Changes in medicine course curricula in Brazil encouraged by the Program for the Promotion of Medical School Curricula (PROMED)
Patricia Alves de Souza , Angelica Maria Bicudo Zeferino and Marco Aurelio Da Ros
BMC Medical Education 2008, 8:54doi:10.1186/1472-6920-8-54
Published: 27 November 2008
Abstract (provisional)
Background
The Program for the Promotion of Changes in Medical School Curricula (PROMED) was developed by the Brazilian Ministries of Health and Education. The objective of this program was to finance the implementation of changes to the curricula of medical schools directed towards the Brazilian national healthcare system (SUS). This paper reports research carried out together with the coordinators responsible for the PROMED of each medical school approved, in which interviews were used to evaluate whether this financial support succeeded in stimulating changes. The aim of this study was to evaluate the impact of this program three years after implementation in the universities that received funding. Methods: The 19 course coordinators of the medical schools in which the PROMED project was implemented were interviewed using a questionnaire containing 12 questions for qualitative analysis. This paper focuses partially on the reports of the results of this qualitative analysis Laurence Bardin's. Results: The universities interviewed were found to have some common concerns: the decoupling of basic and professional training difficulties in achieving proximity to the network of services; insufficient funding; and the emphasis of most teachers being on teaching hospitals and specialization. These findings indicate that the direction of curriculum reform (PROMED) is toward providing a targeted training for this system. Conclusions: The interviewees were aware that this program would trigger future changes in all aspects of healthcare and represents an ongoing challenge to the academic field. PROMED provided the momentum for change in the nature of medical training in Brazil and was seen as powerful enough to override other processes and as a basis for guidance regarding the methodology, pedagogical approach and scenarios of practical experience.
Para ler a versão provisória completa do artigo, acessar http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1472-6920-8-54.pdf
Blog do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Maringá para a discussão de temas de Educação Médica, Educação das Profissões da Saúde e áreas correlatas. Blog of University of Maringá Medical School for the discussion of issues of Medical Education, Health Professions Education and related areas.
sábado, 29 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
ENADE Universal
Enade será universal a partir de 2009, confirma Inep
UOL Educação
A partir de 2009, o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) será universal e não mais por amostragem. O anúncio foi feito por Reynaldo Fernandes, presidente do Inep, nesta quinta (20).
Para os alunos universitários concluintes, continua valendo a obrigatoriedade do Enade para obter o diploma. Segundo o Inep, os alunos ingressantes também serão obrigados a realizar a avaliação, mas ainda não há sanção prevista para o caso de não-comparecimento.
Com essa ampliação de público, os custos da avaliação devem subir em 30%, segundo estimativa de Fernandes. Em 2008, última edição amostral do Enade, foram necessários R$ 25 milhões para custear a prova nacional.
Conforme Fernandes, a alteração atende aos pedidos das instituições de ensino superior, que solicitavam ampliação do número de alunos que prestam o exame, em razão do surgimento de novos indicadores educacionais calculados a partir das médias do Enade, como IGC (Índice Geral de Cursos de Graduação) e CPC (Conceito Preliminar de Curso). "O Enade sempre foi um exame seguro metodologicamente. Ao torná-lo universal, estamos atendendo aos pedidos das instituições e investindo na credibilidade do instrumento", afirmou.
Outras insituições que boicotavam o exame, como a USP (Universidade de São Paulo), devem aderir à avaliação universalizada. Uma das principais críticas das estaduais paulistas ao exame era o sistema de amostragem da prova. Segundo elas, a amostra pode não representar a totalidade do curso.
Estava previsto
Segundo Fernanddes, a adequação está prevista na lei que instituiu o Enade, a lei do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior). "Esta lei faculta a utilização do procedimento estatístico amostral ou universal", explicou.
"Esta mudança, certamente, acabará com aquela reclamação de alunos que questionavam por que alguns de seus colegas eram selecionados para a prova e outros não", afirmou o coordenador do Enade, Webster Spiguel Cassiano.
De acordo com o presidente do Inep, operacionalmente a mudança vai auxiliar o trabalho do instituto já que não será mais necessário montar amostras. Para garantir a segurança estatística, as amostras eram montadas com grande rigor, o que levava a um percentual bastante alto: entre 60% e 65% do total de estudantes ingressantes e concluintes dos cursos eram selecionados para o exame.
