segunda-feira, 26 de abril de 2010

Avaliação das IES Federais


MEC poderá rebaixar universidades federais

Folha Online 26/04/2010
Hoje na Folha As universidades federais, pela primeira vez, terão que cumprir metas de qualidade para manterem o título ou poderão ser rebaixadas a centros universitários. A informação é de Antônio Gois em reportagem publicada na edição desta segunda-feira da Folha (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL).
De acordo com o texto, as mudanças constam de resolução que será votada em maio pelo Conselho Nacional de Educação. Há consenso sobre a inclusão das federais no sistema de credenciamento e a exigência, para as atuais universidades, de manterem ao menos três programas de mestrado e um de doutorado.
No setor privado, muitas universidades ostentam esse título sem cumprir exigências em vigor, como ter 1/3 dos docentes atuando em dedicação exclusiva --45% desrespeitam essa exigência, segundo o Censo da Educação Superior 2008 (último disponível). O MEC diz que começou a cobrar essas instituições e que pode puni-las.
Estudo feito pelo conselheiro Edson Nunes com base em dados da Capes (órgão do MEC) mostra que 59% das particulares e 15% das federais não se enquadrariam hoje na regra de ter ao menos um doutorado e três mestrados.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Séries Médicas

Séries médicas exibem mais fantasia do que realidade da profissão

Cristina Almeida - UOL Ciência e Saúde
Retirar vermes por meio de uma punção abdominal. Indicar radioterapia sem exames prévios. Aplicar choque (desfibrilação) em situações onde essa conduta é contraindicada. Oferecer dinheiro aos pacientes na sala de espera para que eles desistam das consultas. As práticas médicas das séries da TV prendem a atenção e divertem, mas são consideradas absurdas pelos profissionais da saúde, mesmo entre aqueles que se declaram fãs dos seriados.
Estudos realizados pela Kaiser Family Foundation (EUA) e pela Universidade de Dalhousie (Canadá) avaliaram o impacto desses filmes na educação sobre assuntos relacionados a saúde. A primeira pesquisa identificou o potencial para a difusão de informações corretas sobre doenças, seus sintomas e tratamentos. A ação quadruplica a absorção dos conceitos veiculados.
O segundo estudo, dirigido por Andrew Moeller, estudante de medicina interessado nos primeiros socorros aplicados a pacientes com epilepsia, observou os procedimentos retratados em "Grey’s Anatomy", "House", "Private Practice" e "Plantão Médico (ER)". Moeller concluiu que, se alguém tomar como base as cenas desses filmes, “provavelmente causará algum mal ao doente, pois somente 29% deles apresentam fielmente as devidas providências médicas”.
Na opinião do médico Hélio Penna Guimarães, especialista em Urgências Clínicas e UTI Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Centro de Ensino, Treinamento e Simulação do Hospital do Coração, a produção dessas séries demonstra descuido e falta de consideração com o telespectador. “Profissionais com um mínimo de conhecimento podem identificar erros durante os programas, o que faz com que eles percam sua credibilidade”, diz.
Penna afirma que há anos os especialistas analisam a forma como os filmes podem influenciar as pessoas, e cita como exemplo estudos sobre a ressuscitação cardiopulmonar. “Em geral, por terem visto uma cena parecida com resultados positivos, elas nutrem altas expectativas de sucesso. Entretanto, na vida real, esse resultado dependerá de vários fatores como idade, condições pessoais do paciente etc”.
“Por causa das séries, não é raro que os pacientes e familiares perguntem sobre diagnósticos e procedimentos que viram na TV, e que eles acreditam piamente serem reais”, complementa o especialista.

