sexta-feira, 10 de março de 2017

Pós-graduação


 

USP quer melhorar formação pedagógica de pós-graduandos

Entre as propostas da comissão formada para avaliar a questão está a implementação de disciplinas para formação didático-pedagógica básica e a criação de espaços de experimentação em pedagogia


A Pró-Reitoria de Pós-Graduação designou, no dia 1º de novembro, uma comissão que será responsável pela implementação de políticas voltadas para a formação didático-pedagógica dos estudantes.

Essa comissão é resultado do trabalho desenvolvido por um grupo de 25 professores de todas as áreas do conhecimento que, durante todo o mês de outubro, se dedicou a estudar o tema na Universidade.

“O grupo foi convocado pelo pró-reitor (Carlos Gilberto Carlotti Junior), a partir de uma expectativa de avaliação de como estava a formação didático-pedagógica dos alunos de Pós-Graduação, uma vez que não havendo uma normativa, ao longo dos anos com esse objetivo, talvez estivéssemos com esse aspecto pouco avaliado, pouco analisado dentro da Universidade”, explica o coordenador da Comissão e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Luiz Felipe Pinho Moreira, que também presidiu o grupo de trabalho.

Segundo Moreira, a principal conclusão do GT foi a de que a formação didático-pedagógica dos pós-graduandos está restrita aos bolsistas do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE). “São poucas as iniciativas e as disciplinas formativas para os alunos que não são bolsistas, o que significa que essa formação na USP hoje é deficiente quando olhamos o todo. Algumas áreas desenvolvem iniciativas pontuais e isoladas, mas a grande maioria das Unidades de Ensino e Pesquisa não tem essa visão”, considera.


Diretrizes

A comissão, formada por 12 docentes da Universidade e um representante discente, será responsável pela implantação das diretrizes sugeridas pelo GT.

Essas diretrizes, como explica Moreira, foram baseadas em três pontos essenciais. O primeiro deles diz respeito ao oferecimento de uma formação didático-pedagógica básica de maneira geral e universal a todos os alunos da Pós-Graduação. Isso poderá ser feito pela implementação de um currículo comum e uma ementa básica, que poderão ser ministrados por meio de cursos on-line.

O segundo se refere ao aprimoramento profissional dos próprios docentes da USP. “Notadamente, temos deficiência no nosso próprio quadro, que precisa ter ferramentas de aprimoramento e aperfeiçoamento da atividade didático-pedagógica, com a incorporação das novas tecnologias”, afirma Moreira.

O terceiro ponto está relacionado à criação de espaços de experimentação em pedagogia, o que poderá ser feito por meio de atividades como tutoria na graduação, monitoria e oferecimento de cursos extracurriculares e, principalmente, pela valorização dessas atividades como créditos para o pós-graduando.

“A formação didático-pedagógica é um dos aspectos que têm ficado em segundo plano na formação da pós-graduação brasileira. A visão da pós-graduação se foca muito mais e quase que exclusivamente na formação do pesquisador. A formação didático-pedagógica ficou em segundo plano no Brasil todo, no que se reflete à qualidade de ensino”, avalia o professor.

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