Antigo provão
O Enade, componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, é realizado em ciclos avaliativos com duração de três anos. Desta forma, as 23 áreas de conhecimento avaliadas em 2008, por exemplo, só serão novamente avaliadas em 2011.
A prova é igual para ingressantes e concluintes do mesmo curso. São considerados ingressantes aqueles alunos que, até o dia 1º de agosto, concluíram entre 7% e 22% da carga horária total do curso. E, concluintes, os que, na mesma data, cumpriram pelo menos 80% da grade curricular ou estão em vias de concluir o curso.
*Com informações do Inep
UOL Educação
A partir de 2009, o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) será universal e não mais por amostragem. O anúncio foi feito por Reynaldo Fernandes, presidente do Inep, nesta quinta (20).
Para os alunos universitários concluintes, continua valendo a obrigatoriedade do Enade para obter o diploma. Segundo o Inep, os alunos ingressantes também serão obrigados a realizar a avaliação, mas ainda não há sanção prevista para o caso de não-comparecimento.
Com essa ampliação de público, os custos da avaliação devem subir em 30%, segundo estimativa de Fernandes. Em 2008, última edição amostral do Enade, foram necessários R$ 25 milhões para custear a prova nacional.
Conforme Fernandes, a alteração atende aos pedidos das instituições de ensino superior, que solicitavam ampliação do número de alunos que prestam o exame, em razão do surgimento de novos indicadores educacionais calculados a partir das médias do Enade, como IGC (Índice Geral de Cursos de Graduação) e CPC (Conceito Preliminar de Curso). "O Enade sempre foi um exame seguro metodologicamente. Ao torná-lo universal, estamos atendendo aos pedidos das instituições e investindo na credibilidade do instrumento", afirmou.
Outras insituições que boicotavam o exame, como a USP (Universidade de São Paulo), devem aderir à avaliação universalizada. Uma das principais críticas das estaduais paulistas ao exame era o sistema de amostragem da prova. Segundo elas, a amostra pode não representar a totalidade do curso.
Estava previsto
Segundo Fernanddes, a adequação está prevista na lei que instituiu o Enade, a lei do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior). "Esta lei faculta a utilização do procedimento estatístico amostral ou universal", explicou.
"Esta mudança, certamente, acabará com aquela reclamação de alunos que questionavam por que alguns de seus colegas eram selecionados para a prova e outros não", afirmou o coordenador do Enade, Webster Spiguel Cassiano.
De acordo com o presidente do Inep, operacionalmente a mudança vai auxiliar o trabalho do instituto já que não será mais necessário montar amostras. Para garantir a segurança estatística, as amostras eram montadas com grande rigor, o que levava a um percentual bastante alto: entre 60% e 65% do total de estudantes ingressantes e concluintes dos cursos eram selecionados para o exame.
Antigo provão
O Enade, componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, é realizado em ciclos avaliativos com duração de três anos. Desta forma, as 23 áreas de conhecimento avaliadas em 2008, por exemplo, só serão novamente avaliadas em 2011.
A prova é igual para ingressantes e concluintes do mesmo curso. São considerados ingressantes aqueles alunos que, até o dia 1º de agosto, concluíram entre 7% e 22% da carga horária total do curso. E, concluintes, os que, na mesma data, cumpriram pelo menos 80% da grade curricular ou estão em vias de concluir o curso.
*Com informações do Inep
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
14 de Novembro: Dia Mundial do Diabetes
Brasil pintado de azul contra o Diabetes!
Informativo DAB/MS 2008 13/11/2008
14 de novembro, essa foi a data escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para lembrar ao mundo a luta contra uma doença que mata milhões de pessoas por ano : o Diabetes.
A instituição do Dia Mundial do Diabetes foi uma tentativa de conscientizar e alertar os governos a definirem políticas e suporte adequado para seus portadores. O tema escolhido para esse ano foi, pela segunda vez consecutiva, “Diabetes nas crianças e adolescentes” visando conscientizar, sobretudo, pais, professores, e profissionais de saúde para um incremento considerável no número de crianças com a doença.
O número de crianças portadoras de Diabetes tipo 1 cresce a uma média anual de 3% e o de Diabetes tipo 2, antes considerada uma doença de adultos, vem aumentando vertiginosamente graças aos sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares inadequados de meninos e meninas mundo afora.
