quarta-feira, 27 de março de 2019

Integração Ensino-serviços-comunidade





Universidade e Poder Público: Relação entre Universidade e Sistema Único de Saúde. Saúde, Educação e Trabalho Interprofissional

Tiago Rodella
 


Será realizado nesta sexta-feira e sábado, dias 29 e 30 de março, no campus da USP em Bauru, o workshop “Universidade e Poder Público: Relação entre Universidade e Sistema Único de Saúde. Saúde, Educação e Trabalho Interprofissional”.

O evento é uma iniciativa do Curso de Medicina da FOB-USP, com apoio da Diretoria da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). A inscrição é gratuita e pode ser feita até esta quarta-feira, 27 de março, pelo site www.hrac.usp.br/eventos. As vagas são limitadas!

Segundo o professor José Sebastião dos Santos, coordenador do Curso de Medicina da FOB-USP e superintendente do Centrinho-USP, o objetivo do workshop é promover uma reavaliação das relações e da cooperação entre entes públicos, sobretudo em função da realidade locorregional e sob a perspectiva da implementação do novo Curso de Medicina e da instalação do Hospital das Clínicas de Bauru.

“De acordo com as últimas diretrizes curriculares, não se pensa mais um curso da área da saúde restrito ao âmbito do campus universitário. Os futuros profissionais precisam ser formados conhecendo a realidade, o dia a dia. Para tanto, precisamos ter uma interação mais próxima entre a Universidade e as áreas de execução na saúde, educação, assistência social e segurança pública, em interface com o Legislativo, Judiciário e Ministério Público, porque essas relações precisam ser formatadas com instrumentos legais de cooperação e de acompanhamento. O evento é um momento oportuno, portanto, para que a cidade e a região façam uma releitura atenta do que já existe em termos de legislação, para que os marcos legais sejam explorados positivamente e as relações de cooperação entre as instituições e esferas de poder se fortaleçam”, pontua o professor.

“A contribuição de cada poder é importante para que essa cooperação se estabeleça do ponto de vista legal, administrativo e, principalmente, operacional, com vistas à produção de bens de natureza social com mais qualidade e também à formação dos futuros profissionais”, ressalta José Sebastião dos Santos.


Programação e participação

De acordo com o programa preliminar, a programação tem início no dia 29 de março (sexta-feira), com dois pré-eventos no período da manhã. Das 8h30 às 9h30, no Anfiteatro do Centrinho-USP, será ministrada a conferência “Marcos teórico-conceituais e metodológicos da educação e do trabalho interprofissional em saúde”. Das 9h40 às 12h, estão programadas atividades práticas de simulação no Núcleo de Educação e Capacitação em Saúde (Necs), nas dependências do Hospital.

No período da tarde, no Teatro Universitário da FOB-USP, das 14h30 às 15h, acontece a abertura oficial do workshop “Universidade e Poder Público”, com as participações de Antonio Carlos Hernandes, vice-reitor da USP; Sandro Roberto Valentini, reitor da Unesp; Eduardo Aguilar Arca, diretor do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Sagrado Coração (USC); Carlos Ferreira dos Santos, diretor da FOB-USP; José Sebastião dos Santos, coordenador do Curso de Medicina da FOB-USP e superintendente do Centrinho-USP; José Henrique Rubo, prefeito do campus USP-Bauru; entre outras autoridades.

Das 15h às 17h, está programado o painel “Universidade e Sistema de Saúde”, que contará com a participação de Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária da USP; Gladis Massini-Cagliari, pró-reitora de Graduação da Unesp; José Rodrigues Freire Filho, consultor internacional em recursos humanos em saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), por videoconferência; de representantes do Ministério da Educação, Secretaria Municipal de Saúde de Bauru, associações e conselhos, organizações do terceiro setor; além de autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Contas, Receita Federal e dos sistemas Educacional, de Assistência Social, de Segurança Pública e de Saúde.

A programação prossegue no sábado, 30 de março, no Teatro Universitário da FOB-USP. Das 8h30 às 9h45, acontece o painel e debate “Desafios para a integração entre currículos na educação de profissionais da saúde: A potência para educação interprofissional na graduação”. Das 9h45 às 10h30, será ministrada a conferência “Intencionalidade da educação interprofissional na formação em saúde: Caminhos possíveis”.

