ano, embora se cogite ter uma amostra dos quarto e sexto anos.
Vai equivaler a primeira fase do REVALIDA com data prevista para 28/08.
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