Para chamar a atenção para o problema, desde 2007, no dia 14 de novembro, símbolos turísticos de todo o planeta são iluminados em azul. Os prédios tingidos de luz azul são símbolos de esperança para doentes de todo o planeta. 500 monumentos, em 25 países, brilharão em azul em 2008. No Brasil, conhecidos cartões postais nacionais, como o Elevador Lacerda em Salvador, o Maracanã e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro ganharão a tonalidade símbolo da luta contra o diabetes na sexta-feira, dia 14 de novembro de 2008.
É papel importante dos pais e educadores, em épocas de internet e jogos eletrônicos, incentivar a prática de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis em crianças e adolescentes para evitar a doença. A doença pode deixar seqüelas como cegueira, perda da função renal e complicações neuro-vasculares. Caso o diabetes não seja identificado nos primeiros anos ele pode matar.
O Diabetes já se configura como a epidemia do século. 246 milhões vivem com diabetes em todo o mundo, esse número, segundo estimativa da OMS, deve chegar a 380 milhões em menos de 18 anos.
O Brasil contra o Diabetes
Segundo o Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas não Transmissíveis (VIGITEL), dados de 2007, 5,2% da população adulta brasileira é portadora de diabetes. Esse número chega a 18,6% na população idosa.
A taxa de mortalidade dos portadores da doença é alta e gera um ônus social e financeiro considerável ao país.
Tendo em vista esse impacto, o Ministério da Saúde(MS) implementa estratégias de saúde pública eficientes para previnir o Diabetes através do cuidado integral de forma resolutiva e de qualidade. Promoção à saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, capacitação de profissionais e assistência farmacêutica, entre outras, são ações adotadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o cuidado do portador da enfermidade. Essas ações são finaciadas e executadas pelos governos municipais, estaduais e federal, sobretudo na rede básica.
A rede de atenção básica distribui gratuitamente medicamentos essenciais aos portadores de Diabetes, como insulina, por exemplo. Capacita profissionais de saúde e também fornece seringas e lancetas para aplicação de insulina.
Além disso,a rede básica acompanha 1.9 milhão de portadores de Diabetes e Hipertensão cadastrados pelo programa SIS-Hiperdia.
O estímulo à atividade física é uma das ações preconizadas pela Política de Promoção à Saúde, bem como pelo Programa Saúde na Escola que obejetivam promover a saúde de crianças e adolescentes em idade escolar através de atividades físicas e ações preventivas às doenças como hipertensão, Diabetes, além de deficiências visual, auditiva e psicológica.
Alimentação saudável e práticas físicas adequadas são essencias para prevenção primária de Diabetes.
Em abril de 2009 o MS iniciará o processo de capacitação de uma rede de tutores de Educação em Saúde para o auto-cuidado para o portador de Diabetes e suas famílias.
Informativo DAB/MS 2008 13/11/2008
14 de novembro, essa foi a data escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para lembrar ao mundo a luta contra uma doença que mata milhões de pessoas por ano : o Diabetes.
A instituição do Dia Mundial do Diabetes foi uma tentativa de conscientizar e alertar os governos a definirem políticas e suporte adequado para seus portadores. O tema escolhido para esse ano foi, pela segunda vez consecutiva, “Diabetes nas crianças e adolescentes” visando conscientizar, sobretudo, pais, professores, e profissionais de saúde para um incremento considerável no número de crianças com a doença.
O número de crianças portadoras de Diabetes tipo 1 cresce a uma média anual de 3% e o de Diabetes tipo 2, antes considerada uma doença de adultos, vem aumentando vertiginosamente graças aos sedentarismo, obesidade e hábitos alimentares inadequados de meninos e meninas mundo afora.
Para chamar a atenção para o problema, desde 2007, no dia 14 de novembro, símbolos turísticos de todo o planeta são iluminados em azul. Os prédios tingidos de luz azul são símbolos de esperança para doentes de todo o planeta. 500 monumentos, em 25 países, brilharão em azul em 2008. No Brasil, conhecidos cartões postais nacionais, como o Elevador Lacerda em Salvador, o Maracanã e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro ganharão a tonalidade símbolo da luta contra o diabetes na sexta-feira, dia 14 de novembro de 2008.