Após um pequeno intervalo, das 10h50 às 11h50, está programado o painel “Trabalho interprofissional em saúde: Perspectiva atual e capacidade de movimento dentro do processo de educação permanente”. Encerra a programação do workshop a conferência “Competências colaborativas nas iniciativas de educação interprofissional”, das 11h50 às 12h30.

O público-alvo do evento são autoridades dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), docentes, tutores, preceptores do “Programa PET Saúde – Bauru”, estudantes e pós-graduandos da área de saúde e demais interessados da comunidade.

A inscrição é gratuita e pode ser feita até esta quarta-feira, 27 de março, pelo site www.hrac.usp.br/eventos. As vagas são limitadas! O campus da USP-Bauru fica localizado na Alameda Doutor Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75, Vila Universitária.


Integração ensino-serviço-comunidade

O workshop “Universidade e Poder Público” marca o início, em Bauru, do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde/Interprofissionalidade), da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde.

No final de 2018, Bauru teve dois projetos contemplados para o PET-Saúde, um da USP em parceria com a Universidade do Sagrado Coração (USC), e outro da Unesp. Ao todo, 120 projetos foram selecionados em todo o país, para implementarem, nos próximos dois anos, ações de integração ensino-serviço-comunidade utilizando os pressupostos teóricos e metodológicos da Educação Interprofissional em Saúde, com foco no desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os dois projetos de Bauru contam com 120 bolsas concedidas pelo Ministério da Saúde. O projeto da USP, que tem a USC como instituição convidada, conta com 60 bolsas para integrantes dos cursos de Medicina, Odontologia e Fonoaudiologia (FOB-USP) e Enfermagem, Fisioterapia e Nutrição (USC). O projeto envolverá as áreas de Atenção Primária em Saúde, Vigilância em Saúde, Urgência e Emergência, Oncologia e Gestão em Saúde. Tem a participação de 30 estudantes de graduação, 20 preceptores – da Secretaria Municipal de Saúde, do Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS 6) e do setor terciário – e dez docentes.

Já o projeto da Unesp conta com mais 60 bolsas e a participação dos cursos de Ciências Biológicas, Educação Física e Psicologia. A proposta do PET-Saúde Bauru é que os dois projetos trabalhem em conjunto e se complementem.

“É a primeira vez que Bauru é contemplada, em um esforço conjunto da Universidade de São Paulo e da Unesp. Esse projeto é importante porque amplia a interação da Universidade com os serviços municipais e estaduais de saúde. É bom para uma reavaliação da oferta quantitativa e qualitativa, e, ao mesmo tempo, para formar melhor os futuros profissionais e capacitar aqueles que já estão atuando. A Universidade não deve ter muros. Se os serviços tiverem alguma necessidade de capacitação e pudermos ajudar, nós, como Universidade, temos a obrigação de contribuir”, salienta o coordenador do Curso de Medicina da FOB-USP e superintendente do Centrinho-USP, José Sebastião dos Santos.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Hospital Universitário




Planejamento é a palavra de ordem da nova gestão


Ana Paula Machado Velho



 
A ortopedista e docente do curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Elisabete Mitiko Kobayashi, tomou posse, nesta segunda-feira (18), pela manhã, e já arregaçou as mangas para dar início oficial à administração de sua equipe, eleita para a Gestão 2019-2022, no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM).

Segundo a doutora Elisabete (foco acima), a saúde pública no Brasil vem enfrentando graves problemas há anos e isso tem afetado os Hospitais Universitários, como o HUM, dificultando o acesso a essas instituições e agravando o atendimento à população. Ela lembra que, com a crise que o Brasil enfrenta, muitos usuários deixaram os planos de saúde privados e passaram a usar o Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto desta realidade vem sendo sentido no atendimento da urgência e emergência.  

“O sistema público de saúde ainda sofre por não ter uma estrutura adequada para o atendimento global do paciente. Prova disso é a fila de espera por consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas em todo o país. Esta longa fila culmina na piora do quadro do paciente e desagua nos prontos atendimentos, seja nas UPAs ou nos hospitais públicos, que já não conseguem atender a tão alta demanda e vivem na mídia por incapacidade operacional. A prevenção, que ainda é o melhor caminho para a saúde, está deficiente. Essas ações não têm sido feitas nos ambulatórios. Se isso não funciona, há um impacto enorme nos serviços de urgência e emergência. Juntando essa realidade com a falta de políticas fortes no setor de prevenção à violência no trânsito e à violência interpessoal, o cenário se agrava e vemos faltar leitos de urgência e emergência e nas UTI”, descreve a ortopedista do HUM.


