USP quer melhorar formação pedagógica de pós-graduandos
Entre
as propostas da comissão formada para avaliar a questão está a
implementação de disciplinas para formação didático-pedagógica básica e a
criação de espaços de experimentação em pedagogia
A Pró-Reitoria de Pós-Graduação designou, no dia 1º de novembro, uma
comissão que será responsável pela implementação de políticas voltadas
para a formação didático-pedagógica dos estudantes.
Essa comissão é resultado do trabalho desenvolvido por um grupo de 25
professores de todas as áreas do conhecimento que, durante todo o mês
de outubro, se dedicou a estudar o tema na Universidade.
“O grupo foi convocado pelo pró-reitor (Carlos Gilberto Carlotti Junior),
a partir de uma expectativa de avaliação de como estava a formação
didático-pedagógica dos alunos de Pós-Graduação, uma vez que não havendo
uma normativa, ao longo dos anos com esse objetivo, talvez estivéssemos
com esse aspecto pouco avaliado, pouco analisado dentro da
Universidade”, explica o coordenador da Comissão e professor da
Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Luiz Felipe Pinho Moreira, que
também presidiu o grupo de trabalho.
Segundo Moreira, a principal conclusão do GT foi a de que a formação
didático-pedagógica dos pós-graduandos está restrita aos bolsistas do
Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE). “São poucas as iniciativas e
as disciplinas formativas para os alunos que não são bolsistas, o que
significa que essa formação na USP hoje é deficiente quando olhamos o
todo. Algumas áreas desenvolvem iniciativas pontuais e isoladas, mas a
grande maioria das Unidades de Ensino e Pesquisa não tem essa visão”,
considera.
Diretrizes
A comissão, formada por 12 docentes da Universidade e um
representante discente, será responsável pela implantação das diretrizes
sugeridas pelo GT.
Essas diretrizes, como explica Moreira, foram baseadas em três pontos
essenciais. O primeiro deles diz respeito ao oferecimento de uma
formação didático-pedagógica básica de maneira geral e universal a todos
os alunos da Pós-Graduação. Isso poderá ser feito pela implementação de
um currículo comum e uma ementa básica, que poderão ser ministrados por
meio de cursos on-line.
O segundo se refere ao aprimoramento profissional dos próprios
docentes da USP. “Notadamente, temos deficiência no nosso próprio
quadro, que precisa ter ferramentas de aprimoramento e aperfeiçoamento
da atividade didático-pedagógica, com a incorporação das novas
tecnologias”, afirma Moreira.
O terceiro ponto está relacionado à criação de espaços de
experimentação em pedagogia, o que poderá ser feito por meio de
atividades como tutoria na graduação, monitoria e oferecimento de cursos
extracurriculares e, principalmente, pela valorização dessas atividades
como créditos para o pós-graduando.
“A formação didático-pedagógica é um dos aspectos que têm ficado em
segundo plano na formação da pós-graduação brasileira. A visão da
pós-graduação se foca muito mais e quase que exclusivamente na formação
do pesquisador. A formação didático-pedagógica ficou em segundo plano no
Brasil todo, no que se reflete à qualidade de ensino”, avalia o
professor.
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