An analysis of lecture video utilization in undergraduate medical education: associations with performance in the courses.
John A McNulty , Amy Hoyt , Gregory Gruener , Arcot Chandrasekhar , Baltazar Espiritu , Ron Price Jr and Ross Naheedy
BMC Medical Education 2009, 9:6doi:10.1186/1472-6920-9-6
Abstract (provisional)
Background
Increasing numbers of medical schools are providing videos of lectures to their students. This study sought to analyze utilization of lecture videos by medical students in their basic science courses and to determine if student utilization was associated with performance on exams.
Methods
Streaming videos of lectures (n=149) to first year and second year medical students (n=284) were made available through a password-protected server. Server logs were analyzed over a 10-week period for both classes. For each lecture, the logs recorded time and location from which students accessed the file. A survey was administered at the end of the courses to obtain additional information about student use of the videos.
Results
There was a wide disparity in the level of use of lecture videos by medical students with the majority of students accessing the lecture videos sparingly (60% of the students viewed less than 10% of the available videos. The anonymous student survey revealed that students tended to view the videos by themselves from home during weekends and prior to exams. Students who accessed lecture videos more frequently had significantly (p<0.002) lower exam scores.
Conclusions
We conclude that videos of lectures are used by relatively few medical students and that individual use of videos is associated with the degree to which students are having difficulty with the subject matter.
Acesse a versão provisória na íntegra em http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1472-6920-9-6.pdf
Blog do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá para a discussão de temas de Educação Médica, Educação das Profissões da Saúde e áreas correlatas. Blog of University of Maringá Medical School for the discussion of issues of Medical Education, Health Professions Education and related areas.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
sábado, 24 de janeiro de 2009
Crise no ensino médico
31/12/2008
Crise no ensino médico
Bráulio Luna Filho
O erro médico é um dos grandes flagelos da atualidade. Paradoxalmente, ante os avanços tecnológicos, da medicina e da ciência, presenciamos um número crescente de denúncias contra médicos, o que demonstra que alguma coisa não vai bem.
Em dez anos, de 1998 a 2007, o número de médicos denunciados no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) cresceu 140%, muito acima da taxa de aumento de profissionais inscritos (42%) e do crescimento populacional de São Paulo no mesmo período (12 %). Em 2007 foram registradas cerca de 4.500 denúncias contra médicos, boa parte relacionada a erros de diagnóstico e de procedimentos clínicos ou cirúrgicos.
Não há escassez de médicos no Brasil, o que não quer dizer que estejam bem distribuídos geograficamente ou por especialidades. Sabe-se que os fatores socioeconômicos e culturais são em parte responsáveis por essa realidade. Não podemos admitir uma política de Estado que tenta reverter a concentração de médicos nos centros urbanos com o simples aumento no número de formandos.
São Paulo conta hoje com 31 escolas de Medicina. Apenas nos últimos anos, entre 2000 a 2007, foram abertos oito cursos - cinco na capital e três no interior. Destes, sete são privados e cobram mensalidades entre R$ 2.600 e R$ 4.300. O Brasil já conta com 176 escolas médicas, mais que EUA, Rússia e China, nações bem mais ricas e mais populosas. Podemos afirmar que não precisamos de mais médicos, e, sim, de bons médicos.
Ao mesmo tempo que luta contra a abertura indiscriminada de escolas médicas, o Cremesp tem apoiado experiências pioneiras na avaliação das escolas médicas e dos seus egressos. Lamentavelmente, essas iniciativas não surtiram efeito. Apesar da participação de inúmeras faculdades de Medicina e entidades do setor, a discussão sobre a insuficiência das avaliações das instituições de ensino é barrada tanto pelos interesses mercantis dos donos das escolas como pelo viés corporativo das entidades de professores.
É esdrúxulo que o debate público abrangente sobre a instituição de exame de habilitação dos médicos recém-formados tenha sido protelado, quando se sabe que na maioria das faculdades do País são raros os indivíduos que, uma vez admitidos, não conseguem obter o certificado de conclusão. Hoje se confunde diploma com proficiência e competência para toda a vida.