Três décadas - A nova gestora lembra, ainda, nos seus 30 anos de existência, o HUM de Maringá pouco cresceu em relação aos outros hospitais universitários, tornando–se o menor do estado do Paraná. Porém, o Hospital Universitário de Maringá é uma importante porta de entrada na região, sendo referência para os serviços de emergência do SIATE e do SAMU. Além disso, aparece nos mapas de atendimento como porta aberta para a demanda espontânea e através da regulação de pacientes pela Central de Vagas do Estado. Mensalmente, o HUM atende em torno de 6 a 7 mil pacientes no Pronto atendimento, em uma estrutura ainda acanhada.

“Não conseguimos avançar em melhorias de atendimento e estrutura física do nosso HUM. Precisamos urgentemente acabar de construir o Hospital, dando andamento, principalmente, às obras já iniciadas e, por ora, paradas por falta de recursos. O SUS é universal e o doente recebe atendimento gratuito, porém, o leito do SUS não é gratuito. O custeio de todos os leitos previsto no orçamento, muitas vezes, não corresponde às despesas reais. Fazer a boa medicina implica em custos operacionais, por vezes, maiores do que o SUS subsidia. O custo do doente-dia deve ser preocupação dominante da administração sem prejuízo do suprimento indispensável ao bom atendimento ao paciente, da boa alimentação e dos necessários cuidados médicos. Os recursos próprios do HUM, ultimamente, têm sido consumidos por uma folha de pagamento que aumenta, a cada ano, por falta de abertura de concursos públicos, o que impede novos investimentos ou reposição de equipamentos e manutenção de nossa estrutura. A falta de reposição de funcionários, seja por aposentadoria, morte ou demissões, tem se intensificado ano a ano. Estamos evoluindo rapidamente para um sucateamento do hospital, deixando de fazer diagnósticos por falta de bons equipamentos e diminuindo a qualidade de atendimento final. Necessitamos urgente de um olhar do estado para esta situação, porém, não nos eximimos de fazer o nosso dever de casa, em tornar o atendimento mais efetivo e eficaz”, alerta a doutora Elisabete.


Reconhecimento - Enfim, a superintendente do HUM destaca que é preciso resgatar a credibilidade do Hospital Universitário de Maringá junto à comunidade interna e externa. A médica prometeu trabalhar para conquistar o verdadeiro crescimento do Hospital, que vai além da assistência, deve atingir as áreas de ensino e pesquisa. Kobayashi disse vai organizar o serviço internamente, abrindo frentes de negociação e diálogo com os gestores públicos.

“O curso de medicina da UEM é um dos melhores do Brasil, temos também alunos da graduação da enfermagem, análises clínicas, psicologia, as residência médicas e multiprofissional, acabamos de abrir a pós-graduação em Urgência e Emergência, temos projetos de pesquisa de relevância clínica em andamento dentro do HUM, um Hemocentro de primeira qualidade.  Este é o HUM que a população não vê e nem a mídia mostra.  Somos formadores de profissionais para a rede de atendimento do SUS e setor privado. Nestes 30 anos de existência do curso de medicina, colocamos excelentes profissionais no mercado de trabalho de Maringá e região. A qualidade da medicina, hoje praticada em Maringá, os avanços e inovações no atendimento aconteceram com o impacto do retorno destes egressos da UEM. Isso precisa ser reconhecido”, lembrou a superintendente.






Compromisso - Segundo a nova gestora, o HUM se dispõe a aumentar a oferta de serviços, mas precisa acabar a sua construção e montar uma nova estrutura de ambulatório, para ofertar mais consultas eletivas e melhorar o local de ensino. Será possível aumentar o número de atendimentos no momento em que o HUM terminar o seu plano diretor e recompor o quadro de funcionários, através de concursos pelo Estado.

