sábado, 28 de novembro de 2009

Perda da empatia durante o Curso de Medicina

The Devil is in the Third Year: A Longitudinal Study of Erosion of Empathy in Medical School 

Hojat, Mohammadreza PhD; Vergare, Michael J. MD; Maxwell, Kaye; Brainard, George PhD; Herrine, Steven K. MD; Isenberg, Gerald A. MD; Veloski, Jon MS; Gonnella, Joseph S. MD

Academic Medicine: September 2009 - Volume 84 - Issue 9 - pp 1182-1191        
doi: 10.1097/ACM.0b013e3181b17e55

Abstract

This longitudinal study was designed to examine changes in medical students' empathy during medical school and to determine when the most significant changes occur.
Four hundred fifty-six students who entered Jefferson Medical College in 2002 (n = 227) and 2004 (n = 229) completed the Jefferson Scale of Physician Empathy at five different times: at entry into medical school on orientation day and subsequently at the end of each academic year. Statistical analyses were performed for the entire cohort, as well as for the matched cohort (participants who identified themselves at all five test administrations) and the unmatched cohort (participants who did not identify themselves in all five test administrations).
Statistical analyses showed that empathy scores did not change significantly during the first two years of medical school. However, a significant decline in empathy scores was observed at the end of the third year which persisted until graduation. Findings were similar for the matched cohort (n = 121) and for the rest of the sample (unmatched cohort, n = 335). Patterns of decline in empathy scores were similar for men and women and across specialties.
It is concluded that a significant decline in empathy occurs during the third year of medical school. It is ironic that the erosion of empathy occurs during a time when the curriculum is shifting toward patient-care activities; this is when empathy is most essential. Implications for retaining and enhancing empathy are discussed.

* Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.


 

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Currículo Lattes

Currículo Lattes ganha nova versão

Agência FAPESP – 26/11/2009

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou uma nova versão do Currículo Lattes, com um conjunto de novas funcionalidades e maior capacidade de cruzamento de dados. A Plataforma Lattes completou em novembro 10 anos de existência.


Acordos com a empresa Thomson&Reuters – responsável pela base de dados internacional Web of Science – e com a Receita Federal do Brasil foram firmados para que a nova versão do Currículo Lattes permitisse a importação e certificação de dados presentes nessas bases, aprimorando a qualidade das informações.


A nova versão inclui também a Rede de Colaboração, na qual é possível visualizar graficamente toda a rede de pesquisadores que trabalharam como coautores na produção de artigos científicos citados em seus Currículo Lattes.


O CNPq informou que realizará sistematicamente, a partir de agora, alterações no layout e na navegabilidade do currículo, além de implementos de apoio ao usuário e modificações técnicas.


Graças ao acordo com a Receita Federal, segundo informações do CNPq, os dados dos pesquisadores inscritos na base Lattes – como CPF, data de nascimento e filiação – serão conferidos e certificados, impedindo a introdução de currículos fantasmas e evitando fraudes. A conferência será feita no ato da criação de novos currículos.


As citações dos artigos publicados em revistas indexadas no Web of Science poderão ser consultadas diretamente por meio dos currículos, quando estiverem registradas com o Digital Object Identifier (DOI). O sistema permitirá ainda a recuperação das citações dos artigos registrados no Lattes.


A Web of Science é, atualmente, a principal base de dados de citações científicas do mundo, cobrindo mais de 10 mil periódicos de alto impacto, desde o ano de 1945, em todas as áreas do conhecimento. A base registra, semanalmente, um volume de cerca de 19 mil novos artigos científicos e 423 mil novas citações.


Criada em 1999, a Plataforma Lattes contém, atualmente, mais de 1,5 milhão de currículos. Desse total, 120 mil, ou 8%, são currículos de pessoas com doutorado. Estão disponíveis informações relativas à educação formal, experiência profissional, áreas de pesquisa, projetos e linhas de pesquisa, artigos em periódicos, livros e capítulos publicados, produtos e patentes, produções artísticas e culturais, entre outras.




Mais informações: www.cnpq.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Características psicológicas dos calouros de Medicina

Graduate entry to medicine: widening psychological diversity.


David James , Eamonn Ferguson , David Powis , Miles Bore , Don Munro , Ian Symonds and Janet Yates

BMC Medical Education 2009, 9:67       doi:10.1186/1472-6920-9-67


Abstract (provisional)
Background

At Nottingham University more than 95% of entrants to the traditional 5-year medical course are school leavers. Since 2003 we have admitted graduate entrants (GEM) to a shortened (4-year) course to 'widen access to students from more disadvantaged backgrounds'. We have recently shown that the GEM course widens academic and socio-demographic diversity of the medical student population. This study explored whether GEM students also bring psychological diversity and whether this could be beneficial.

