Entidades conseguem fazer Mais Médicos progredir para Mais Saúde |
A
pressão das entidades médicas junto aos parlamentares está ajudando o
país a ganhar uma ação efetiva para o fortalecimento da saúde pública.
Nesta
terça-feira, após reunião com líderes da base governista e com o
deputado Rogério Carvalho, relator da Medida Provisória 621/2103 (que
cria o Programa Mais Médicos), os presidentes do Conselho Federal de
Medicina (CFM) e da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR)
obtiveram a promessa de que serão ajustados pontos no texto ainda em
plenário, na hora da votação, que aperfeiçoarão o projeto em tramitação.
O
presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, considerou o entendimento
alcançado um importante avanço para a assistência brasileira por abrir
perspectivas e compromissos concretos relacionados a pontos nas áreas de
financiamento e de recursos humanos. Além disso, o resultado do
entendimento trouxe um melhor delineamento para a forma como os médicos
intercambistas poderão atuar no país. “O que vemos é o surgimento do
Mais Saúde em lugar do Mais Médicos. Estamos ajudando o Governo a
ampliar seu projeto específico para uma proposta realmente estruturante
para a saúde pública brasileira”, disse.
Entre
os pontos acordados está o compromisso de que a base aliada apresentará
e aprovará, em plenário, uma emenda na MP que discipline a necessidade
de criação de uma carreira de Estado para os médicos a ser implementada
em três anos, a qual deverá ser regulamentada e detalhada por meio de
Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Atualmente, já há duas
propostas deste tipo em fase adiantada de tramitação – uma na Câmara e
uma no Senado.
Outro
avanço importante alcançado durante a reunião foi a garantia de
retirada do relatório final sobre a MP 621, que vai à votação, de todo o
seu capítulo V. Em síntese, os artigos que compõem este trecho criam de
um Fórum Nacional de Ordenação de Recursos Humanos na Saúde, que seria
composto por representantes da gestão e das 13 categorias profissionais
da área da saúde. Entendeu-se que o tema não era pertinente dentro da
MP, podendo ser tratado por meio de outros instrumentos normativos, como
portaria ministerial.
Este
Fórum teria a incumbência de assessorar o Ministério da Saúde no
estabelecimento de políticas públicas de trabalho, educação e alocação
de profissionais. Para as entidades médicas, a criação desta
representava uma interferência nas atribuições dos diferentes conselhos
profissionais, inclusive ameaçando suas autonomias e existências.
Após
a reunião, que durou mais de duas horas, foram informados ainda outros
itens que passaram por entendimento entre entidades e líderes da base
governista. Entre eles, estão: permanência máxima de intercambistas
estrangeiros dentro do Programa Mais Médicos por três anos (dois anos
com possibilidade de renovação de contrato por mais um); obrigatoriedade
de aprovação em exame de revalidação de diploma para os estrangeiros ou
brasileiros que sem títulos revalidados que decidirem ficar no país
após o fim de seu contrato; retirada de itens que afetavam as
prerrogativas da AMB no que se refere a certificação e recertificação de
títulos; e garantia de avaliação dos cursos de medicina na lógica da
progressão de conhecimento por meio de aplicação de exames periódicos.
Com
relação ao registro dos intercambistas estrangeiros vinculados ao
Programa Mais Médicos ficará com o Ministério da Saúde, com a
fiscalização dos profissionais a cargo dos Conselhos Regionais de
Medicina. Ao assumir esta responsabilidade, o Governo ficará também
encarregado de comunicar aos CRMs os dados dos profissionais, inclusive
com os endereços de trabalho e os nomes dos respectivos tutores e
supervisores acadêmicos.
Finalmente,
os líderes do Governo sinalizaram com a possibilidade de incluir nas
propostas que discutem o financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS)
artigos que assegurem o aumento dos repasses federais de forma
consistente e suficiente para atender as demandas da população e de
aperfeiçoamento da infraestrutura disponível. De acordo com o deputado
Rogério Carvalho, que também relatará o projeto de lei que discute o
financiamento do SUS, deverá ser incluído na proposta encaminhada para
votação o compromisso da gestão federal de aportar mais R$ 25 bilhões
até 2016 ao orçamento da Saúde.
“O
financiamento é crucial para a sobrevivência do SUS e para a melhoria
dos serviços oferecidos à população. Este é um anseio dos brasileiros, o
qual não pode ser ignorado pelos parlamentares e pelo Governo.
Acreditamos que com esta determinação de transferir mais recursos da
União e com a qualificação e modernização da gestão do Sistema Único, os
ganhos serão significativos para toda a sociedade, sem prejuízos para a
luta em defesa do movimento Saúde+10. O empenho dos médicos e de suas
entidades tem sido fundamental para esta conquista”, ressaltou o 1º
vice-presidente do CFM, Carlos Vital, que também acompanhou a reunião.
Fonte: Portal do CFM |
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