Opiniões

Fã dos seriados desde a época em que cursava medicina, a otorrinolaringologista Mayra Centelhas, pós-graduanda da Faculdade de Medicina do ABC, declara que nenhuma das séries atuais representa fielmente a realidade. Para ela, "House" encabeça a lista das discrepâncias. “Nessa série, as cirurgias e tratamentos são feitos sem nenhum embasamento. A exceção é 'ER', que sempre mostrou casos muito próximos de nossa rotina diária e, além disso, tinha o maior rigor técnico”.
Nilva Moraes, chefe de setor no departamento de oftalmologia da Unifesp, conta que há 20 anos assiste a todas as séries e também elege "ER" como a que melhor retrata "os casos médicos, o ambiente de urgência e pronto-socorro, bem como o raciocínio rápido e a conduta imediata que se espera que os médicos tenham durante os trabalhos”.
De acordo com Penna, a preferência dos médicos por "ER" não ocorre à toa: “A produção tinha como um de seus integrantes Michael Crichton, médico formado pela Universidade de Harvard, que também foi emergencista”.
A enfermeira Ana Cristina de Sá, professora do Centro Universitário São Camilo, é outra fã: “Me identifiquei muitas vezes com a enfermeira-chefe desse seriado, especialmente em relação às questões éticas e emocionais que giram em torno da profissão de um enfermeiro da emergência”.
Para ela, "ER" era educativa para a população e, para os profissionais, um divertimento. Já "House" produz o efeito contrário: "Para mim, ele é um egocêntrico, péssimo clínico, torturador de pessoas, sem falar da ética questionável e dos maus exemplos”, completa.

Casos raros

Já o geneticista Salmo Raskin revela identificar-se com "House", mas não por seus defeitos e manias, é bom deixar bem claro. Para ambos, o desafio diário é solucionar diagnósticos difíceis e investigar doenças raras.
O ponto de vista de Raskin é que o personagem, na verdade, é uma crítica implícita a um dos maiores problemas existentes em sua profissão: a relação médico-paciente, definida como falta de humanismo e sensibilidade da equipe médica em relação aos doentes e seus familiares. “Na medicina norte-americana isso é ainda mais evidente do que aqui no Brasil. O comportamento frio do Dr. House não só ironiza como critica esse aspecto. Essa é a razão porque considero a série como a que melhor retrata a realidade atual.” 

Sexo no plantão

Segundo os profissionais de saúde consultados pelo UOL Ciência e Saúde, os seriados não pecam só pela falta de rigor técnico. Há um outro aspecto negativo cogitado pela maioria deles: as relações pessoais entre os membros de equipes médicas, tidas como fantasiosas. “Os hospitais parecem mais bares e boates onde as pessoas têm encontros amorosos”, comenta Centelhas.
A enfermeira concorda: “A promiscuidade que as séries apresentam entre os profissionais não reflete a verdade e apenas reforça o imaginário leigo quanto a esse comportamento”.
Já Penna entende que o destaque aos relacionamentos amorosos é mais uma estratégia de dramaturgia: " No final, é isso que atrai o público em geral”, diz Penna.

Questões éticas

Entre tantas críticas, um aspecto positivo apontado pela enfermeira Sá é o fato de que os seriados podem servir de inspiração para mudanças a favor dos pacientes e sua família. Nos filmes, os familiares estão presentes em todos os procedimentos, até nas reanimações cardiorrespiratórias. A especialista revela que esse é um direito reconhecido em quase todo o mundo, mas não no Brasil.
“Poucas pessoas sabem que elas têm o direito de ter acesso ao seu prontuário médico, e que ele é seu e não do hospital". Além disso, ela relata que as séries sempre mostram o direito de decidir sobre a própria vida, tanto que já ouviu pacientes dizerem: "na série da TV o paciente pode decidir, por que aqui eu não posso?”
Em última instância, os seriados podem ser o ponto de partida para a discussão sobre questões relativas a ética médica, ainda que para isso seja preciso atrair o público com doses generosas de ficção.

domingo, 18 de abril de 2010

Certificação de instituições de ensino

PF investiga golpe do falso prêmio que usa nome do MEC


RICARDO GALLO - Folha de São Paulo 13/04/2010


A Polícia Federal vai abrir um inquérito para investigar a atuação do Instituto Gomes Pimentel, que usava o nome do Ministério da Educação para vender um certificado de qualidade a instituições de ensino.
O instituto, de Guarulhos (Grande SP), cobrava cerca de R$ 2.000 pelo "Prêmio Nacional de Qualidade no Ensino", que dizia se basear em dados do MEC. O ranking é inexistente, como revelou a Folha ontem. 

