segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Desenvolvimento de projetos


Gantt Charts

Planning and scheduling more complex projects





Gantt Charts (Gant Charts) are useful tools for analyzing and planning more complex projects. They:
  • Help you to plan out the tasks that need to be completed
  • Give you a basis for scheduling when these tasks will be carried out
  • Allow you to plan the allocation of resources needed to complete the project, and
  • Help you to work out the critical path for a project where you must complete it by a particular date.
When a project is under way, Gantt Charts help you to monitor whether the project is on schedule. If it is not, it allows you to pinpoint the remedial action necessary to put it back on schedule.

Sequential and parallel activities:

An essential concept behind project planning (and Critical Path Analysis) is that some activities are dependent on other activities being completed first. As a shallow example, it is not a good idea to start building a bridge before you have designed it!
These dependent activities need to be completed in a sequence, with each stage being more-or-less completed before the next activity can begin. We can call dependent activities 'sequential' or 'linear'.
Other activities are not dependent on completion of any other tasks. These may be done at any time before or after a particular stage is reached. These are nondependent or 'parallel' tasks.

Drawing a Gantt Chart

To draw up a Gantt diagram (Gant diagram), follow these steps:

Step 1. List all activities in the plan

For each task, show the earliest start date, estimated length of time it will take, and whether it is parallel or sequential. If tasks are sequential, show which stages they depend on.
You will end up with a task list like the one in figure 1. This example shows the task list for a custom-written computer project. We will use this same example for both this section and the section on Critical Path Analysis and PERT. This will allow you to compare the results of the two approaches.
Figure 1. Gantt Chart Example: Planning a custom-written computer project

Task Earliest start Length Type Dependent on...
A. High level analysis Week 0 1 week Sequential
B. Selection of hardware platform Week 1 1 day Sequential
A
C. Installation and commissioning of hardware Week 1.2 2 weeks Parallel
B
D. Detailed analysis of core modules Week 1 2 weeks Sequential
A
E. Detailed analysis of supporting modules
Week 3 2 weeks Sequential
D
F. Programming of core modules
Week 3 2 weeks Sequential
D
G. Programming of supporting modules
Week 5 3 weeks Sequential
E
H. Quality assurance of core modules
Week 5 1 week Sequential
F
I. Quality assurance of supporting modules
Week 8 1 week Sequential
G
J. Core module training
Week 6 1 day Parallel
C,H
K. Development and QA of accounting reporting
Week 5 1 week Parallel
E
L. Development and QA of management reporting
Week 5 1 week Parallel
E
M. Development of Management Information System
Week 6 1 week Sequential
L
N. Detailed training
Week 9 1 week Sequential
I, J, K, M

Step 2. Set up your Gantt Chart

Head up graph paper with the days or weeks through to task completion.

Step 3. Plot the tasks onto the graph paper

Next draw up a rough draft of the Gantt Chart. Plot each task on the graph paper, showing it starting on the earliest possible date. Draw it as a bar, with the length of the bar being the length of the task. Above the task bars, mark the time taken to complete them.
Schedule them in such a way that sequential actions are carried out in the required sequence. Ensure that dependent activities do not start until the activities they depend on have been completed.
This will produce an untidy diagram like the one below:

Step 4. Presenting the analysis

The last stage in this process is to prepare a final version of the Gantt Chart. This shows how the sets of sequential activities link together, and identifies the critical path aftivities. At this stage you also need to check the resourcing of the various activities. While scheduling, ensure that you make best use of the resources you have available, and do not over-commit resource.
You can also use color to represent the different resource types that you need to use such as programmers, or analysts.
A redrawn version of the example project is shown below:
By drawing this example Gantt Chart, you can see that:
  • If all goes well, the project can be completed in 10 weeks.
  • If you want to complete the task as rapidly as possible, you need:
    • 1 analyst for the first 5 weeks.
    • 1 programmer for 5 weeks starting week 4.
    • 1 programmer/QA expert for 3 weeks starting week 6. Note: Activities L and M have been moved back a week. This does not affect the critical path, but it does mean that a single programming/QA resource can carry out all three of activities K, L and M.
  • Analysis, development and testing of supporting modules are essential activities that must be completed on time.
  • Hardware installation and commissioning is not time-critical as long as it is completed before the Core Module Training starts.
While this section describes how to draw a Gantt Chart manually, in practice project managers use software tools like Microsoft Project to create Gantt Charts. Not only do these ease the drawing of Gantt Charts, they also make modification of plans easier and provide facilities for monitoring progress against plans, as well as generating resource histograms.