Foram essas circunstâncias, aliadas ao aumento substancial no número de denúncias contra médicos, que fizeram o Cremesp implementar o exame de avaliação dos estudantes de sexto ano de Medicina. Nos países onde se reconhece uma boa medicina, os médicos fazem, necessariamente, residência médica antes de adquirirem o direito pleno ao exercício profissional. No Brasil, a maioria não consegue uma vaga de residente e, mesmo assim, muitas vezes vai trabalhar em prontos-socorros ou lugares periféricos. Desnecessário especular sobre as consequências negativas dessa circunstância tão injusta do ponto de vista humano e social.
Não obstante o boicote explícito ou velado de representações de alunos e professores, o exame realizado pelo Cremesp tem contado com participação significativa de estudantes da ampla maioria das escolas paulistas. Com caráter opcional, a proposta é avaliar se os estudantes adquiriram os conhecimentos exigíveis ao recém-formado.
Em 2008, 61% dos participantes foram reprovados, quase o dobro de três anos atrás. O resultado é surpreendente e preocupante. Demonstra que há tendência de piora num cenário que já não era bom. Se considerarmos que a amostra de voluntários pode ser constituída pelos alunos mais confiantes nos seus conhecimentos, a situação pode ser ainda mais sombria.
O exame também demonstrou que existem deficiências na formação em campos essenciais do conhecimento médico. Foi insuficiente - abaixo de 60% de aproveitamento - o desempenho dos participantes em áreas como pediatria, obstetrícia, ginecologia e clínica médica. Falta conhecimento na solução de problemas de saúde com grande prevalência e em situações frequentes no cotidiano da prática médica, como tratamento inicial do enfarte agudo do miocárdio, atendimento a gestante, diagnóstico de doenças como tuberculose, assistência a alcoolizados e a traumatizados em emergências, dentre outras demandas comuns dos serviços de saúde.
As autoridades da educação e da saúde, assim como os parlamentares, precisam urgentemente considerar a necessidade de uma estratégia de fiscalização das escolas médicas que combine a avaliação continuada durante os anos de formação com um exame terminal, para que apenas os profissionais habilitados tenham acesso ao mercado de trabalho.
Também é inadiável uma reforma na legislação que rege os Conselhos de Medicina, autorizando-os a exigir que os médicos recém-formados, além do diploma, apresentem também comprovação de competência por meio de exame de habilitação realizado por organismo externo à instituição que o graduou.
No mundo desenvolvido, cada vez mais se reconhece a necessidade de um controle que ultrapasse os limites burocráticos dos governos e possa garantir a boa formação dos indivíduos antes de iniciarem a prática profissional. Esse fenômeno não deve se restringir à medicina, deve-se estender às diversas áreas do conhecimento.
Há, por fim, que criar um organismo independente, com competência técnica, autonomia financeira e autoridade para efetuar o exame dos médicos recém-formados em todo o Brasil. Acreditamos que essa idéia está madura e que é chegado o momento da mudança.
Bráulio Luna Filho, médico cardiologista, pós-doutorado pela Harvard Medical School, livre-docente em Cardiologia
na Unifesp-EPM, é coordenador do exame do Cremesp
Crise no ensino médico
Bráulio Luna Filho
O erro médico é um dos grandes flagelos da atualidade. Paradoxalmente, ante os avanços tecnológicos, da medicina e da ciência, presenciamos um número crescente de denúncias contra médicos, o que demonstra que alguma coisa não vai bem.
Em dez anos, de 1998 a 2007, o número de médicos denunciados no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) cresceu 140%, muito acima da taxa de aumento de profissionais inscritos (42%) e do crescimento populacional de São Paulo no mesmo período (12 %). Em 2007 foram registradas cerca de 4.500 denúncias contra médicos, boa parte relacionada a erros de diagnóstico e de procedimentos clínicos ou cirúrgicos.
Não há escassez de médicos no Brasil, o que não quer dizer que estejam bem distribuídos geograficamente ou por especialidades. Sabe-se que os fatores socioeconômicos e culturais são em parte responsáveis por essa realidade. Não podemos admitir uma política de Estado que tenta reverter a concentração de médicos nos centros urbanos com o simples aumento no número de formandos.