 
Anualmente, 150 escolas, cursinhos, supletivos, centros universitários e faculdades eram "premiadas" --entre eles instituições sem expressão, reprovadas e/ou mal avaliadas pelo MEC (veja lista). O último evento foi em novembro, em bufê no Tatuapé (zona leste de SP), e teve até discurso de um falso representante do ministério. Só recebia o prêmio quem pagasse.
Foi o MEC que pediu a abertura de inquérito à direção-geral da PF. O ministério solicitou a apuração de eventuais crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica, segundo Mauro Chaves, consultor jurídico do MEC.
O ministério irá ainda processar o Instituto Gomes Pimentel e pedir, na Justiça, a devolução do dinheiro pago pelas escolas. Segundo o MEC, o objetivo é defender o interesse de alunos e famílias prejudicadas.
A ação deve ser ajuizada nos próximos dias. O ministério pedirá à Justiça também que as instituições devolvam os certificados do Instituto Gomes Pimentel --onde se lê "um reconhecimento do MEC, Inep, Saeb" ao lado do brasão da República e do logotipo do governo federal ("Brasil, um País de Todos"). Nem MEC nem Inep (órgão do ministério) reconhecem o prêmio; o Saeb é avaliação, não instituto.
Esquema
O esquema funcionava assim: o instituto enviava carta às instituições e as apontava como vencedoras do prêmio. O dinheiro pago seria para cobrir despesas, dizia a empresa, que funciona em um sobrado.
Entre as "vencedoras" está a Faculdade de Computação e Informática da Faap, de SP, bem avaliada pelo MEC _teve nota 4 no Índice Geral de Cursos, que vai de 1 a 5. A instituição disse ter pensado se tratar de um prêmio idôneo. Além dela, escolas como a Qui-Mimo, de Guanambi (BA), e o supletivo Supla, de Timbó (SC), foram "eleitos" os melhores do país.
Ontem, Luís Nogueira, dono do Instituto Gomes Pimentel, disse que, por conta da reportagem da Folha, cancelou a edição 2010 do prêmio. O preço neste ano subiu: chegou a superar R$ 3.000.
O sindicato das escolas particulares do Estado criticou as escolas que aderem a prêmios do tipo. "Escola séria não precisa disso", disse o presidente Benjamin Ribeiro da Silva. 

( Para ver uma listagem parcial de instituições "premiadas", clique aqui. )

Construtivismo

Construtivismo e destrutivismo

Fonte: Claudio de Moura Castro

             Revista VEJA Edição 2161 / 21 de abril de 2010

"O construtivismo é uma hipótese teórica atraente e que pode ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios, vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino"

Tinha missão é árdua: quero desvencilhar o construtivismo dos seus discípulos mais exaltados, culpados de transformar uma ideia interessante em seita fundamentalista. O construtivismo busca explicar como as pessoas aprendem. Prega que o processo educativo não é uma sequência de pílulas que os alunos engolem e decoram. É necessário que eles construam em suas mentes os arcabouços mentais que permitem entender o assunto em pauta. Essa visão leva à preocupação legítima de criar os contextos, metáforas, histórias e situações que facilitem aos alunos "construir" seu conhecimento. Infelizmente, o construtivismo borbulha com interpretações variadas, algumas espúrias e grosseiras. Vejo quatro tipos de equívoco.
Ilustração Atomica Studio

