sexta-feira, 29 de junho de 2018

SAREH




Ana Paula Machado Velho

Você já ouviu falar sobre o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh)? Pois este é uma das atividades oferecidas pelo Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM). Para conhecer melhor essa iniciativa convidamos a pedagoga do Sareh, Ioni Maria Nanias, para conversar. Ela e sua equipe estão comemorando o aniversário de 11 anos do serviço, neste mês de junho. 

No Brasil, o Sareh (pronuncia-se Sáreh) surgiu em 1969 como uma proposta educativa diferenciada, já que não é realizado dentro de escolas e, sim, em instituições hospitalares ou domiciliares. "A proposta tinha como objetivo respeitar as leis, porque, na nossa Constituição, reza que todos têm direito à educação", comenta a Ione Ananias.

Diferentemente do que muitos pensam, o Serviço não atende somente as crianças, apesar de elas serem o maior público assistido. O foco de assistência são todas as pessoas impossibilitadas de ir a instituições de ensino. O Sareh, então, veio como uma alternativa de escolarização não tradicional àqueles que estejam neste processo. É uma maneira de se cumprir Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), já que essas bases legais garantem o direito à educação para qualquer cidadão. "O Estado tem a obrigação de oferecer esse atendimento educacional, independente da pessoa estar doente ou não, se tem condição de ir à escola ou não", reforçou a pedagoga.

No Paraná, o Sareh surgiu em 2007, em Curitiba. Logo depois, em meados deste mesmo ano, chegou ao HUM. Em princípio, somente seis cidades contavam com este tipo de atendimento. Porém, mais de dez anos depois, este número triplicou e já são dezenove cidades assistidas.

"Quem gerencia a oferta deste serviço é a equipe do Departamento da Educação Especial, da Secretaria Estadual de Educação (SEED), porque é um atendimento especializado", disse Ioni Nanias. “É uma parceria entre as secretarias estaduais de Educação e de Saúde com hospitais”, acrescentou a pedagoga (a segunda, à direita, na foto abaixo).





Hospital Regional – No HUM, o atendimento começa com a identificação dos alunos que precisam de apoio. Ione Ananias avalia aqueles que, pelo problema de saúde que apresentam, vão precisar ficar mais tempo internados. Esses alunos são contatados, é solicitada a permissão da família e Ione os matricula no Sareh. O próximo passo é entrar em contato com a escola da criança ou do adolescente e solicitar que envie os conteúdos que estarão sendo perdidos, para que possam ser trabalhados pela equipe, no Hospital. Às vezes, na própria enfermaria, dependendo da situação de cada paciente.

A equipe do SAREH, no HUM, é formada por uma pedagoga, a Ione, e três professores do Estado: Ângela Maria Pinto Gois, Maria Madalena Soratto Gulla e Janaina Sales de Freitas. Elas dividem o trabalho por área de ensino: Linguagens; Humanas; e Exatas, respectivamente. A Seed possui, também, um convênio com a Secretaria Municipal de Educação Municipal (Seduc), que sede uma professora para trabalhar com o Ensino Infantil e Fundamental I, a Angela Otilia Yunes Morotti. O grupo atua todas as tardes no HUM, junto aos pacientes. Em média, os atendimentos ultrapassam a marca de 300 pessoas por ano.

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