“O resultado das urnas nas eleições do HUM mostrou que os funcionários, docentes e alunos confiam na capacidade da nossa equipe (foto acima) e nossas propostas. Mostrou a confiança em um grupo técnico, com experiência e conhecimento em gestão administrativa, gestão de pessoas e gestão de processos. O nosso compromisso com todos é de uma gestão séria e competente, com transparência nas ações e mais próxima dos que aqui trabalham. Fizemos um compromisso de estarmos presentes e arregaçarmos as mangas todos juntos para reagirmos e colocarmos o HUM nos trilhos novamente. A ideia é profissionalizar o Hospital, nos próximos anos, para que a gente consiga ter uma gestão otimizada e de qualidade. Este é o compromisso desta equipe que agora assume a direção do HUM. A direção do Hospital se compromete a fazer uma boa gestão e esperamos que haja a resposta dos nossos governantes”, concluiu Elisabete Kobayashi.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Animals for scientific research



What using animals for scientific research taught me about myself

By Justin Chen


Frog eggs, one of which is fertilized. Science Source


When I looked for the deeper meaning of existence, I found that I was too skeptical for heaven and hell, for deities and spirits. Sometimes, I thought about astrophysics — roiling energy, dark matter, the multiple dimensions of an expanding universe — but it was all too vast and distant. The closest I ever got to a mystical experience was working with animals as a molecular biologist.

As a biologist, I performed experiments on flatworms, sea urchins, zebrafish, frogs, opossums, and mice. These studies required the careful administration of life and death: I merged sperm with eggs and observed early embryos when they were just three layers of tissues flattened together. At certain times, I preserved animals in formaldehyde and bathed them in chemicals that turned their bodies transparent.

In the lab, life and death were demythologized. Instead of some immense, cosmic force, they shrank into something tangible that could be contained in a Petri dish or studied under a microscope.
Watching generations of animals flash in and out of existence, I also felt time compressing. I cared for zebrafish embryos that, in a matter of days, transformed from balls of cells to larvae that roamed their tanks searching for food.

As a scientist, my job was to observe life and death objectively. But the work also made me feel part of a larger order. I could experience a different version of life and death than I did in the outside world – not as personal or intense but just as strange and profound.

·Life·

When I was a graduate student, I typically began my weeks attempting to unite sperm and egg.

The process was not entirely natural. First, I coaxed female frogs to lay eggs by holding them over a Petri dish and massaging their bottoms with my pointer and middle fingers. The movement was meant to imitate the squeezing motion a male makes with his legs during mating. Once the eggs were laid, I ran a sliver of testicle over them — the organ having been separated from its euthanized owner — and waited.

With frogs, you can witness the moment of fertilization.

Their eggs have two hemispheres — one white and yolky, the other pigmented and cherry brown. Before the sperm arrive, the eggs lie every which way, tiling the bottom of the dish in a mix of white and brown. After fertilization, the eggs turn — their molecular machinery grinding into action – so that they all face pigmented side up.

Seeing a dish of brown eggs may not sound dramatic, but it felt as if some spirit or vital force was speaking directly to me through these changing colors. It was all so simple, as if life was being summoned with the flip of a switch.

“Oh that,” a senior graduate student commented after I had been staring at the eggs for several minutes. “It gets old after a while.”

But for me it never did. Through winter storms silently subduing Boston outside the laboratory windows, the rise and fall of my romantic relationship, the years congealing together, I continued to stare. I felt the same existential solemnness as I did when watching the sun set or getting lost in a melody.

It’s all here, the eggs seemed to say.

Sometimes the eggs never fertilized. I waited for hours, walking away and returning, staring and willing them to turn. I sat in a room filled with microscopes, bottles of colored solutions, and shelves packed with scientific notebooks. Beyond the walls, I was surrounded on all sides by other laboratories each aglow with the green and red lights of precisely calibrated equipment. And yet, here I was sitting like a witch next to her cauldron, dependent on this fickle mixing of flesh.

The summers were especially difficult — the eggs coming out of the frogs in long, stringy clumps. Most of them were either gray or the chalky white of dead cells. Bursting upon the surface tension of the buffer, they clouded the Petri dish.

“It’s terrible here, too,” a researcher in England told me. “Somehow, the frogs must be sensing the seasons change.”

I walked down to the frog room, located in the core of the research institute, to investigate. It was cool but damp and filled with the sound of trickling water. The animals lived in plastic tanks the size of bathtubs. I peered down at them. Their skin was a mix of pea and navy green melded in repetitive globular patterns. Lying underwater, perfectly still and unblinking, they didn’t seem to notice me at all.

The frogs looked emotionless, alien, and prehistoric. They were from Wisconsin — born in a laboratory facility specializing in animal husbandry and at least five generations removed from any wild-caught frogs originating in sub-Saharan Africa. Most likely they had never been outside, seen a tree, or sat in the mud. Their lives were climate controlled and illuminated by lights that switched on and off at the same time each day. And yet, in their meditative trance, they had become the perfect receiver of a wave or a particle, something that spoke to the cadence of the tides or tilt of the earth, something that said: summer.