O primeiro engano é pensar que teria o monopólio da verdade - aliás, qual das versões do construtivismo? As hipóteses de Piaget e Vigotsky coexistem com o pensamento criativo de muitos outros educadores e psicólogos. Dividir o mundo entre os iluminados e os infiéis jamais é uma boa ideia.
O segundo erro é achar que todo o aprendizado requer os andaimes mentais descritos pelo construtivismo. Sem maiores elaborações intelectuais, aprendemos ortografia, tabuadas e o significado de palavras.
O terceiro é aceitar uma teoria científica como verdadeira por conta da palavra de algum guru. Em toda ciência respeitável, as teorias são apenas um ponto de partida, uma explicação possível para algum fenômeno do mundo real. Só passam a ser aceitas quando, ao cabo de observações rigorosas, encontram correspondência com os fatos. Einstein disse que a luz fazia curva. Bela e ambiciosa hipótese! Mas só virou teoria aceita quando um eclipse em Sobral, no Ceará, permitiu observar a curvatura de um facho luminoso. O construtivismo não escapa dessa sina. Ou passa no teste empírico ou vai para o cemitério da ciência - de resto, lotado de teorias lindas.
Não obstante, muitos construtivistas acham que a teoria se basta em si. De fato, não a defendem com números. Obviamente, nem tudo se mede com números. Mas, como na educação temos boas medidas do que os alunos aprenderam, não há desculpas para poupar essa teoria da tortura do teste empírico, imposto às demais. Por isso, temos o direito de duvidar do construtivismo, quando fica só na teoria. Mas o que é pior: outros testaram as ideias construtivistas, não encontrando uma correspondência robusta com os fatos. Por exemplo, orientações construtivistas de alfabetizar não obtiveram bons resultados em pesquisas metodologicamente à prova de bala.
O quarto erro, de graves consequências, é supor que, como cada um aprende do seu jeito, os materiais de ensino precisam se moldar infinitamente, segundo cada aluno e o seu mundinho. Portanto, o professor deve criar seus materiais, sendo rejeitados os livros e manuais padronizados e que explicam, passo a passo, o que aluno deve fazer.
Desde a Revolução Industrial, sabemos que cada tarefa deve ser distribuída a quem a pode fazer melhor. Assim é feito um automóvel e tudo o mais que sai das fábricas. Na educação, também é assim. Os materiais detalhados são amplamente superiores às improvisações de professores sem tempo e sem preparo.
De fato, centenas de pesquisas rigorosas mostram as vantagens dos materiais estruturados ou planificados no detalhe. Seus supostos males são pura invencionice de seitas locais. Quem nega essas conclusões precisa mostrar erros metodológicos nas pesquisas. Ou admitir que não acredita em ciência.
Aliás, nada há no construtivismo que se oponha a materiais detalhados. Entre os construtivistas americanos, muitos acreditam ser impossível aplicar o método sem manuais passo a passo.
Em suma, o construtivismo é uma hipótese teórica atraente e que pode ser útil na sala de aula. Mas, nos seus desdobramentos espúrios, vira uma cruzada religiosa, claramente nefasta ao ensino.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tecnologias em Saúde Móvel


Transcrevo a mensagem abaixo, enviada pela Prof. Dra. Michele Nogueira, dando conta do lançamento do livro "Saúde móvel - Conceitos, Iniciativas e Aplicações" de sua autoria.


Roberto Zonato Esteves
Administrador -  Blog Educação Médica - UEM



Prezados(as),

É com satisfação que venho anunciar o lançamento do livro:"Saúde móvel - Conceitos, Iniciativas e Aplicações"
Sinopse do conteúdo:
A computação móvel tem instigado grandes transformações na forma como realizamos atividades corriqueiras. Suportada pela comunicação sem fio e pela crescente comercialização dos dispositivos portáteis, a computação móvel vem sendo popularizada em várias áreas do conhecimento, como educação, comércio, entretenimento e saúde. Esse livro conceitua saúde móvel - o uso da computação móvel na saúde - descrevendo suas principais características, sua evolução histórica no Brasil e exterior, os paradigmas de comunicação sem fio envolvidos e os exemplos de uso.
São destacadas as principais tecnologias de comunicação sem fio aplicadas na saúde móvel, e as iniciativas e produtos desenvolvidos por empresas a fim de auxiliar e facilitar o tratamento de saúde. Vários desses produtos monitoram de forma não intrusiva os sinais vitais dos pacientes, como pressão arterial e batimento cardíaco.
Cinco projetos de pesquisa são apresentados enfatizando suas idéias inovadoras para saúde móvel. Um desses projetos, denominado "embalagem inteligente", auxilia os profissionais de saúde a acompanhar a adequação do paciente à prescrição médica usando a tecnologia RFID. Os outros projetos propõem controlar e monitorar as atividades de profissionais e dos pacientes através de biosensores, sendo suportados por tecnologias de comunicação como Bluetooth, Wi-Fi e telefonia celular. Esses projetos também buscam reduzir erros médicos tornando os tratamentos mais eficientes.
No decorrer do livro, os problemas e desafios da saúde móvel são expostos, ressaltando as questões relacionadas à segurança e privacidade dos dados; assim como, as limitações de recursos existentes nos dispositivos portáteis.
---------------------
O livro está disponível em: http://clubedeautores.com.br/book/12328--Saude_Movel
Maiores informações podem ser encontradas em: http://www.nr2.ufpr.br/?p=115