Methods

We studied: a) 217 and 96 applicants to the Nottingham 5- and 4-year courses respectively, applying in the 2002-3 UCAS cycle, and, b) 246 school leavers starting the 5-year course and 39 graduate entrants to the 4-year course in October 2003. The psychological profiles of the two groups of applicants and two groups of entrants were compared using their performance in the Goldberg 'Big 5' Personality test, the Personal Qualities Assessment (PQA; measuring interpersonal traits and interpersonal values), and the Lovibond and Lovibond measure of depression, anxiety and stress. For the comparison of the Entrants we excluded the 33 school leavers and seven graduates who took the tests as Applicants. Statistical analyses were undertaken using SPSS software (version 16.0).

Results

Graduate applicants compared to school leaver applicants were significantly more conscientious, more confident, more self controlled, more communitarian in moral orientation and less anxious. Only one of these differences was preserved in the entrants with graduates being less anxious. However, the graduate entrants were significantly less empathetic and conscientious than the school leavers.

Conclusions

This study has shown that school leaver and graduate entrants to medical school differ in some psychological characteristics. However, if confirmed in other studies and if they were manifest in the extreme, not all the traits brought by graduates would be desirable for someone aiming for a medical career.

Para acessar a versão provisória na íntegra, clique aqui.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Saúde prevê carreira para incentivar ida a localidades remotas

ANGELA PINHO & JOHANNA NUBLAT - Folha Online

Para tentar reduzir a escassez de médicos em áreas carentes, o Ministério da Saúde enviou à pasta do Planejamento uma outra proposta, a fim de criar uma carreira federal para os profissionais da medicina.
Funcionaria assim: depois de passar por concurso público, o médico seria levado a municípios com dificuldade de contratar profissionais, com salário pago pelo governo federal.
Dependendo da necessidade, poderia haver deslocamentos.
O número de cargos ficaria entre 400 e 500, segundo o secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do ministério, Francisco Campos.
O valor do salário ainda não foi fechado, mas poderia ficar entre R$ 8.000 e R$ 10.000, tomando-se como parâmetro o que ganharia um profissional da extinta Fundação Sesp. A entidade foi criada na Segunda Guerra Mundial por meio de acordo entre os governos brasileiro e americano. Nos anos 1960, foi vinculada à Saúde, até ser extinta no governo Collor.
Esta nova proposta da Saúde teria o atrativo de dar ao profissional estabilidade e possibilidade de progredir na carreira.
Segundo Campos, pesquisas mostram que um das principais problemas dos médicos que ficam no interior é o fato de eles ficarem vulneráveis ao poder local, sujeitos a perder o posto a cada mudança de prefeito.
"Por que o Banco do Brasil consegue colocar gente em todas as agências do Brasil? Por que tem juiz e promotor no interior? Porque essas profissões têm uma carreira", diz Campos.
Nessa carreira federal, segundo ele, poderia haver benefício posterior para quem fosse a uma cidade pouco atrativa.
Além dessa proposta, o Ministério da Saúde também espera a aprovação, pelo Congresso, de um projeto de lei que permite ao médico que estudou em faculdade particular pagar a mensalidade com trabalho.
Defesa quer mais médicos no serviço militar
 
Projeto enviado ao Congresso tenta facilitar convocação de profissionais para trabalharem em áreas remotas do país

Justiça tem liberado de atuar nas Forças Armadas quem é convocado após ter sido dispensado do serviço por excesso de contingente


ANGELA PINHO & JOHANNA NUBLAT - Folha Online


O governo federal quer facilitar a convocação de médicos para o serviço militar obrigatório, mesmo após eles terem sido dispensados anteriormente por excesso de contingente.
O Ministério da Defesa enviou ao Congresso projeto de lei para acabar com interpretações da Justiça que têm liberado diversos profissionais chamados pelas Forças Armadas.
A proposta também atinge veterinários, farmacêuticos e dentistas, mas o foco principal é nos médicos. Desde 2005, 796 deles conseguiram ser liberados da convocação pela Justiça.
Neste ano, prestaram o serviço 1.747 médicos, entre convocados após terem sido dispensados por estarem na faculdade ou por excesso de contingente.
A legislação que permite a convocação de profissionais de saúde fala em quem tem "certificado de reservista". A Justiça, porém, tem decidido favoravelmente aos profissionais que entram com ação seguindo a interpretação pela qual quem foi dispensado por excesso de contingente antes de começar a faculdade não poderia ser chamado depois da formatura. O projeto explicita que o convocado pode ter sido dispensado por "excesso de contingente".
Ao resolver essa questão jurídica, o ministério afirma que quer amenizar a falta de profissionais em áreas remotas.
"É cada vez mais grave a situação gerada pela ausência de médicos nas áreas mais carentes, ditas inóspitas, a exemplo da Amazônia, onde muitas vezes o único atendimento à população local, incluindo os indígenas, é realizado por ação das Organizações Militares de Saúde ou de postos médicos localizados nos quartéis", diz a pasta.
No Norte, cada médico cuida de 1.051 habitantes, enquanto no Sudeste, a média é de 400 habitantes por profissional.
Periferias de grandes cidades também têm carência, diz Aparecida Linhares, secretária de Saúde de Diadema e vice do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.
"É uma resolução imediatista de um problema crônico, que é a falta de política de assistência em áreas remotas", diz Roberto d'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina.
Para ele, a proposta é "melhor do que nada", mas ressalta que os convocados serão jovens com pouca experiência que não terão estrutura. "O máximo que farão será levar paciente para cidades maiores", afirma.
"Querem levar uma garrafa de água mineral para resolver o problema de uma seca", critica Paulo Argollo, da Federação Nacional dos Médicos.
O Ministério da Saúde evita entrar em detalhes sobre o projeto, mas diz que ele não resolve o problema da falta de profissionais em áreas remotas.
Para Francisco Campos, secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do ministério, não há unidades das Forças Armadas em todas as localidades carentes de médicos.
O projeto do Ministério da Defesa, enviado em setembro, está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. Para entrar em vigor, ainda precisará passar por outras duas comissões e pelo Senado.