·Death·

Precise and preplanned, largely stripped of emotional attachment, the death of a laboratory animal is unlike most other deaths. Even now, I am not sure what to call it. My undergraduate adviser, who ran an opossum laboratory, argued against the commonly used term “euthanize” because it had the connotation of a merciful death, one that relieves pain and suffering. She preferred to say “sacrifice.”

My adviser was intelligent and irreverent. She had a habit of laughing uncontrollably at jokes and then looking around while covering her mouth. And yet, her mood transformed completely when sacrificing her animals. Like many scientists, she had a way of summoning a grim focus, as if she were becoming an alter ego.

“Hello, it’s me, Yolanda,” she said while reaching her hand into the cage, “the bad Yolanda.”

After an internship studying obese mice at the National Institutes of Health, I thought of my own term: “disembody.” The act of killing the animal was so terrible that, in my mind, I had to transform the mouse into a series of abstract shapes and colors, something other than a body.
I, too, disengaged. Rising up out of myself, I watched the scissors in my hand press into the lower abdomen of the anesthetized mouse, with just enough pressure to crease the skin but not break through. Poised on this delicate balance, I felt like a skater inching out over thin ice. When the blades plunged through, my anxiety dissipated, replaced by a steely concentration.

At the NIH, my goal was to compare the brain structure of normal and obese mice. This type of analysis requires “fixing” the brain, or chemically preserving it against decomposition. The best way to do so is to inject formaldehyde into the heart, where it travels through the circulatory system and saturates the depths of the brain.

Opening the mouse, I found a tender world with its own logic, shapes, and colors. Everything fit together perfectly, each organ tucked into place as though in a well-packed suitcase. There were barely any corners or hard edges — mainly curves, bulges, and loops. I had never seen such glistening colors before: the reddish-brown liver, the yellow intestine, everything else mostly a deep beet red. The pockets of deoxygenated blood, almost black, made the body dark and vibrant. It glowed dimly, like stained glass in the evening.

An animal’s innards are so different from its outside and yet exactly as they appear in anatomy text books. That something can be so well-described and still surprise makes it all the stranger.

Using forceps, I cracked open the ribcage to reveal a heart beating so hard that it seemed to bubble like the surface of boiling water. As I readied the syringe, the mouse shimmered before me: a system of perfectly calibrated organs, splotches of colors swimming together, billions of cells that just happened to be in the shape of a mouse. I pressed down, feeling the sigh of the syringe beneath me, and everything solidified into the mouse once more.

After each experiment, I became giddy with relief. Slumped back in my chair, I felt each breath filling my lungs before branching out into my arms and fingers. My whole body tingled. It felt luxurious.

Perfusing mice revealed the distance between thought and feeling. I could rationally justify killing mice for research but reasoning never calmed my squeamishness — at best it helped me tolerate the dread and remorse. I made a vow to never work with mammals in the future. It was the first time I had weighed my feelings in a scientific context.

Near the end of my internship, my boss, a middle-aged staff scientist, told me a story. A few years before, the custodian had found a mouse in our hallway. By its ear tag, my boss identified it as one of his animals. The mouse had escaped its cage, snuck past multiple doors, and ridden the elevator up to our floor.

“What do you think it wanted?” I asked, half jokingly.

“Revenge,” he said.

·Afterward·

When I was a scientist, I was surrounded by the churning of life — generations of animals rushing into existence and dying. Some days, I saw myself in that churning. It was calming. Instead of being only myself, I was playing a role. All my defining traits – introversion, a streak of nonconformity, the desire to experience the world through writing – would recur in others after me.

After completing my dissertation, I joined a nonprofit’s communication team and acclimated to office life: rows of white desks with a standing desk connected to a treadmill in the corner, drafts of press releases and annual reports, inside jokes with co-workers. Some mornings, I feel a disappointed relief to be so far from animals. Mostly, though, I am content to let the intensity of the experience fade. I settle into the illusion of stasis. Time passes but nothing seems to change.

Occasionally I stumble across an exception, reminders of a larger timescale. After the dentist frowns, I ask about cavities. “Oh, nothing to worry about,” she replies cheerfully, “it’s just incipient decay.” There are more serious events: A friend’s sister has a baby; another friend visits her grandfather in hospice; a car runs into a biker near my apartment.