Key Points:

Gantt charts are useful tools for planning and scheduling projects. They allow you to assess how long a project should take, determine the resources needed, and lay out the order in which tasks need to be carried out. They are useful in managing the dependencies between tasks.
When a project is under way, Gantt charts are useful for monitoring its progress. You can immediately see what should have been achieved at a point in time, and can therefore take remedial action to bring the project back on course. This can be essential for the successful and profitable implementation of the project.

domingo, 27 de novembro de 2011

Cooperação Internacional em Saúde


José Paranaguá de Santana e o Programa de Cooperação Internacional em Saúde

O Dr. José Paranaguá de Santana é natural do estado do Piuaí no Brasil,  é médico formado pela Universidade de Brasília, onde também cursou Residência em Medicina Comunitária e Mestrado em Medicina Tropical.
Há vários anos trabalha para a Organização Pan Americana da Saúde no Brasil como consultor de recursos humanos em saúde.

É um grande defensor das políticas públicas de saúde em seu país e tem atuado na promoção da Cooperação Internacional, especialmente nos últimos anos, quando assumiu a coordenação do Programa de Cooperação Internacional em Saúde entre o Ministério da Saúde do Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz e a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), Organização Mundial da saúde (OMS).

O QUE É O PROGRAMA DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM SAÚDE (TC 41)?
 
JPS: O TC 41 é uma associação virtuosa da cooperação internacional promovida pela OPAS/OMS com forte apoio do governo brasileiro. É um programa de fortalecimento da cooperação internacional do Brasil, criado há seis anos, com a função de potencializar iniciativas promovidas pela Organização, no que se chama de cooperação técnica entre países, com recursos que são próprios da Organização e também recursos doados pelo governo brasileiro para essa finalidade. Isto porque o país tem interesse de intensificar a cooperação que ele realiza a países que tem situações socioeconômicas parecidas com a nossa e que não dispõem das condições que acumulamos com a implantação do SUS, desenvolvimento de tecnologia assistencial, tecnologia gerencial, educacional e de integração ensino-serviço. Sem falar na forte base de desenvolvimento científico e tecnológico que o Brasil dispõe e a indústria, que está sendo mobilizada para incorporar inovações desse processo de desenvolvimento aos sistemas e serviços de saúde. Então é uma posição de solidariedade internacional do Brasil, que tem o objetivo claro de fortalecer o sistema das Nações Unidas. Esse termo de cooperação foi assinado há seis anos e está voltado para duas regiões de interesse prioritário do país, que também são de interessem para a OPAS/OMS, que são:  a  América do Sul e a África, particularmente os países de língua portuguesa.

Nesse sentido, como senhor vê  o papel da Rede ePORTUGUESe como promotora de sinergias entre esses países?
JPS: Este programa da OMS foi estabelecido com vistas a apoiar especialmente os países africanos de língua portuguesa que têm condições mais difíceis de acesso à documentação, literatura e instrumentos científicos. É por isso que a representação da OPAS/OMS no Brasil, junto com o Ministério da Saúde, tem colaborado com a Rede de forma que os produtos e textos de orientação técnicos sejam produzidos em número suficiente para serem disponibilizados para distribuição das Bibliotecas Azuis.

As Bibliotecas Azuis são muito requisitadas na África pois a informatização ainda é lenta e cara. Como a OPAS Brasil pode colaborar mais?
JPS: Acredito que já temos colaborado bastante à medida que procuramos fazer com que os manuais técnicos tenham uma cota para doação aos países de língua portuguesa. Mas acho que é possível intensificar essa negociação junto ao Ministério da Saúde, de forma a ampliar o número de exemplares e reeditar manuais que ainda não estejam no acervo das Bibliotecas Azuis. Fora isso, creio que possamos estimular uma ampliação da comunicação via internet, usando os recursos úteis da informação científica veiculada nas Bibliotecas Virtuais de Saúde.