É papel importante dos pais e educadores, em épocas de internet e jogos eletrônicos, incentivar a prática de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis em crianças e adolescentes para evitar a doença. A doença pode deixar seqüelas como cegueira, perda da função renal e complicações neuro-vasculares. Caso o diabetes não seja identificado nos primeiros anos ele pode matar.
O Diabetes já se configura como a epidemia do século. 246 milhões vivem com diabetes em todo o mundo, esse número, segundo estimativa da OMS, deve chegar a 380 milhões em menos de 18 anos.
O Brasil contra o Diabetes
Segundo o Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas não Transmissíveis (VIGITEL), dados de 2007, 5,2% da população adulta brasileira é portadora de diabetes. Esse número chega a 18,6% na população idosa.
A taxa de mortalidade dos portadores da doença é alta e gera um ônus social e financeiro considerável ao país.
Tendo em vista esse impacto, o Ministério da Saúde(MS) implementa estratégias de saúde pública eficientes para previnir o Diabetes através do cuidado integral de forma resolutiva e de qualidade. Promoção à saúde, prevenção, diagnóstico, tratamento, capacitação de profissionais e assistência farmacêutica, entre outras, são ações adotadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o cuidado do portador da enfermidade. Essas ações são finaciadas e executadas pelos governos municipais, estaduais e federal, sobretudo na rede básica.
A rede de atenção básica distribui gratuitamente medicamentos essenciais aos portadores de Diabetes, como insulina, por exemplo. Capacita profissionais de saúde e também fornece seringas e lancetas para aplicação de insulina.
Além disso,a rede básica acompanha 1.9 milhão de portadores de Diabetes e Hipertensão cadastrados pelo programa SIS-Hiperdia.
O estímulo à atividade física é uma das ações preconizadas pela Política de Promoção à Saúde, bem como pelo Programa Saúde na Escola que obejetivam promover a saúde de crianças e adolescentes em idade escolar através de atividades físicas e ações preventivas às doenças como hipertensão, Diabetes, além de deficiências visual, auditiva e psicológica.
Alimentação saudável e práticas físicas adequadas são essencias para prevenção primária de Diabetes.
Em abril de 2009 o MS iniciará o processo de capacitação de uma rede de tutores de Educação em Saúde para o auto-cuidado para o portador de Diabetes e suas famílias.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Residência Médica
Médicos que tiveram a residência financiada com recursos da saúde do Estado de São Paulo trabalham principalmente para os planos de saúde depois de formados.
Segundo estudo inédito, realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e pela Secretaria de Estado da Saúde, apenas 40% têm mais da metade da clientela originada do SUS, o que fomenta discussões sobre o que fazer para que os mais de R$ 100 milhões anuais de recursos públicos investidos nos jovens médicos tragam mais retorno à saúde pública. Também participaram do levantamento a Santa Casa de São Paulo e a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), ligada ao governo estadual.
“Estamos investindo recursos do Estado e nada mais justo do que a formação contribuir para o SUS”, afirma Paulo Henrique D’Ângelo Seixas, responsável pela Coordenadoria de Recursos Humanos da secretaria e um dos autores da pesquisa que analisou dados de 17.117 médicos que fizeram residência entre 1990 e 2002. Do total, 12.942 estão na ativa e, entre eles, foram realizadas entrevistas com uma amostra de 1.627 profissionais.
Segundo o presidente do conselho, Henrique Carlos Gonçalves, a desigualdade entre investimentos públicos e resultados para a saúde pública fica mais evidente quando se destaca que no Estado cerca de 40% da população tem acesso a planos, contra a maioria SUS-dependente.”É necessária uma regulação forte do Estado”, defendeu Gonçalves, destacando que em outros países, como o Canadá, o Estado regula o financiamento e a inserção dos egressos das residências.
A secretaria acaba de assumir o pagamento direto das bolsas de estudos, antes gerenciadas pela Fundação do Desenvolvimento Administrativo. Segundo Seixas, trata-se de mais uma medida no processo de aproximar a formação das demandas do SUS.
Nos últimos anos, a pasta também tem procurado direcionar bolsas ociosas ofertadas pelas faculdades de Medicina para áreas em que há maior carência de profissionais do SUS. Mas os próprios autores destacam que medidas pontuais não terão efeito. O Estado de São Paulo atualmente é o segundo maior pagador de bolsas de residência médica no País - perde só para o Ministério da Educação. O total de 4.550 bolsas anuais corresponde a 27% das bolsas para residentes do Brasil.