On a brittle winter night, six months after my last experiment, I came home to find a dead mouse at the base of my bed. The body seemed like a mirage. Kneeling down, I observed the long curve of its front teeth and prodded its head with my pinky finger. The smallness of the death allowed me to linger over it and, for a moment, I’m drawn back into the churning with equal parts dread and nostalgia: memories of the animals I’ve killed. The essence of summer nudging the biochemistry of frogs – biology as involuntary clockwork.

I’m not sure how long I spent with the mouse. I heard gusts of wind outside my window and my housemate on the phone below me. After a few minutes, I placed the body in a plastic bag and disposed of it in the trash can behind the house.

After that, over a period of days and weeks, my mind would wander. I’m 30, almost the age of my father when I was born. Stitching the second half of his life onto mine, I divine the future — friends marrying and considering children, the struggle between my parents and me to understand each other, the stories I want to tell, the person I want to become — and I will think to myself: If only we had more time.


* Justin Chen is an external affairs associate at OpenBiome and a former AAAS mass media fellow at STAT.

domingo, 17 de março de 2019

Práticas integrativas e complementares



SUS oferece Tai chi chuan, Reiki, Quiropraxia, Yoga e outras Terapias Complementares


O uso das práticas integrativas no Sistema Único de Saúde (SUS) vem crescendo a cada ano, como complemento em tratamentos em saúde. Nas atividades coletivas, como yoga e tai chi chuan, o crescimento foi de 46%, passando de 216 mil para 315 mil, entre 2017 e 2018. Por isso, o Ministério da Saúde, a partir da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, passou a ofertar um rol de 29 práticas integrativas. São atividades que podem ser feitas individual ou coletivamente.

A quantidade de procedimentos relacionados a essas práticas, como uma sessão individual de auriculoterapia ou uma sessão de atividade coletiva, registrada nos sistemas do SUS entre 2017 e 2018, mais que dobrou, passando de 157 mil para 355 mil, aumento de mais de 126%. O reflexo desse aumento também pode ser visto no quantitativo de participantes nessas atividades, que cresceu 36%, de 4,9 milhões de participantes para 6,67 milhões no período.

Quando o SUS começou a implementar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, em 2006, eram apenas cinco práticas disponíveis à população: medicina tradicional chinesa/acupuntura, homeopatia, medicina antroposófica, termalismo e fitoterapia. Atualmente esse rol conta com 29 práticas. Na última incorporação, o Ministério da Saúde adotou mais 14 práticas. Entre elas biodança, dança circular, musicoterapia, reiki, shantala, quiropraxia, yoga, entre outras.

As Práticas Integrativas e Complementares (PICS), como são chamadas no Brasil, são reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os documentos da OMS orientam os países a adoção dessas práticas nos seus sistemas nacionais de saúde. No Brasil, estas práticas foram reconhecidas e tiveram a ampliação solicitada no SUS em diversas Conferências Nacionais de Saúde, maior espaço representativo de gestores, trabalhadores e usuários. Além disso, diversos conselhos profissionais de saúde reconhecem e orientam o uso ético por seus profissionais, como enfermagem, odontologia, fisioterapia, farmácia, entre outros.

A indicação desse tratamento complementar, no SUS, ocorre no âmbito da Atenção Básica, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e também no atendimento especializado, nas unidades hospitalares e centros especializados. Além de ampliar a diversidade da oferta, o número de estabelecimentos que atuam nessa linha também deu um salto de 13%. Passou de 22.164 em 2017 para 25.197 estabelecimentos em 2018.

Os atendimentos podem ser individuais, quando realizados por profissionais de saúde com formação superior, que podem realizar a consulta ou a consulta mais algum procedimento no mesmo atendimento. Dependendo dos procedimentos, também podem ser realizados por profissionais capacitados de nível médio. A oferta dessas práticas não é obrigatória pelos municípios, pois depende também de profissionais capacitados.

Pesquisas – Práticas Integrativas e Complementares

Diversas plataformas de estudos científicos como a Cochrane e o Pubmed trazem os benefícios das práticas integrativas, por exemplo, como complemento das ações de saúde. Há Estudos de revisões sistemáticas, por exemplo, sobre o uso da meditação para redução de risco cardiovascular e até para melhorar casos de depressão.
 
Outras pesquisas mostram que as práticas complementam e trazem benefícios junto ao tratamento de câncer de mama. E ainda estudos revelam o benefício da acupuntura para melhora da dor em casos de fibromialgia.