São Paulo conta hoje com 31 escolas de Medicina. Apenas nos últimos anos, entre 2000 a 2007, foram abertos oito cursos - cinco na capital e três no interior. Destes, sete são privados e cobram mensalidades entre R$ 2.600 e R$ 4.300. O Brasil já conta com 176 escolas médicas, mais que EUA, Rússia e China, nações bem mais ricas e mais populosas. Podemos afirmar que não precisamos de mais médicos, e, sim, de bons médicos.
Ao mesmo tempo que luta contra a abertura indiscriminada de escolas médicas, o Cremesp tem apoiado experiências pioneiras na avaliação das escolas médicas e dos seus egressos. Lamentavelmente, essas iniciativas não surtiram efeito. Apesar da participação de inúmeras faculdades de Medicina e entidades do setor, a discussão sobre a insuficiência das avaliações das instituições de ensino é barrada tanto pelos interesses mercantis dos donos das escolas como pelo viés corporativo das entidades de professores.
É esdrúxulo que o debate público abrangente sobre a instituição de exame de habilitação dos médicos recém-formados tenha sido protelado, quando se sabe que na maioria das faculdades do País são raros os indivíduos que, uma vez admitidos, não conseguem obter o certificado de conclusão. Hoje se confunde diploma com proficiência e competência para toda a vida.
Foram essas circunstâncias, aliadas ao aumento substancial no número de denúncias contra médicos, que fizeram o Cremesp implementar o exame de avaliação dos estudantes de sexto ano de Medicina. Nos países onde se reconhece uma boa medicina, os médicos fazem, necessariamente, residência médica antes de adquirirem o direito pleno ao exercício profissional. No Brasil, a maioria não consegue uma vaga de residente e, mesmo assim, muitas vezes vai trabalhar em prontos-socorros ou lugares periféricos. Desnecessário especular sobre as consequências negativas dessa circunstância tão injusta do ponto de vista humano e social.
Não obstante o boicote explícito ou velado de representações de alunos e professores, o exame realizado pelo Cremesp tem contado com participação significativa de estudantes da ampla maioria das escolas paulistas. Com caráter opcional, a proposta é avaliar se os estudantes adquiriram os conhecimentos exigíveis ao recém-formado.
Em 2008, 61% dos participantes foram reprovados, quase o dobro de três anos atrás. O resultado é surpreendente e preocupante. Demonstra que há tendência de piora num cenário que já não era bom. Se considerarmos que a amostra de voluntários pode ser constituída pelos alunos mais confiantes nos seus conhecimentos, a situação pode ser ainda mais sombria.
O exame também demonstrou que existem deficiências na formação em campos essenciais do conhecimento médico. Foi insuficiente - abaixo de 60% de aproveitamento - o desempenho dos participantes em áreas como pediatria, obstetrícia, ginecologia e clínica médica. Falta conhecimento na solução de problemas de saúde com grande prevalência e em situações frequentes no cotidiano da prática médica, como tratamento inicial do enfarte agudo do miocárdio, atendimento a gestante, diagnóstico de doenças como tuberculose, assistência a alcoolizados e a traumatizados em emergências, dentre outras demandas comuns dos serviços de saúde.
As autoridades da educação e da saúde, assim como os parlamentares, precisam urgentemente considerar a necessidade de uma estratégia de fiscalização das escolas médicas que combine a avaliação continuada durante os anos de formação com um exame terminal, para que apenas os profissionais habilitados tenham acesso ao mercado de trabalho.
Também é inadiável uma reforma na legislação que rege os Conselhos de Medicina, autorizando-os a exigir que os médicos recém-formados, além do diploma, apresentem também comprovação de competência por meio de exame de habilitação realizado por organismo externo à instituição que o graduou.
No mundo desenvolvido, cada vez mais se reconhece a necessidade de um controle que ultrapasse os limites burocráticos dos governos e possa garantir a boa formação dos indivíduos antes de iniciarem a prática profissional. Esse fenômeno não deve se restringir à medicina, deve-se estender às diversas áreas do conhecimento.
Há, por fim, que criar um organismo independente, com competência técnica, autonomia financeira e autoridade para efetuar o exame dos médicos recém-formados em todo o Brasil. Acreditamos que essa idéia está madura e que é chegado o momento da mudança.