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Curso de Medicina da Uningá

Justiça mantém embargo ao curso de medicina da Uningá

Decisão da Justiça Federal confirma proibição do Ministério da Educação. Alunos terão de ser transferidos para outras instituições

Fábio Linjardi - Diário do Norte do Paraná
linjardi@odiariomaringa.com.br

O curso de Medicina da Uningá, de Maringá, sofreu um novo revés. A juíza federal Daniele Maranhão Costa, da 5ª Vara do Distrito Federal, suspendeu o mandado de segurança que garantia a continuidade do curso, e determinou que o Ministério da Educação (MEC) assegure a transferência dos alunos para outras instituições. Cabe recurso da decisão.

A sentença foi assinada no dia 1º deste mês, anulando o mandado de segurança conquistado pela instituição em abril de 2007, decorrente do mesmo processo, e que garantia a continuidade das aulas. A ação que resultou na sentença contra a instituição, mandando fechar o curso, foi movida pela Uningá contra a União. No processo a faculdade tentava garantir a autorização de funcionamento do curso de Medicina. No processo, a Uningá alegou ter estrutura para manter as aulas para cem alunos.

Para a juíza que assinou a sentença, apesar das liminares e argumentos da instituição o que vale é a decisão do MEC, que não autorizou o curso. “Embora a morosidade administrativa deva ser sempre repelida pelo Poder Judiciário, o magistrado não deve ultrapassar o juízo de legalidade, proporcionalidade e razoabilidade dos atos administrativos e adentrar na esfera de conveniência e oportunidade do Poder Público para autorizar curso universitário”, escreveu a juíza Daniele Maranhão Costa.

Disputa
A disputa entre faculdade e União começou em 2006, um ano após a a instituição ter entrado no MEC com o pedido de autorização para realizar o vestibular de Medicina. O objetivo da Uningá, anunciado ao MEC em outubro de 2005, era realizar o vestibular em 2007.

Alegando demora na resposta do governo, a instituição entrou na Justiça Federal e conseguiu, por meio de um mandado de segurança, autorização para abrir o vestibular e começar as aulas. Seriam duas turmas, com 50 alunos cada uma. O vestibular foi realizado, mas o MEC indeferiu, um ano depois, o pedido para o funcionamento do curso. A União também recorreu e garantiu a suspensão de novos vestibulares.

Os diretores da faculdade foram procurados pela reportagem ontem, na própria instituição e por meio de recados no telefone. Segundo funcionários da faculdade, ninguém da diretoria estava disponível comentar o caso.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Médicos no Brasil