Considerando que as regiões da OMS foram criadas para aumentar a participação da OMS nos países da região, como você vê a colaboração entre PAHO, AFRO e HQ?
JPS: As regiões da OMS de fato têm cumprido seu papel, entretanto, para que elas possam desempenhá-lo de forma mais eficaz, a comunicação entre as representações de países deveria funcionar de forma mais ágil e direta, tanto dentro da região quanto  entre países de outras regiões. Eu cito como exemplo a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), que é uma instituição fortemente ligada ao TC 41. Ela tem diversos projetos que são desenvolvidos em vários países. Se não tivermos agilidade de acompanharmos a FIOCRUZ nos seus relacionamentos com instituições de países africanos, nós vamos perder oportunidades de sermos protagonistas nessa cooperação, que precisa ser mais ágil e direta.

Considerando que o Brasil desponta como um dos grandes países colaboradores, como ele pode influenciar a saúde global no mundo de hoje?
JPS:  Essa é uma constatação diante da reconhecida liderança que tem-se observado na posição do Brasil no contexto internacional que, nas últimas 4 décadas, tem evoluído de uma posição modesta do ponto de vista prático nas Relações Internacionais, para um protagonismo cada vez mais evidente. Isso não acontece só na saúde mas no âmbito geral da diplomacia. O Brasil tem uma acumulação em saúde pública no campo da pesquisa, do ensino e desenvolvimento de novas tecnologias que é muito avançada para um país no hemisfério Sul.  O conhecimento do Brasil no campo das Ciências das Saúde juntamente com a política adotada pelos últimos governos federais de aumentar o financiamento na cooperação externa, da uma posição muito evidente para o Brasil nesse campo. E isso traz reflexos expressivos para a representação da OPAS/OMS no Brasil. Há 6 anos a participação da Organização no Brasil era pequena no campo da cooperação Internacional mas hoje a OPAS/OMS Brasil está mudando o seu perfil se transformando num ponto de apoio de colaboração e fortalecimento das relações com países.

Foi nesse contexto que foi criado o Núcleo de Estudos de Bioética e Diplomacia em Saúde (NETHIS)?
JPS: O projeto de criação  de um núcleo de estudos sobre bioética e diplomacia faz parte de uma das bases do tripé que constitui a estrutura programática do TC 41, que é o fortalecimento da capacidade nacional para a cooperação internacional. O Brasil tem larga experiência de desenvolvimento na área da saúde, fortalecido pela implantação do SUS, só que tem uma experiência relativamente pequena de cooperação internacional  organizada, sistemática e que obedeça a critérios e parâmetros próprios das Relações Internacionais. Então, esse esforço de qualificar as instituições nacionais e seus quadros técnicos com a capacidade de lidar com as relações internacionais no campo da saúde e fazer cooperação técnica internacional é um esforço que está sendo feito em várias instituições brasileiras. Por isso, o NETHIS que tem como um dos objetivos cooperar com os países africanos e com os da América Latina nesse campo, na regulação ética, das políticas de saúde, pesquisa com seres humanos, alocação de recursos, ou seja, tudo aquilo que está na carta de fundação das Nações Unidas e da própria OMS, que é assegurar a saúde como direito fundamental do homem.

O portal do NETHIS pode ser acessado aqui: http://www.bioeticaediplomacia.org/

sábado, 26 de novembro de 2011

Comentário sobre ‘Well prepared for work? Junior doctors' self-assessment after medical education‘

Eu estava preparando esta postagem para o blog quando vi que o Roberto já tinha postado o abstract sobre este artigo aqui.

Vou aproveitar então para traduzir o resumo e apontar alguns pontos que me chamaram a atenção na leitura do artigo. Vamos ao resumo – que é, segundo o site, ainda provisório:

Introdução
Além dos resultados de exames objetivos, o sentimento geral de prontidão é importante para um processo bem-sucedido de transição do papel de estudante para o de um médico qualificado. Este estudo analisa a associação entre as deficiências auto-avaliadas em habilidades e conhecimentos médicos e o sentimento de prontidão de médicos iniciantes, de modo a determinar quais aspectos da educação médica devem ser abordados com mais detalhes, de modo a melhorar a qualidade desta fase de transição e aumentar a segurança do paciente.