Bráulio Luna Filho, médico cardiologista, pós-doutorado pela Harvard Medical School, livre-docente em Cardiologia
na Unifesp-EPM, é coordenador do exame do Cremesp
Rede Universitaria de Telemedicina
A Rede Universitária de Telemedicina é uma iniciativa que visa a apoiar o aprimoramento da infra-estrutura para telemedicina já existente em hospitais universitários, bem como promover a integração de projetos entre as instituições participantes.
A Rute é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), sob a coordenação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Acesse o site da Rute: http://rute.rnp.br/
A Rute é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue), sob a coordenação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Acesse o site da Rute: http://rute.rnp.br/
Abertura de Novos Cursos
22/01/2009
Para MEC, "ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa"
Bruno Aragaki
Um dia depois de o MEC (Ministério da Educação) anunciar que avaliará 21 faculdades que querem ter graduação em medicina ou direito, a secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci, saiu em defesa da abertura de novos cursos: "Ainda há espaço para expandir o ensino superior. A ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa", disse.
"Fila" para abrir curso
de medicina
Ijaa (InstitutoJoão Alfredo de Andrade) Juatuba (MG)
Unigran (Grande Dourados) Dourados (MS)
Immes (Inst Macapaense de Ensino Superior) Macapá (AP)
Facig (Faculdade de Ciências de Guarulhos) Guarulhos (SP)
FSM (Faculdade Santa Maria) Cajazeiras (PB)
FCHBS (Ciências Humanas, Biológicas e da Saúde) Boa Vista (RR)
Iesmig (Inst Ensino Sup de MG) Sabinópolis (MG)
FCHJT (Fac Ciências Humanas e Jurídicas) Teresina (PI)
Para a secretária, a preocupação central "não deve ser a quantidade de cursos, mas a qualidade deles". "O MEC vai assegurar a qualidade daqueles que abrirem. Estamos acabando com cursos ruins e vamos dar espaço para os bons", disse.
À frente da Secretaria de Educação Superior desde outubro de 2008, a doutora em direito Maria Paula Dallari Bucci falou por telefone ao UOL Educação. Confira trechos da entrevista:
UOL Educação - O MEC vai avaliar 21 faculdades, todas particulares, que querem dar cursos de medicina e direito. Há demanda para isso?
Maria Paula Dallari Bucci - Acredito que ainda há espaço para expandir o ensino superior no país. A ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa. A meta do PDE (Plano Nacional da Educação) é ter, até 2011, 30% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Em 2006, o censo mostrou que só tínhamos 12%. Então ainda é preciso aumentar as vagas...
UOL Educação - Não é contraditório autorizar novos cursos pouco tempo depois de o próprio MEC ter determinado fechamento de vagas em faculdades particulares por falta de qualidade?
Dallari Bucci - Não acho. O que o MEC tem feito não é diminuir oferta, é fechar curso que não corresponde a critérios de excelência. Estamos acabando com as vagas em cursos ruins e vamos dar espaço para os bons.
UOL Educação - Quantas faculdades estão na fila esperando autorização para abrir?
Dallari Bucci - Muitas, não saberia quantas são exatamente agora. Todo mundo pede para abrir curso novo e não é proibido pedir. O MEC vai assegurar que só vão abrir cursos que tenham qualidade. O que a gente não pode aceitar mais é o aluno ficar três, quatro anos num curso e não ser aprovado na OAB, não conseguir trabalho...
UOL Educação - Mas por que essa qualidade não foi exigida para os cursos que já abriram?
Dallari Bucci - O processo de autorização de novos cursos era desorganizado, os critérios eram pouco claros. O MEC fez uma reforma do marco regulatório da Educação. Desde 2006, agora o processo está mais transparente. Há instrumentos de avaliação com critérios objetivos e rigorosos...
UOL Educação - Muitos dos cursos abertos há dez anos teriam autorização negada se fosse hoje?
Dallari Bucci - Com certeza. Mas esses cursos serão trazidos para um padrão rigorso à medida que forem reavaliados. Desde 2007, todos os cursos são avaliados de três em três anos. Nesse período, todos os cursos do Brasil serão analisados por instrumentos como o Enade (antigo provão). Quando identificamos um problema, a instituição tem prazo de até um ano para corrigi-lo, se não, terá de fechar.