Médicos no Brasil, segundo presidente Lula

Fonte: O Estado de São Paulo - 30/03/2010

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais um de seus rompantes habituais de incontinência verbal, diz ter encontrado os culpados pelo caótico sistema de saúde nacional: os médicos. Segundo reportagem veiculada sexta-feira em diversos jornais brasileiros, o presidente reclamou que "os médicos não aceitam ou cobram caro para trabalhar no interior e nas periferias" e que "é muito fácil ser médico na Avenida Paulista". Lula também criticou o Conselho Federal de Medicina, pedindo o reconhecimento dos diplomas dos médicos formados em Cuba. Ainda em tom jocoso, criticou o médico responsável pela amputação do seu dedo mínimo da mão esquerda. Sua ira se voltou também para os contrários à cobrança de novo tributo para aumentar os recursos para o setor de saúde. O que o presidente finge não saber é que o médico sozinho, no interior ou em periferias, é incapaz de promover saúde. Ele precisa de apoio para exercer sua profissão, como laboratórios, equipamentos para exames, hospitais, enfim, tudo o que não é prioridade ou é claramente insuficiente em seu governo. Lula também finge não saber que ninguém é contra o médico cubano: exige-se apenas que ele, como qualquer outro, se submeta ao exame de avaliação exigido para formados no exterior. Quanto à CPMF, governar impondo novos impostos ao já fatigado povo brasileiro é tão vulgar quanto dizer que é "fácil ser médico na Avenida Paulista". A Associação Médica Brasileira (AMB), em nome dos mais de 350 mil médicos brasileiros, sente-se ultrajada com as declarações do sr. Lula, visto inverídicas, por considerar que elas não condizem com o cargo que S. Sa. ocupa e por atingir a dignidade e a honradez daqueles que, diariamente, em hospitais ou consultórios, muitas vezes em condições precárias, lutam por manter a saúde do povo brasileiro. O presidente Lula deve um pedido de desculpas à classe médica brasileira.

José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB

quinta-feira, 8 de abril de 2010

MEC suspende cursos de Medicina

Sete cursos de medicina podem ser desativados pelo MEC


Sete graduações de medicina poderão ser desativadas pelo MEC (Ministério da Educação), segundo portarias publicadas no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (7). Os processos administrativos são resultado de uma supervisão aos cursos que tiveram nota inferior a 3 no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) de 2006.
O curso de medicina da Unig (Universidade Iguaçu) oferecido no campus de Nova Iguaçu (RJ), conforme a portaria 315, deverá ser suspenso, pois não cumpriu medidas estabelecidas pelo ministério, "especialmente em relação a aspectos essenciais para o efetivo saneamento e a reestruturação do curso".
Também iniciam processo administrativo de desativação de curso as graduações de medicina do Centro Universitário Volta Redonda (RJ), da Faculdade de Medicina do Planalto Central (DF), da Unig de Itaperuna (RJ), da Universidade de Marília (SP), da Universidade de Ribeirão Preto (SP) e da Universidade Severino Sombra, em Vassouras (RJ). Estas, no entanto, poderão ter modulação na penalidade, com diminuição de vagas oferecidas.
Os centros universitários, faculdades e universidades citados terão 15 dias para apresentar defesa. Após esse período, o MEC avaliará as respostas e decidirá se os cursos serão ou não cancelados. Caso sejam, é possível apresentar recurso ao CNE (Conselho Nacional de Educação). O ministério divulgará na tarde de hoje mais informações sobre a ação.
A supervisão, iniciada em 2008, foi feita por uma comissão de especialistas coordenada pelo médico Adib Jatene. Ao todo, 20 instituições deveriam ser avaliadas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Conae vai propor cotas raciais para o ingresso nas universidades públicas
Simone Harnik - UOL Educação
 
A Conae (Conferência Nacional de Educação) definiu, nesta quinta-feira (1º), que a criação de cotas com recorte racial para o ingresso nas instituições de ensino superior é prioridade para o país. A reserva de vaga deverá existir por um prazo de dez anos.
De acordo com a proposta aprovada, 50% das vagas de ingressantes devem ser destinadas a estudantes egressos da rede pública. Dentro deste percentual, as vagas seriam divididas entre pretos, índios, pardos e brancos, conforme as características da população de cada Estado calculadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A decisão da Conae não é norma, mas é um indicativo dos anseios para as políticas públicas educacionais. A decisão deverá constar no texto final da conferência, que pretende ser uma referência na construção do Plano Nacional de Educação de 2011 a 2020. Com esta definição, os movimentos sociais podem cobrar dos governantes a reserva de vagas.