O estudo mostra ainda que profissionais que se especializaram em áreas básicas e clínicas, como clínica médica, pediatria e ginecologia e obstetrícia, dedicam-se menos à área para qual estudaram. E que os que trocaram de área atribuem a decisão principalmente à baixa remuneração e à falta de oportunidades.
Aqueles que se especializaram em métodos e técnicas de diagnóstico e os dermatologistas são os que mais se fixaram em suas áreas.
Para Irineu Massaia, vice-presidente da Comissão de Residência Médica da Santa Casa , que tem 400 bolsas financiadas pela pasta, o estudo evidencia também a necessidade de o poder público melhorar salários e infra-estrutura para evitar que o mercado dite a formação dos médicos.
Também os ministérios da Saúde e da Educação já avançaram na discussão sobre a especialização médica, apontando a necessidade de formação para áreas carentes do SUS. As pastas realizam agora um levantamento do perfil das bolsas ociosas e já decidiram investir na formação de intensivistas (que atendem emergências), geriatras e psiquiatras, entre outros especialistas . "Serão vagas dentro dos critérios de qualidade", afirma Francisco de Campos, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.
NÚMEROS
Segundo estudo inédito, realizado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e pela Secretaria de Estado da Saúde, apenas 40% têm mais da metade da clientela originada do SUS, o que fomenta discussões sobre o que fazer para que os mais de R$ 100 milhões anuais de recursos públicos investidos nos jovens médicos tragam mais retorno à saúde pública. Também participaram do levantamento a Santa Casa de São Paulo e a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), ligada ao governo estadual.
“Estamos investindo recursos do Estado e nada mais justo do que a formação contribuir para o SUS”, afirma Paulo Henrique D’Ângelo Seixas, responsável pela Coordenadoria de Recursos Humanos da secretaria e um dos autores da pesquisa que analisou dados de 17.117 médicos que fizeram residência entre 1990 e 2002. Do total, 12.942 estão na ativa e, entre eles, foram realizadas entrevistas com uma amostra de 1.627 profissionais.
Segundo o presidente do conselho, Henrique Carlos Gonçalves, a desigualdade entre investimentos públicos e resultados para a saúde pública fica mais evidente quando se destaca que no Estado cerca de 40% da população tem acesso a planos, contra a maioria SUS-dependente.”É necessária uma regulação forte do Estado”, defendeu Gonçalves, destacando que em outros países, como o Canadá, o Estado regula o financiamento e a inserção dos egressos das residências.
A secretaria acaba de assumir o pagamento direto das bolsas de estudos, antes gerenciadas pela Fundação do Desenvolvimento Administrativo. Segundo Seixas, trata-se de mais uma medida no processo de aproximar a formação das demandas do SUS.
Nos últimos anos, a pasta também tem procurado direcionar bolsas ociosas ofertadas pelas faculdades de Medicina para áreas em que há maior carência de profissionais do SUS. Mas os próprios autores destacam que medidas pontuais não terão efeito. O Estado de São Paulo atualmente é o segundo maior pagador de bolsas de residência médica no País - perde só para o Ministério da Educação. O total de 4.550 bolsas anuais corresponde a 27% das bolsas para residentes do Brasil.
O estudo mostra ainda que profissionais que se especializaram em áreas básicas e clínicas, como clínica médica, pediatria e ginecologia e obstetrícia, dedicam-se menos à área para qual estudaram. E que os que trocaram de área atribuem a decisão principalmente à baixa remuneração e à falta de oportunidades.
Aqueles que se especializaram em métodos e técnicas de diagnóstico e os dermatologistas são os que mais se fixaram em suas áreas.
Para Irineu Massaia, vice-presidente da Comissão de Residência Médica da Santa Casa , que tem 400 bolsas financiadas pela pasta, o estudo evidencia também a necessidade de o poder público melhorar salários e infra-estrutura para evitar que o mercado dite a formação dos médicos.
Também os ministérios da Saúde e da Educação já avançaram na discussão sobre a especialização médica, apontando a necessidade de formação para áreas carentes do SUS. As pastas realizam agora um levantamento do perfil das bolsas ociosas e já decidiram investir na formação de intensivistas (que atendem emergências), geriatras e psiquiatras, entre outros especialistas . "Serão vagas dentro dos critérios de qualidade", afirma Francisco de Campos, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.