UOL Educação - Nenhuma dessas instituições que querem abrir vaga é pública. Não dá a impressão de que a expansão do ensino superior ficará nas mãos da iniciativa privada?
Dallari Bucci - Não é verdade. O Reuni [plano de expansão das universidades federais] fez duplicar o número de vagas nas universidades públicas. O ensino tecnológico, que muita gente esquece que é de nível superior, teve uma expansão nunca vista antes no Brasil...
UOL Educação - O Conselho Federal de Medicina quer um exame nos moldes da OAB. Se as faculdades fossem boas, esse tipo de prova não seria dispensável?
Dallari Bucci - A obrigação do MEC é avaliar os cursos, fazer que eles formem bons profisisonais para o Brasil. A OAB e o CFM cuidam do exercício profissional, é outra questão.
UOL Educação - Nos exames da OAB, dificilmente mais da metade dos formados conseguem passar da primeira fase. Quando isso deve mudar?
Dallari Bucci - Acredito que em três ou quatro anos, quando tivermos feito a primeira varredura em todos os cursos. Mas é importante lembrar que a OAB têm os seus critérios de avaliação, que fogem ao controle do MEC.
Para MEC, "ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa"
Bruno Aragaki
Um dia depois de o MEC (Ministério da Educação) anunciar que avaliará 21 faculdades que querem ter graduação em medicina ou direito, a secretária de Educação Superior, Maria Paula Dallari Bucci, saiu em defesa da abertura de novos cursos: "Ainda há espaço para expandir o ensino superior. A ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa", disse.
"Fila" para abrir curso
de medicina
Ijaa (InstitutoJoão Alfredo de Andrade) Juatuba (MG)
Unigran (Grande Dourados) Dourados (MS)
Immes (Inst Macapaense de Ensino Superior) Macapá (AP)
Facig (Faculdade de Ciências de Guarulhos) Guarulhos (SP)
FSM (Faculdade Santa Maria) Cajazeiras (PB)
FCHBS (Ciências Humanas, Biológicas e da Saúde) Boa Vista (RR)
Iesmig (Inst Ensino Sup de MG) Sabinópolis (MG)
FCHJT (Fac Ciências Humanas e Jurídicas) Teresina (PI)
Para a secretária, a preocupação central "não deve ser a quantidade de cursos, mas a qualidade deles". "O MEC vai assegurar a qualidade daqueles que abrirem. Estamos acabando com cursos ruins e vamos dar espaço para os bons", disse.
À frente da Secretaria de Educação Superior desde outubro de 2008, a doutora em direito Maria Paula Dallari Bucci falou por telefone ao UOL Educação. Confira trechos da entrevista:
UOL Educação - O MEC vai avaliar 21 faculdades, todas particulares, que querem dar cursos de medicina e direito. Há demanda para isso?
Maria Paula Dallari Bucci - Acredito que ainda há espaço para expandir o ensino superior no país. A ideia de que há excesso de faculdades no Brasil é falsa. A meta do PDE (Plano Nacional da Educação) é ter, até 2011, 30% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino superior. Em 2006, o censo mostrou que só tínhamos 12%. Então ainda é preciso aumentar as vagas...
UOL Educação - Não é contraditório autorizar novos cursos pouco tempo depois de o próprio MEC ter determinado fechamento de vagas em faculdades particulares por falta de qualidade?
Dallari Bucci - Não acho. O que o MEC tem feito não é diminuir oferta, é fechar curso que não corresponde a critérios de excelência. Estamos acabando com as vagas em cursos ruins e vamos dar espaço para os bons.
UOL Educação - Quantas faculdades estão na fila esperando autorização para abrir?
Dallari Bucci - Muitas, não saberia quantas são exatamente agora. Todo mundo pede para abrir curso novo e não é proibido pedir. O MEC vai assegurar que só vão abrir cursos que tenham qualidade. O que a gente não pode aceitar mais é o aluno ficar três, quatro anos num curso e não ser aprovado na OAB, não conseguir trabalho...
