Na formação de professores de ensino técnico de saúde no Haiti, a cooperação brasileira testa a sua maturidade |
Desde
2010, quando da assinatura do Memorando de Entendimento Brasil-Cuba-Haiti com vistas ao fortalecimento do sistema e dos serviços públicos de
saúde e de vigilância epidemiológica no país, o Brasil atuou com os
parceiros e o Ministério de Saúde de Haiti em varias iniciativas de
cooperação pactuada e emancipadoras. Uma dela é a realização de cursos
de Capacitação Pedagógica para Professores do Ensino Técnico em Saúde.
Já foram realizados dois cursos, que prepararam 45 docentes. Agora, em
sua terceira edição, o curso de 40 horas iniciado em 20 de maio e com
término no dia 24, conta com 27 alunos, dos quais 11 serão imediatamente
inseridos nos processos de formação de Agentes de Saúde Comunitária
Polivalentes, Agentes de Vigilância Sanitária Polivalentes e Auxiliares
de Enfermagem Polivalentes.
Os cursos, inicialmente planejados por uma equipe de gestores,
técnicos e professores brasileiros especialistas em educação de adultos
oriundos do Ministério da Saúde, de Escolas Técnicas de Saúde do SUS e
de Universidades Federais, foram recontextualizados e estão sendo
executados por professoras da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde
de Blumenau/SC e da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Santa Catarina.
O planejamento dos cursos parte do reconhecimento das singularidades
da vida social e política no Haiti e da compreensão das condições de
vida, da cultura e da situação de saúde da população. A proposta
educativa está pautada nos princípios da educação de adultos, na
perspectiva do processo de trabalho em saúde e na contextualização das
práticas como fontes de produção de conhecimentos significativos, o que
requer aproximação entre as ações cotidianas do trabalho e as
metodologias pedagógicas desenvolvidas.
Essa experiência, que não é apenas técnica e pedagógica, mas também
de gestão de conhecimento, intercultural, de investigação social e
linguística é um teste muito valioso para medir a maturidade adquirida
pela cooperação brasileira nestes últimos anos. A maturidade da
cooperação internacional brasileira é indispensável para sustentar as
aspirações da politica externa de um papel influente na reforma da OMS,
na tomada de decisões de saúde regionais e globais, que se concretizarão
na construção da Agenda da Saúde Pós 2015 das Nações Unidas.
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