NÚMEROS
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
61% dos alunos de medicina são reprovados em exame do Cremesp
Percentual de reprovação praticamente dobrou em quatro anos.
De 679 participantes, apenas 262 foram aprovados.
O índice de reprovação dos estudantes de medicina no Exame do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) atingiu 61% em 2008. A prova foi aplicada em agosto e setembro deste ano, em sua quarta edição. O percentual de reprovados praticamente dobrou desde o primeiro exame - passando de 31% em 2005 para 61% em 2008.
A primeira fase teve 934 inscritos e 679 candidatos que efetivamente fizeram a prova. Desse total, somente 262 participantes (39%) foram aprovados para a segunda fase.
Para ser convocado para a segunda etapa, quando é aplicada a prova prática, é preciso acertar o mínimo de 60% da prova objetiva da primeira fase, o que corresponde ao acerto de 72 questões, de um total de 120. Dos 262 aprovados na primeira fase, 231 compareceram à segunda fase. Destes, 24 foram reprovados.
O número de participantes na quarta edição do Exame do Cremesp corresponde a cerca de 30% do total de estudantes que cursam o 6º ano de medicina no estado. Segundo o Cremesp, ainda é grande a resistência e o boicote ao exame por parte de dirigentes, professores e alunos de algumas escolas.
Atualmente, 31 escolas médicas estão em atividade em São Paulo e 24 delas formam cerca de 2.300 alunos por ano. As demais, abertas há menos de seis anos, ainda não formaram suas primeiras turmas.O Exame do Cremesp não é como a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A avaliação não é pré-requisito para o exercício profissional do médico e tem caráter voluntário.
Para o Cremesp, o exame indica a deterioração da qualidade no ensino médico em São Paulo. Segundo a instituição, devido ao caráter facultativo do exame, supostamente os alunos mais bem preparados demonstram maior interesse em participar da avaliação.
Média de acertos
A média de questões respondidas corretamente na primeira fase do exame de 2008 foi de 60,93%. O participante com nota mínima acertou 42 questões e a maior nota foi o acerto de 102 questões (dentre 120 questões).Abaixo de 60% de acertos o resultado por área de conhecimento é considerado insatisfatório. No exame de 2008, o desempenho acima de 60% ocorreu apenas nas áreas de saúde pública, bioética e saúde mental. Os estudantes demonstraram deficiências em campos como pediatria, obstetrícia, ginecologia e clínica médica.
Escola particular vai pior
No resultado da primeira fase, o índice de reprovação foi maior entre os cursos de medicina privados. Dentre os alunos de escolas privadas, 32,5% foram aprovados; já dentre os de escolas médicas públicas, 54,1% tiveram aprovação na primeira fase.
Na comparação das médias de acertos por áreas de conhecimento os participantes que cursaram escolas médicas públicas também tiveram melhor desempenho.
Dentre as instituições com participação representativa, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi a primeira colocada, com 64% de aprovação na primeira fase. Em seguida, aparecem a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com 56% de aprovados, e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com 52% dos candidatos convocados para a segunda fase.
Em dez anos, de 1998 a 2007, o número de denúncias protocoladas no Cremesp aumentou em 140%, muito acima da taxa de crescimento de médicos inscritos (42%) e da taxa de crescimento da população do Estado no mesmo período (12%).
De 679 participantes, apenas 262 foram aprovados.
O índice de reprovação dos estudantes de medicina no Exame do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) atingiu 61% em 2008. A prova foi aplicada em agosto e setembro deste ano, em sua quarta edição. O percentual de reprovados praticamente dobrou desde o primeiro exame - passando de 31% em 2005 para 61% em 2008.
A primeira fase teve 934 inscritos e 679 candidatos que efetivamente fizeram a prova. Desse total, somente 262 participantes (39%) foram aprovados para a segunda fase.
Para ser convocado para a segunda etapa, quando é aplicada a prova prática, é preciso acertar o mínimo de 60% da prova objetiva da primeira fase, o que corresponde ao acerto de 72 questões, de um total de 120. Dos 262 aprovados na primeira fase, 231 compareceram à segunda fase. Destes, 24 foram reprovados.
