segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nova Avaliação pelo Cremesp

O Cremesp tem a intenção de aplicar nova prova de avaliação dos egressos das escolas médicas de São Paulo.
Antes que se iniciem as manifestações dos prós e contras, em que se pese os fatores coletados e apontados pelo Cremesp pela alta incidência de processos contra médicos, acredito que devamos refletir um pouco sobre a escola médica.
Temos um sistema de avaliação que nos permita avaliar este aluno como um todo na sua formação ética/conhecimento?
Se o currículo tem que evoluir porque o 'ser médico' tornou-se mais complexo, por que é que dentre tantas propostas de novos curriculos, metodologias de ensino, continuamos a falhar em determinados pontos?
Vejo alunos me perguntarem o que fazer em um ou outro caso clínico, mas não ouço a simples pergunta:'E se eu falhar?' Eu sou falível?' O que fazer ?
Vejo a ansiedade dos que se formam em querer ser bons médicos; mas o que é ser um bom médico?
Com o mentoring sendo aplicado em nossa escola (UEM), acredito que tenha o oportunidade de me aproximar mais do aluno e talvez conseguir passar o mensagem do que é a profissão de médico. Sinto muito mais efetividade do que participar de discussões sem fim sobre o ensino médico (se me permitem polemizar), pois não vejo a parte em que se tenta formar melhores professores. A essência do que é ser mestre perpassa muito além do que ser mero avaliador.
Abro aqui um local para ampla discussão com alunos e professores.

Um comentário:

Roberto disse...

Esta questão é bem complexa e permite uma série de reflexões sobre os médicos que formamos e os que gostaríamos de formar. Contrários e a favor do Exame de Ordem, todos são unânimes que a sociedade precisa controlar melhor a qualidade dos profissionais que exercem a Medicina no Brasil. A mentalidade vigente há algum tempo tem sido a de deixar para o mercado a responsabilidade de separar os bons e maus médicos. Está claro que o Estado precisa retomar esta missão porque deixar a população à mercê de profissionais de formação duvidosa (ou nenhuma, nos muitos casos de exercício ilegal da Medicina) é neglicenciar seu papel constitucional de garantir o direito à saúde.
Mas esta discussão deriva para descaminhos como achar que os erros médicos seriam extintos por um Exame de Ordem. Como sugestão, acessem o fórum de discussão do UOL Educação :
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/05/25/ult105u8090.jhtm
Em vários comentários, encontramos histórias de mortes e complicações que são imputadas pelos autores à má formação médica. Para reflexão: Os desfechos desfavoráveis são sempre por erro médico? A outorga de um grau de ordem garante que estes profissionais não errarão?