domingo, 8 de novembro de 2009

Reforma do Sistema de Saúde nos EUA

Câmara dos EUA aprova reforma do sistema de saúde proposta por Obama

Folha Online - 08/11/009
 
Em decisão inédita, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou na noite deste sábado (horário local) a proposta de reforma do sistema de saúde pública. O projeto é considerado a política pública doméstica prioritária do governo do presidente Barack Obama.
Após 12 horas de debates, os legisladores conseguiram 220 votos favoráveis à aprovação do plano. O resultado foi apertado, pois eram necessários ao menos 218 para que a proposta passasse na votação.
Os votos contrários somaram 215  -  176 de republicanos e 39 de democratas moderados.
A previsão é de que os gastos somem mais de US$ 1 trilhão ao longo de dez anos para que o sistema de saúde possa absorver 36 milhões de norte-americanos que não possuem qualquer tipo de seguro.
"O projeto está aprovado", disse a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, Por volta das 23h no horário local. O anúncio foi ovacionado pelos democratas presentes.
Na tarde deste sábado, pouco antes do início da votação, o presidente Obama o Congresso em um último esforço para garantir a aprovação da proposta.
Agora, o Senado terá que aprovar sua própria versão da reforma. Após essa etapa, o projeto seguirá para sanção do presidente Obama.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Supervisão dos Cursos de Medicina

MEC inclui mais dois cursos de Medicina em supervisão e corta 110 vagas 

Amanda Cieglinski – UOL Educação

Dois cursos de medicina foram incluídos no processo de supervisão do MEC (Ministério da Educação) e tiveram que cortar 110 vagas. Na Faculdades Integradas Aparício Carvalho (RO), o vestibular foi suspenso, e a Universidade Nove de Julho (SP) teve que reduzir 30 das 100 vagas anuais que oferecia. Apesar de não terem conceitos insatisfatórios nas avaliações do ministério, os cursos foram visitados por uma comissão de avaliação depois que a pasta recebeu denúncias sobre os problemas na oferta do ensino.

"A supervisão funciona a qualquer tempo. Qualquer curso ou instituição pode receber a visita se o ministério receber uma denúncia consistente ", afirmou a Secretária de Ensino Superior, Maria Paula Dallari Bucci.

Segundo o MEC, a Universidade Nove de Julho estava recebendo alunos por meio de transferências além de sua capacidade, o que acabava inchando as turmas. Já na Faculdades Integradas Aparício Carvalho, a deficiência estava na parte prática do curso, pois faltam hospitais e pacientes suficientes na região para que os alunos possam cumprir as atividades estabelecidas pelas diretrizes curriculares do curso de medicina.

"Isso mostra que há mesmo um limite físico, não se pode abrir um curso de medicina em cidades saturadas", disse.

Por medida cautelar, o MEC já havia suspendido 580 vagas em sete cursos de medicina que tinham recebido o conceito insatisfatório em avaliações como o Enade (Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes). Essas instituições já foram visitadas e as vagas permanecem suspensas pelo menos até janeiro de 2010, quando vence o prazo para que as faculdade cumpram algumas medidas firmadas em acordo para melhorar a qualidade do ensino. Após esse período será feita uma nova visita pela comissão do MEC.

"Cortar vagas não é uma punição, mas uma medida de prevenção para a proteção dos alunos. Em geral, nas instituições em que há corte de vagas ou suspensão do vestibular, as condições melhoram porque elas param de admitir novos alunos e se focam na resolução do problema", explicou Maria Paula.

Os principais problemas verificados pelo ministério nas instituições que estão em supervisão são o corpo docente com baixa titulação, a inadequações do curso às diretrizes curriculares de medicina, falta de espaço para prática, além de laboratórios e equipamentos precários.