O número de participantes na quarta edição do Exame do Cremesp corresponde a cerca de 30% do total de estudantes que cursam o 6º ano de medicina no estado. Segundo o Cremesp, ainda é grande a resistência e o boicote ao exame por parte de dirigentes, professores e alunos de algumas escolas.
Atualmente, 31 escolas médicas estão em atividade em São Paulo e 24 delas formam cerca de 2.300 alunos por ano. As demais, abertas há menos de seis anos, ainda não formaram suas primeiras turmas.O Exame do Cremesp não é como a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A avaliação não é pré-requisito para o exercício profissional do médico e tem caráter voluntário.
Para o Cremesp, o exame indica a deterioração da qualidade no ensino médico em São Paulo. Segundo a instituição, devido ao caráter facultativo do exame, supostamente os alunos mais bem preparados demonstram maior interesse em participar da avaliação.
Média de acertos
A média de questões respondidas corretamente na primeira fase do exame de 2008 foi de 60,93%. O participante com nota mínima acertou 42 questões e a maior nota foi o acerto de 102 questões (dentre 120 questões).Abaixo de 60% de acertos o resultado por área de conhecimento é considerado insatisfatório. No exame de 2008, o desempenho acima de 60% ocorreu apenas nas áreas de saúde pública, bioética e saúde mental. Os estudantes demonstraram deficiências em campos como pediatria, obstetrícia, ginecologia e clínica médica.
Escola particular vai pior
No resultado da primeira fase, o índice de reprovação foi maior entre os cursos de medicina privados. Dentre os alunos de escolas privadas, 32,5% foram aprovados; já dentre os de escolas médicas públicas, 54,1% tiveram aprovação na primeira fase.
Na comparação das médias de acertos por áreas de conhecimento os participantes que cursaram escolas médicas públicas também tiveram melhor desempenho.
Dentre as instituições com participação representativa, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi a primeira colocada, com 64% de aprovação na primeira fase. Em seguida, aparecem a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com 56% de aprovados, e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com 52% dos candidatos convocados para a segunda fase.
Em dez anos, de 1998 a 2007, o número de denúncias protocoladas no Cremesp aumentou em 140%, muito acima da taxa de crescimento de médicos inscritos (42%) e da taxa de crescimento da população do Estado no mesmo período (12%).
sábado, 1 de novembro de 2008
MEC propõe 14 anos de ensino obrigatório
MEC propõe 14 anos de ensino obrigatório
UOL Educação - 29/10/008
O ministro da Educação, Fernando Haddad, encaminhou ao Palácio do Planalto, nesta última terça-feira (28), uma proposta de mudança no tempo mínimo de ensino obrigatório, dos atuais nove anos para 14 anos.
De acordo com o documento, as crianças teriam de ser matriculadas na escola aos quatro anos de idade e permanecer até os 17, pelo menos. Esse período abrange a pré-escola (quatro e cinco anos), ensino fundamental (seis a 14) e ensino médio (15 a 17). Hoje, a obrigatoriedade é apenas para o ensino fundamental.
"Estamos discutindo as regras de transição com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) para que isso se efetive em torno de cinco ou seis anos", afirmou Haddad.
A mudança deve ser feita por proposta de emenda à Constituição, mas o projeto ainda não foi apresentado à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal. Haddad enviou ao Planalto apenas uma nota técnica com suas intenções.
UOL Educação - 29/10/008
O ministro da Educação, Fernando Haddad, encaminhou ao Palácio do Planalto, nesta última terça-feira (28), uma proposta de mudança no tempo mínimo de ensino obrigatório, dos atuais nove anos para 14 anos.
De acordo com o documento, as crianças teriam de ser matriculadas na escola aos quatro anos de idade e permanecer até os 17, pelo menos. Esse período abrange a pré-escola (quatro e cinco anos), ensino fundamental (seis a 14) e ensino médio (15 a 17). Hoje, a obrigatoriedade é apenas para o ensino fundamental.
"Estamos discutindo as regras de transição com o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) para que isso se efetive em torno de cinco ou seis anos", afirmou Haddad.
A mudança deve ser feita por proposta de emenda à Constituição, mas o projeto ainda não foi apresentado à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal. Haddad enviou ao Planalto apenas uma nota técnica com suas intenções.
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