UOL Educação - Mas por que essa qualidade não foi exigida para os cursos que já abriram?
Dallari Bucci - O processo de autorização de novos cursos era desorganizado, os critérios eram pouco claros. O MEC fez uma reforma do marco regulatório da Educação. Desde 2006, agora o processo está mais transparente. Há instrumentos de avaliação com critérios objetivos e rigorosos...
UOL Educação - Muitos dos cursos abertos há dez anos teriam autorização negada se fosse hoje?
Dallari Bucci - Com certeza. Mas esses cursos serão trazidos para um padrão rigorso à medida que forem reavaliados. Desde 2007, todos os cursos são avaliados de três em três anos. Nesse período, todos os cursos do Brasil serão analisados por instrumentos como o Enade (antigo provão). Quando identificamos um problema, a instituição tem prazo de até um ano para corrigi-lo, se não, terá de fechar.
UOL Educação - Nenhuma dessas instituições que querem abrir vaga é pública. Não dá a impressão de que a expansão do ensino superior ficará nas mãos da iniciativa privada?
Dallari Bucci - Não é verdade. O Reuni [plano de expansão das universidades federais] fez duplicar o número de vagas nas universidades públicas. O ensino tecnológico, que muita gente esquece que é de nível superior, teve uma expansão nunca vista antes no Brasil...
UOL Educação - O Conselho Federal de Medicina quer um exame nos moldes da OAB. Se as faculdades fossem boas, esse tipo de prova não seria dispensável?
Dallari Bucci - A obrigação do MEC é avaliar os cursos, fazer que eles formem bons profisisonais para o Brasil. A OAB e o CFM cuidam do exercício profissional, é outra questão.
UOL Educação - Nos exames da OAB, dificilmente mais da metade dos formados conseguem passar da primeira fase. Quando isso deve mudar?
Dallari Bucci - Acredito que em três ou quatro anos, quando tivermos feito a primeira varredura em todos os cursos. Mas é importante lembrar que a OAB têm os seus critérios de avaliação, que fogem ao controle do MEC.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Êxodo de médicos indianos
Quality of medical training and emigration of physicians from India
BMC Health Services Research 2008, 8:279
Manas Kaushik, Ananya Roy, Anand A Bang, Ajay Mahal
Abstract
Background: Physician 'brain drain' negatively impacts health care delivery.Interventions to address physician emigration have been constrained by lack of research on systematic factors that influence physician migration. We examined the relationship between the quality of medical training and rate of migration to the United States and the United Kingdom among Indian medical graduates (1955-2002).
Methods: We calculated the fraction of medical graduates who emigrated to the United States and the United Kingdom, based on rankings of medical colleges and universities according to three indicators of the quality of medical education (a)student choice, (b) academic publications, and (c) the availability of specialty medical training.
Results: Physicians from the top quintile medical colleges and of universities were 2 to 4 times more likely to emigrate to the United States and the United Kingdom than graduates from the bottom quintile colleges and universities.
Conclusions: Graduates of institutions with better quality medical training have a greater likelihood of emigrating. Interventions designed to counter loss of physicians should focus on graduates from top quality institutions.
http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1472-6963-8-279.pdf
BMC Health Services Research 2008, 8:279
Manas Kaushik, Ananya Roy, Anand A Bang, Ajay Mahal
Abstract
Background: Physician 'brain drain' negatively impacts health care delivery.Interventions to address physician emigration have been constrained by lack of research on systematic factors that influence physician migration. We examined the relationship between the quality of medical training and rate of migration to the United States and the United Kingdom among Indian medical graduates (1955-2002).
Methods: We calculated the fraction of medical graduates who emigrated to the United States and the United Kingdom, based on rankings of medical colleges and universities according to three indicators of the quality of medical education (a)student choice, (b) academic publications, and (c) the availability of specialty medical training.
Results: Physicians from the top quintile medical colleges and of universities were 2 to 4 times more likely to emigrate to the United States and the United Kingdom than graduates from the bottom quintile colleges and universities.
Conclusions: Graduates of institutions with better quality medical training have a greater likelihood of emigrating. Interventions designed to counter loss of physicians should focus on graduates from top quality institutions.
http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1472-6963-8-279.pdf
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