Método
Um grupo de 637 médicos com até dois anos de experiência de trabalho clínico foi incluído nesta análise e perguntado sobre o sentimento geral a respeito de deficiências na prontidão, além de realizar uma auto-avaliação sobre conhecimento e habilidades clínicas. Três modelos de regressão logística foram utilizados para identificar habilidades médicas que predizem o sentimento de prontidão.

Resultados
Ao todo, cerca de 60% dos médicos participantes sentiram-se mal preparados para trabalhar após a graduação. A auto-avaliação sobre déficits na interpretação de ECG (aOR: 4,39; IC 95%: 2,012-9,578), tratamento e planejamento terapêutico (aOR: 3,42; IC 95%: 1,366-8,555), e intubação (aOR: 2,10; IC 95%: 1,092-4,049) apresentaram-se associados de forma independente com o sentimento geral de prontidão no modelo de regressão final.

Conclusões
Muitos médicos iniciantes na Alemanha sentiram-se inadequadamente preparados para a profissão. Com relação ao conteúdo dos currículos médicos, nossos resultados mostram que uma maior ênfase na interpretação de ECG, tratamento e planejamento terapêutico e intubação é necessária para melhorar o sentimento de prontidão dos médicos formados.

Em primeiro lugar, quero chamar a atenção sobre como um estudo interessante e com relevância pode ser simples. A metodologia deste estudo não tem grandes mistérios ou métodos – embora envolva domínio de técnicas estatísticas básicas e uma grande amostra.

Em segundo lugar, quero apontar para algo que os autores escolheram não ressaltar. No estudo, os médicos recém-formados deveriam marcar, para cada item de habilidade ou conhecimento, a frequência que percebiam déficits neles, ou registrá-los como ‘não-relevantes’. Estas respostas não foram incluídas na análise estatística do estudo. Vejam a pequena tabela a seguir, que apresenta os itens por ordem decrescente de ‘irrelevância’. Ela foi montada a partir da tabela 3 do artigo original.


Habilidade/conhecimento

n

%

intubação

164

(25,7%)

aconselhamento médico

123

(19,3%)

ressuscitação cardiopulmonar

107

(16,8%)

medicina social e de reabilitação

94

(14,8%)

documentação e controle de qualidade

50

(7,8%)

interpretação de ECG

32

(5,0%)

tratamento e planejamento terapêutico

29

(4,6%)

interpretação de raios X

22

(3,5%)

higiene

18

(2,8 %)

análise laboratorial

12

(1,9%)

exame físico

10

(1,6 %)

anamnese

7

(1,1 %)

tratamento do paciente

6

(0,9 %)

farmacoterapia

4

(0,6%)

diagnóstico diferencial

2

(0,3%)



Embora já seja bastante preocupante o número de sujeitos que consideraram que intubação (25,7%) e ressuscitação (16,8%) são irrelevantes, pelo menos o não domínio destes itens se mostrou univariadamente associado com a sensação do sujeito de não estar preparado (vide tabela 3). O que mais me chamou a atenção foi o quanto duas habilidades de natureza psicossocial foram considerados não relevantes pelos sujeitos: aconselhamento médico (19,3%) e medicina social e de reabilitação (14,8%). Além disso, no caso da habilidade/conhecimento sobre medicina social e de reabilitação não houve associação à autoavaliação de não-prontidão (tabela 3). Pior: esta habilidade também foi um dos itens onde também houve mais relato de deficiência (28,2%; vide tabela 3).

Será que estes resultados têm algo a ver com alguns dos problemas que têm sido apontados na Medicina convencional – como, por exemplo, excesso no componente biomédico? Será que isso tem alguma coisa a ver com o desinteresse, no mundo todo, por modalidades de cuidado em atenção primária? Ficam as perguntas para refletirmos.